Antes da Forra

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Com as janelas do quarto fechadas e o lugar escuro, não dava para saber que horas eram. Mas pelas frestas dava para perceber que o dia seguinte havia chegado. Após abrir os olhos, Thiago demorou para se dar conta disso. Acordou do mesmo jeito que dormiu, na cama de Dudu, pelado e sem cobertas.

Demorou um pouco para juntar forças para se sentar na beirada da cama. Quando fez isso sentiu um forte cansaço, tanto físico quanto mental. Esse cansaço que sentia após o sexo sempre costumava ser algo bom, até relaxante. Mas não foi o caso deste. Sentia seus braços molengas e dormentes. Uma pequena pontada na lombar. Seus pés tocavam o piso branco e suas pernas pesavam.

Espantou a preguiça e conseguiu se levantar. Andou apenas uns quatro passos. Foi até onde suas roupas estavam jogadas no chão. Curvou para pegar o celular que ainda estava em sua calça e viu que ainda eram sete da manhã, estava bem cedo. Mesmo assim, quase que automaticamente, pegou suas vestes e colocou na beirada da cama.

Vestiu sua cueca, boxer e verde escura, e foi direto para o banheiro que ficava na porta ao lado da porta do quarto. Enquanto lavava o rosto, os sentidos foram voltando ao normal. Aproveitou para colocar uma gota de pasta de dente em seu dedo e esfregou em sua boca para tirar o hálito desagradável que sempre vem depois de uma noite dormida. Depois, voltou para o quarto e fez um esforço para abrir a janela fazendo o menor barulho possível. Sentia-se claustrofóbico ao ver um cômodo todo escuro durante o dia.

Ao fazer isso, virou-se para Dudu para ver se ele não acordou. Continuava dormindo, de lado, com os braços juntos e as pernas dobradas. O lençol mal cobria seu corpo nu, ia até metade de seu bumbum. O tatuado se aproximou na cama e ficou por alguns segundos admirando garoto. O belo rosto dele ficava mais bonito repousando. Uma imagem serena impossível de não ser apreciada.

Olhando para Dudu, sentia uma certa melancolia. Sentia-se triste, insatisfeito e não entendia o porquê. Por mais que achasse que gostou do que teve com ele, ainda não estava bem. Algo o deixava daquele jeito e ele não conseguia enxergar. Mesmo assim, vendo o dormir tão frágil, tinha vontade de cuidá-lo. De alguma maneira.

Segundos depois, Dudu acordou. Mexeu-se na cama e espreguiçou-se. Ao ver Thiago de cueca, sentado ao seu lado, sorriu. Feliz que tudo tivesse dado certo, e por vê-lo com ele.

— Tá sem sono, Thi?

— Acordei agora a pouco. Te incomodei?

— Nunca, meu amor. — Sorriu — Eu tô amando que você está aqui.

— Que bom que você tá bem. — Sorriu fraco.

— E você, tá bem? Parece preocupado.

— É nada. Só com um pouco de preguiça. Quer que eu pegue alguma coisa pra você comer?

— Não precisa, eu pego eu mesmo.

— Faço questão. Vou na cozinha e vejo se preparo alguma coisa pra nós dois, tá?

— Tá bom.

Thiago deu um beijo na testa de Dudu e foi direto para a cozinha do jeito que estava. Dudu sentia-se nas nuvens por ter aquilo que tanto batalhou. Enquanto o tatuado continuava com aquele sentimento tão complexo e indescritível. Acreditando que aquilo passaria logo.

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São Paulo era uma cidade tão frenética que não era necessário entrar em algum lugar para se divertir. As ruas costumavam ser o espaço mais democrático de todos. E algumas delas eram tão movimentadas e cheias de atrativos que costumavam atrair mais gente que muita boate.

Amizade Com Algo a Mais 2Onde histórias criam vida. Descubra agora