Dores

14 3 0
                                    


Logo após a nossa pequena discussão, retornamos para a pequena casa onde reuniríamos os recursos necessários para a nossa expedição sem retorno.

Na manhã seguinte partimos para o grande buraco, no centro daquelas ruinas, e descemos cuidadosamente pela sua lateral.

No final da buraco, nos deparamos com uma gigantesca caverna, com diversas passagens se entrelaçando, não sabia-se para onde cada uma delas iria nos levar, por isso escolhemos uma aleatoriamente.

A composição básica dos minérios que se encontravam na região, eram granito, ferro, ouro e alguns diversos cristais espalhados pela região.

Seguimos pela caverna, até chegarmos em uma área ampla, onde decidimos por fazer o nosso descanço ali mesmo.

- Dark... Podemos dormir juntos essa noite?

- Já que essa região é muito fria, isso nos trará grandes vantagens, por isso sim.

Ajeitamos o nosso acampamento nos alimentamos com algumas ervas que havíamos trazido, indo dormir logo em seguida.

A noite estava tranquila, na caverno não tinha nenhum ruído o que me incomodava, me impedindo de dormir, por isso após a Luna começar a dormir, comecei a explorar a grande ala na qual nos localizávamos.

Era muito estranho não haver nenhuma criatura habitando aquela caverna tão grande, a única hipótese aceitável seria no caso de haver uma grande criatura, que expulsou as outras.

Depois de certo tempo explorando o lugar, começo a ouvir alguns ruídos, resolvo então me aproximar da região onde eles se encontravam.

Ao me aproximar do lugar, fazendo o mínimo de barulho possível, me deparo com uma gigantesca criatura, sua cor era branca, e tinha uma longo e fino corpo, suas patas eram afiadas como uma espada, e em sua cabeça havia duas grandes garras.

Dou alguns pequenos passos para trás, espantado com a criatura.

- O que é isso...? – Escuto alguém falar em um tom baixo e assustado.

Olho para trás e me deparo com a Luna, que demonstrava total horror diante daquela criatura.

- Calma Luna. – Falo em um tom baixo para não atrair a criatura. – Vamos sair daqui antes que a criatura nos note...

- Cer-certo...

Nós retornamos para o acampamento, e ajeitamos as coisas para seguir a nossa viagem sem rumo.

Depois de muito tempo caminhando enxergarmos a luz da saída.

- Finalmente! – Falamos ao chegar no ponto atual.

E junto a nossa fala um rugido intenso cobriu todo o vazio da caverna, e junto a ele o som de cortes profundos em metal reverberaram pelo ambiente.

- Corra! – Gritei.

Nós corremos na direção da luz, mas no meio do processo a Luna tropeça e cai, volto para ajudar ela, mas o seu pé havia ficado preso em uma fissura na pedra.

- Droga! – Tento retirar o pé dela, mas ao ver a situação que ele se encontrava, me desesperei.

Seu pé estava sangrando, e ela demonstrava claramente essa dor.

- Desculpa Dark...

- Não se desculpe! Eu não a deixarei morrer aqui!

A criatura estava cada vez mais próxima, e a tenção no ambiente aumentava, eu decidi carrega-la até a saída, não poderia deixa-la para morrer.

- Segure-se firme. – Eu a pego com os meus dois braços, enquanto ela se apoiava em meu pescoço, e ergo o seu leve corpo, para leva-la dali.

- Certo... – Seu rosto estava corado, e ela tentava evitar olhar diretamente para mim.

A criatura estava cada vez mais próxima, o que me aterrorizava.

Apesar de seu tamanho, a criatura era ágil e veloz, o que era assustador, mas eu não poderia desistir ali.

Sigo correndo desesperadamente até a luz, chegando nela noto que o ambiente muda completamente, para alguma estrutura formada por tijolos cinzentos, muito provável que fosse uma torre, por causa de seu formato circular.

Em suas laterais havia uma escada em caracol, por onde eu começo a subir desesperadamente, e a criatura, ao chegar na ala, começa a subir pelas paredes, destruindo toda a estrutura ao seu redor.

A minha adrenalina estava em seu ápice, essa era uma verdadeira questão de vida ou morte, e eu tinha que impedir a morte dela.

- Dark? – Ela fala em um tom carinhoso.

Eu não podia responde-la, pois estava concentrado nos barulhos de destruição que vinham de trás de mim, e nos meus passos que não poderiam parar por nenhum segundo.

- Pode me deixar aqui... – Eu olho para o seu rosto, lagrimas escorriam por ele.

- Não posso fazer isso!

O chão em meus pés começa a rachar, a estrutura estava entrando em colapso, não sabia quantos andares nós já havíamos subido, mas tinha certeza que já estávamos a quilômetros do ponto inicial.

Quando faltava pouco para o andar final, o chão em meus pés quebra, por sorte eu consigo me segurar com uma das mãos a beirada do final da escadaria, e a outra eu segurava a mão da Luna.

- Suba Luna! – Um grunhido ardente se expandiu no ambiente, junto ao barulho das grandes pedras que caiam naquele grande buraco.

- Desculpa Dark... – Sua mão começou a escorrer, mesmo tentando segura-la com toda a minha força eu não conseguia mantê-la junto a mim.

Seus dedos escorreram entre os meus, e no momento seguinte todo o seu peso havia sumido, ela tinha me soltado e ido em direção da morte.

Termino de escalar, com certa dificuldade, saindo em um pequeno armazém, ela nesse momento estava morta, e não teria mais como voltar atrás, eu sabia disso, mas o meu peito ardia em chamas do ódio.

Eu me levanto decidido, a não permitir que minhas promessas retornem a serem quebradas, eu não queria isso, mas tive de aceitar a minha situação, e jurar nunca mais vir a prometer o improvável.

Aventuras em ZarganfOnde histórias criam vida. Descubra agora