Capítulo 17

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Kiara

A escuridão me trás um sentimento familiar, tento abrir meus olhos mas sinto minhas pálpebras pesadas, escuto vozes ao meu redor, mas não consigo distingui-las, volto a entrar em um sono profundo e continuo vivenciando o meu acidente a cada segundo. Me sinto como um telespectador olhando aquela cena de longe, vendo meu corpo sendo ameaçado várias e várias vezes, depois sinto um alívio grande quando algo me toca. Esse sentimento familiar é a minha salvação. Me faz ter sonhos felizes de alguém que só tem olhos para mim, seria muito bom se fosse verdade, não vai ter ninguém me esperando quando acordar.

-Kiara.

Essa voz, parece tão triste ao me chamar. Por que tenho vontade de dizer que esta tudo bem toda vez que ouço essa voz?

-kiara?!

-Matthew! Ela está acordando....

Minha visão está turva.

-Não fique aí parado venha analisar ela.

Alguém se aproxima de mim.

-Consegui me ouvir direito?

Balanço a cabeça lentamente confirmando. Meus olhos começaram a se acostumar com a claridade até visualizar o homem parado do meu lado, vestindo um jaleco branco, segurando uma lanterninha em sua mão direita.

-Você!?

Ele me encara.

-Você consegue reconhecê-lo Kiara?

Minha atenção se volta para a mulher perto janela.

-Sim, como não iria reconhecer a cara de quem destruiu meu livro?…Bem, apesar de que ele me comprou outro..., mas não muda o fato te ter destruído.

-Até que ponto você lembra?

-Estamos em um hospital?

-Sim.

-Eu lembro que um carro me atropelou quando estava atravessando a rua, tinha um menino.... o menino está bem?  

-Você foi a única que trouxeram para o hospital, então creio que esteja bem.

-Fico feliz.

Sorrio.

-Kiara, esse acidente...

Ela é interrompida pelo maravilhoso e sexy doutor.

-Doutora! A paciente precisa descansar, não é saudável para ela receber muita informação de uma vez.

O olho, ele parece triste.

-Descanse um pouco, mais tarde as enfermeiras irão te levar para fazer alguns exames.

Ele se vira para ir embora, inconscientemente seguro seu braço.

-Não me deixe.

Olhos azuis surpresos me encaram.

-Desculpa...foi....

-Tudo bem, eu irei voltar mais tarde.

Ele acomoda o travesseiro onde minha cabeça esta repousada.

-Está bem?

-Sim, Matthew.

Matthew e a mulher saem do quarto. Poderia acontecer mil coisas comigo, mas a única certeza que tenho é que nunca iria conseguir esquecer o seu nome, fecho os olhos e rapidamente caio no sono, a tarde como Matthew prometeu, ele veio e me levou para a sala de exames, pelo o que entendi não encontraram nenhum problema. Tento encontrar uma posição confortável na cama quando a porta abre e um carrinho trazendo comida entra junto com um rapaz loiro.

Chuva de ilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora