Capítulo 15

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Kiara

Já se passaram três meses desde que nos casamos, não sei se por esse tempo devo ainda pensar que somos recém-casados. Matthew tirou umas longas férias do hospital, no momento em que ele pediu esse ‘’milagre’’ como diz sua mãe, quase tive que chamar a ambulância para ela, não fazia ideia que uma pessoa tão calma como a minha sogra pudesse ter tantas expressões de uma vez só. Era alegria misturada com surpresa e pela sua voz fascinação e admiração diante de mim. Eu e Matthew ficamos durante um tempo na Europa, conheci a maravilhosa Paris a cidade do amor, sexo cheio de sentimentos, depois a Espanha um lugar apaixonante, lá tivemos um sexo ‘’caliente’’ por assim dizer, no fim fomos a Roma a cidade com uma cultura antiga voltada a diferentes tipos de deuses todos bastantes eróticos, sim, lá eu me senti na antiga esparta com sexo selvagem e duro, foi a melhor viagem que eu tive em toda a minha vida, quando voltamos tudo pareceu um sonho distante, Matthew no momento que colocou o pé em casa o outro já estava na porta de saída novamente. Teve que ir trabalhar, agora estou sozinha em casa, abandonada, com frio, com fome e sem ninguém do meu lado.

Olho para todos os lados.

- Sabe eu deveria engravidar logo e encher essa casa de crianças.

Pronto, resolvi, quando Matthew chegar em casa pularei em cima dele e quando ele se tocar já teremos uns cinco filhos. Toco na tela do celular que o meu fofo marido me deu de presente no pretexto que:

- “Não quero ter que ficar ligando para o porteiro do apartamento para saber como a minha esposa está. ’’

Palavras de um marido preocupado eu acho, vejo que as horas estão zombando de mim com essa lerdeza de matar. Me levanto e abro a minha bolsa, jogo o celular dentro e saio. Não ficarei feito uma árvore plantada aqui o dia todo, se for para ficar em casa sentada, melhor que seja sentada em outro lugar. Fecho a porta,  no corredor dou de cara com um aviso de todo tamanho
‘’ELEVADOR EM MANUTENÇÃO FAVOR UTILIZAR AS ESCADAS.‘’ Cara, eu moro na porra do último andar. Olho em direção as escadas, são vinte e nove andares que devo descer, me pergunto se do lado de fora tem tanta coisa assim que vale a pena eu gastar a minha energia descendo essa merda, vejo uma plaquinha verde com o número vinte e quatro nela.

- Desisto vou voltar, essa merda não vai acabar nunca, vou ser uma árvore, planta ou até mesmo uma minhoca, mas dentro de casa.

Quando estou prestes a voltar, uma bola vermelha vem em minha direção e me acerta com toda força na cabeça, jogando meu corpo para trás, sinto uma pontada de dor enorme na cabeça quando bato com tudo na parede atrás de mim. Tudo fica escuro, na minha mente só consigo visualizar pequenos flashbacks de algo que talvez eu vivi.

"Matthew, se lá fora estiver chovendo você irá saber que vamos nos encontrar novamente? Por algum motivo eu não quero que esteja chovendo... lembrei de tudo."

Chuva de ilusãoOnde histórias criam vida. Descubra agora