Meias Verdades

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Uma semana e meia, mais ou menos, se passou. Tudo correndo normalmente, como deveria ser. Tempo suficiente para muito trabalho na Agência de Publicidade em todos os setores. E também foi tempo suficiente para que a equipe de criação onde Mikael fazia parte como um dos redatores concluísse o projeto dado para o novo posicionamento de marca para uma rede de lojas de materiais para construção.

Estava tudo pronto, todo o conceito imaginado estava no papel. Em cores, rascunhos e palavras. Tudo como o planejado, e felizmente finalizado dentro do prazo. Com tudo feito, era o dia combinado em que os representantes da rede de lojas viriam à agência conferir o trabalho feito pela equipe. Se aprovariam ou não.

E logo pela manhã os representantes já estavam lá, em uma sala de reuniões bem maior. Era um casal, vestido de uma maneira um pouco formal. A mulher com seus cabelos loiros presos em um coque e o homem com um conjunto de blazer e camisa escuros. Estavam sentados na mesa e uma televisão presa à parede mostrava as imagens do projeto. Mika e Nick ficaram em um canto mais reservado enquanto Verônica explicava todo o conceito posicionada ao lado da tela.

— Nossa equipe utilizou tudo o que tínhamos em mãos, e finalmente chegamos à um conceito que não só reforça a identidade da marca que é tão conhecida como a renova. Traz a modernidade e a atitude que ela tanto precisa. — Disse a diretora.

Ela fazia a introdução com a seriedade de quem entendia do assunto. Explicava com clareza e com a concisão necessária para demonstrar credibilidade ao cliente. Afinal, era preciso convencê-los de que deixar a marca nas mãos deles era o melhor negócio.

— Também fizemos as nossas pesquisas e constatamos que cada vez mais esse segmento ganha um público heterogêneo. É um ramo que deixou de ser um nicho para atingir um maior número de pessoas de diversos interesses. E é nisso que o novo conceito vai focar. Agora o Mikael vai explicar melhor uma parte do projeto.

Em silêncio, o moreno deu alguns passos próximo ao telão, em um lado oposto ao de Verônica. De semblante sóbrio, cabeça reta ele olhou para os representantes. Já sabia na ponta da língua tudo o que falaria para eles. Falar para os outros nunca foi um medo, se havia sido uma dificuldade ele não se lembrava. Timidez era a último defeito para se ter no trabalho que tinha.

—Bom, para esse reposicionamento, pensamos em uma nova marca que traga uma identidade forte, mas que seja simples e direta. De fácil entendimento. E o mais importante, que crie uma conexão com o público. Que como Verônica disse, está mais diverso.

Ainda em um canto, e de pé, Nick manuseava um tablet. Era esse aparelho que fazia conexão com a tela na parede. Assim que seu colega disse aquelas palavras, ele logo jogou no monitor o novo logo sugerido para a rede. A cor laranja predominava no logotipo ao fundo branco. As letras arredondadas com o nome da empresa estavam acompanhadas de um símbolo simples. Uma silhueta de uma casa com telhado, cuja base tinham pontas arredondadas. Como um ícone, moderno e sucinto.

— Essa nova marca, além de ser moderna e condizente com os dias de hoje, é multiuso. É com esse símbolo da casa, que faremos a rede ser lembrada. Mantemos a proposta de simbolizar uma casa do logo antigo e demos uma nova roupagem, porque ela funciona. E o laranja é uma cor que simboliza o estímulo, o entusiasmo. Algo que a empresa sempre incentivou de seus clientes com seus produtos e serviços.

Nick mudou o slide. Na tela aparecia uma simulação de como esse novo logo seria empregado em uma loja física da rede. E Mika continuou:

— Nossa ideia é usar esse símbolo da casa na fachada das lojas, nos letreiros, e também nos produtos exclusivos. Como um ícone, que pode ser usado tanto da maneira tradicional como em iniciativas multiplataformas, aplicativos. Assim que qualquer pessoa vir essa casinha, vai saber que se trata de uma empresa com serviços de qualidade.

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