Ruby Sparks

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[...] Vejo nós dois na história do filme Ruby Sparks, eu sou o Calvin escrevendo sobre a Namorada Perfeita e, no filme ele escreve o rascunho, e a vê perfeita. Mas com o tempo Ruby começa a agir como "uma namorada normal age", saí com seus amigos, saí de casa para fazer seus cursos, trabalha e etc.

Incomodado por ela não estar sendo a namorada perfeita que criou, Calvin voltou a escrever para "repara-la", tentar torná-la perfeita de novo. Só que, ele comete um erro, tenta novamente e comete outro erro e , após tantas falhas, Calvin tenta fazer com que Ruby voltasse ao seu antigo "Normal"

E...

Foi aí que eu me dei conta de que, eu era, sou, a versão alternativa do Calvin moreno, um pouco mais fortinho e... Esquece!
Enfim, eu estava escrevendo sobre a namorada perfeita na minha cabeça e, mesmo que eu pudesse te criar, te faria exatamente do jeito que você é .

Nessa versão do Calvin que sou, eu usaria a máquina para me recriar, me modificar. Utilizaria a máquina para criar o Calvin Perfeito.

Eu sou a Ruby, mas as vezes sou o Calvin.
Você é o Calvin, mas as vezes é a Ruby.
O nosso Amor, é a máquina que nos transforma.
E com ele que você apagou tudo que existia de ruim em mim
e me reescreveu, me fez "perfeito".
As vezes trocamos os personagens e sou quem faz algumas "alterações",
tentando tornar uma pessoa que já perfeita ainda mais perfeita.
Se bem que, você está longe de ser perfeita, ou melhor, nós estamos.
Mas o fato de ninguém ser perfeito é o que o torna perfeito. Clichê? Sim, mas ainda assim é a mais pura verdade.

Quem me conhece deve estar pensando:
"Mas Igor, não é você que sempre tenta fugir dos clichês? "

Essa é uma das maiores mudanças que ela causou! Eu sempre fugi dos clichês por achar que eles definiam muito as coisas,
os sentimentos,
os momentos, resumiam a felicidade momentânea em uma única palavra, Clichê, sei que ela soa de forma agradável aos ouvidos e trás prazer ao ser pronunciada mas, comigo não tem o mesmo efeito, ou melhor, não tinha o mesmo efeito.
Percebi que quase tudo que digo, escrevo ou penso, mesmo sendo escrito por mim, vindo de mim, sendo fruto dos meus sentimentos. Ainda assim, tudo não passa de um bizarro... Clichê!

Me dei conta de que não tem como falar de amor, não tem como amar e fugir dos clichês ao mesmo tempo. Criei a consciência que se um amor envolve clichês, e como eles (os clichês) sendo eternos e se modificando com o passar do tempo, os 'amores' que adotam a eles, mesmo que sem querer, acabam por se juntar a eternidade dos mesmos.

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