O Treinamento

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- Qual é o seu nome? – Pergunta o velho enquanto guiava os cavalos.

- Me chamo Sarvim, pelo menos esse é o nome que me deram... – Falo sentindo um aperto em meu peito, como se algo faltasse em mim.

- Então você não tem nem nome... Pelo menos sabe da onde você é? Seus pais? Alguém com laço sanguíneo?

- Tem apenas o meu filho Rockbell, que eu tive com a Karmim... Antes de ela me encontrar eu... Eu não sei de nada sobre mim...

- E já teve vontade de ir atrás dessa resposta? – Fala o velho em um tom de decepção.

- Sim, mas... Eu não fui, eu estagnei... Sou realmente um tolo...

- E dos grandes. Mas agora eu lhe ajudarei nisso também, me chame de "Mestre", o meu nome não importa, e esqueça o nome que você recebeu também, a partir de agora não precisara mais disso, pois de nada adianta algo que nem lhe pertence.

- Certo Mestre! Mas como você me chamara então?

- Acho que de jovem, não sei a sua idade, mas em atitude você ainda é muito imaturo. Eu lhe ajudarei a crescer nisso lhe farei crescer de corpo e alma.

- Certo! – Depois dessa conversa não falamos mais nada durante a viajem, até o anoitecer, onde montamos um acampamento para passar a noite. Estávamos em meio a uma planície, no meio da estrada principal.

Passamos a noite dentro da carroça, que era bem espaçosa dentro, já que não tinha muitas coisas dentro dela, a noite foi longa. Mas quando acordei a carroça estava em movimento e o velho avia sumido.

De imediato fui verificar a parte da frente da carroça, e lá estava ele, manejando os cavalos com a maior tranquilidade que qualquer um poderia vir a ter.

- Finalmente você acordou jovem. Passou bem à noite?

- Sim... Mas porque você não me acordou Mestre?

- Resolvi deixa-lo descansar por enquanto, pois assim que chegarmos ao local onde iremos passar o resto dos dias, você não terá tempo.

- Ce-certo... – Falo um pouco assustado.

Prosseguimos a viajem por mais três dias agindo e interagindo da mesma forma, até que chegamos a uma pequena clareira de uma floresta iluminada por poucos raios solares, mas que emanava ser um lugar calmo e alegre.

Lá paramos ao lado de um pequeno casebre de pedra, que ficava logo abaixo de uma grande arvore no centro da clareira, e em torno dessa arvore pequenos pontinhos brilhantes de variadas cores aparentavam dançar junto a melodia da floresta ao redor.

- Mestre o que eles são? – Falo estendendo a mão para tentar pegar um deles.

- São espíritos elementais, dizem que eles auxiliam no uso da magia, mas eu sinceramente acho isso dispensável. – Uma das luzes vem até a minha mão, a sua cor era perto do preto, mas era voltada para o roxo. – Pelo jeito ele gostou de você, ou como um mago falaria a sua especialidade é... Trevas? Era isso?

O pontinho fica um pouco maior, mas não ultrapassa o tamanho da minha mão e toma a forma de uma mulher com asas de borboleta arroxeadas, ela vestia um vestido que ia até o joelho que era preto com detalhes em roxo.

- Trevas? Gostei... – Falo desviando um pouco o olhar da figura mágica, mas logo após voltando-o novamente para o espírito. – Qual é o seu nome?

- Ela não vai responder, eu não posso ouvir a voz do seu espírito, por isso ela não falara quando tiver mais alguém com você.

- Espera Mestre! Está dizendo que a partir de agora ela ira me seguir para onde eu for?! – Falo surpreso.

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