Libido

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E é na calada da noite,
Onde aqueles que,
Assim como eu,
Sofrem por amor,
São consumidos
Por seus desejos carnais.

Se arrepiam,
Ao lembrar do toque.
Se contorcem,
Ao lembrar do prazer.
Se excitam,
Ao lembrar dos momentos
Em que visitaram o céu.

Sedemos ao mais agoniante
Dos pecados, quando por fim,
Desejamos "você" aqui.
Quando imploramos
A todos os Deuses,
De todas as religiões,
De todas as eras,
Para ter mais um
Único minuto que seja
Ao lado dela.

Libido se torna
Seu único sentimento,
Sua única motivação.
Sua mente se distorce,
Seu peito acelera,
O suor escorre,
O calor percorre.

Seu corpo febril
Te faz alucinar,
Acabando por perder
A noção da realidade.
Sua única certeza
É a de querer
O corpo,
A alma,
Daquele "alguém"
Por cima do seu,
Da sua.

Mas
Não é febre.
Não é gripe.
Não é virose.
Não é ansiedade.
Não é raiva.
Não é nervosismo.
As vezes, nem amor.
Apenas,
Libido.

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