FIM

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Convenhamos,
Já passou da hora de aprender a dizer
Adeus.

O nosso amor foi uma flor mal regada,
Por falta de afeto suas pétalas ficaram cor de nada.

O céu limpo sem uma única nuvem,
O vento quieto sem uma humilde brisa.

Grama cinza.

Árvores secas.

No fim só me restou dúvidas do seu amor incoerente.

Mas de fato.
Você se foi.
E eu também.

Não somos mais aquele casal que acreditava no impossível, se quer ainda somos uma casal.

Não somos nada além de histórias mal contadas repletas de mentiras descaradas.

No fim, fomos resumidos a isso.
Mentiras. Culpa. Dor. Tristeza.

O coração aos poucos bateu,
As asas não suportavam mais,
E assim, o Beija-flor morreu.

Os quilômetros entre nós
São o que sempre foram, distância.
Mas diferente de antes,
Ela não me tortura mais.

O rei abriu mão da coroa.
A rainha ninguém mais viu.
E o Reino desmoronou.

Tu, que me fez juras de alma,
Fez da minha uma piada.

Mas não se engane,
Não te odeio.
Não te esqueço.
Mas já não te trago no peito.

Ainda me lembro de cada prosa de amor que outrora te escrevi.
Vivi. Senti.

E até hoje me pergunto,
Como pude ser tão, egoísta?
Pensar que depois de tudo
O que me causou,
Como ainda poderia ser minha?

Na pele,
Ainda ardem as marcas de cada beijo,
Cada toque de seus dedos,
Cada pingo de suor.

Na mente,
Os gemidos,
Os gritos.

No fim, sinto que não passamos disso.
Sexo. Um momento. Uma brasa. Nada.

Foi incrível como você me fez acreditar em nós.
Mas como pude ser tolo,
Quem diz amar se beija outra boca?
Você foi uma ilusão,
Um conto mal escrito.

Ela,
Por um momento,
Foi o meu tudo.
Agora, quem é ela?

Mas, realmente,
Nós conseguimos,
Mostramos ao mundo
A impureza do teu ser.

As verdades que nunca foram ditas,
Serão enterradas conosco.

Sua mãe, permanecerá me achando um ser humano horrendo.
Aquele que difamou sua filha pelos cantos do litoral.

Seu companheiro, ainda não saberá onde você estava enquanto o infeliz nos caçava pelo bairro.

Ou, com quem você conversava escondida sempre que sua mãe saia para trabalhar.

No fim, chegamos ao fim.
As metáforas perderam seus sentidos.
Nem mesmo afeto restou.

Eu não te amo mais, Esther.

O Diário do Schamito 6Onde histórias criam vida. Descubra agora