Estranho

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Tudo anda tão estranho,
É como se o mundo estivesse mudo para os meus ouvidos.
Não ouço nada além
Dos meus próprios pensamentos e dos gritos da minha alma causados pela tortura interna diária.

As coisas perderam suas cores e sentidos.
Escrever já não me alivia,
Desenhar não mais me transparece.

O carro na garagem,
Que até então era azul metálico,
Hoje é cinza.

Não só o carro mas
Todo o resto.
O céu,
As roupas,
A comida,
As pessoas.

Ainda mais estranho
É me sintir exausto
Mesmo sem ter feito nada.
Meu corpo e meus olhos
Estão pesados,
Me desgasto até para respirar.

Meu peito anda cheio
De tanto vazio.
Já o coração tá doendo
De tanto não sentir.

E ainda tem essa vontade insaciável de sentir o suposto, amargo gosto da morte juntamente de uma dose do que há de mais forte por aqui.

É, anda tudo muito estranho.

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