Capítulo Um

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Corria desesperadamente pelas ruas de Londres a Oxford Street estava um caos como sempre, mas tenta não me abalar. Mais um emprego, mais uma luta diária. Era a rainha dos empregos temporários, mas finalmente Ryle tinha-me conseguindo uma entrevista como babá em um dos mais caros bairros de todo Reino Unido. Então resolvi me vesti bem, até uma babá aqui tinha que ser apresentável, escolhi uma calça preta de alfaiataria e uma blusa verde com um blazer preto, tá posso ter exagerado um pouco para o cargo, mas o que podia fazer a primeira impressão é a que conta.

Parei em frente ao casarão colonial, com portões grandes de grade preto e um brasão com um leão rugindo e as letras T e S de bronze. As árvores e arbustos bem cuidado. Encarei o lugar, enorme e com cara de milhões de libras. Sim estava assustada, em pânico mas precisava desse trabalho. Procurei por uma campainha ou interfone até que ouvi uma voz saindo de uma caixinha ao lado.

— Posso ajudar? — Dei um pulo para trás colocando a mão no coração.

— Minha nossa que susto. — tento me recuperar do meu mini infarto e aproximo da caixinha — Oi, Bom dia. Meu nome é Kira Ross eu estou aqui para uma entrevista.

A caixinha se fez em silêncio. Começou tão falante e agora vai fica fazendo charme. Rir baixinho, então o portão se abriu. Olhei para os lados um pouco confusa, então a caixinha mandou eu segui em frente por uma caminho longo de pedras. Ao lado árvores grandes composta com pequenas flores da estação e o gramado verde com aspecto de fofinho.

Uma senhorinha de um pouco mais de setenta anos sai pela porta da frente vestida com um vestido preto de governanta e os cabelos presos em coque alto. Ela sorri para mim, vou me aproximando seus olhos azuis com algumas marquinhas do tempo e pele branca. Com uma expressão simpática ela me cumprimenta.

— Bom dia Kira, está um pouquinho atrasada. Meu nome e Magnólia — ela me estende a mão — Você tem sorte que o patrão não irá entrevistá-la.

Tentei fazer a maior cara de pau que já fiz em toda minha vida. Não me atrasei por querer até por que chega pontual nesta cidade do caos e quase impossível. Mas ela diz com um grande alívio que o patrão não ira me entrevistar, pelo jeito ele de ver o monstro da bela ea fera para ouvir o alívio na voz dela. Sorri apertando sua mão.

— Bom dia senhora Magnólia. Não foi por querer, sabe como é Oxford Street neste horário.

Ela arregalou os olhos colocando a mão no coração.

— Oh menina, você veio de lá até Kensington a pé ?

Balancei a cabeça com um sorriso forçando, bom já estava acostumada a andar longos caminhos. Fazia trilha sempre quando podia, gosto da natureza, acho que uma válvula de escape para a situação real da minha vida. Depois que meus pais morreram, estava com dezoito anos e a pequena Lili com onze, tive que me desdobrar para cuidar da minha irmã. Comecei a trabalhar em lanchonetes de dia e em bares a noite enquanto uma tia cuidava de Lili. Um dia cheguei em casa mais cedo e encontrei minha pequena lavando o chão quanto a mulher estava transando com dois homens em um quarto com a porta escorada, seus gritos podiam ser ouvidos da rua. Aquilo me deixou sem chão. Sempre disse para Lili ajudar no que fosse preciso, pois moramos de favor em sua casa.

Peguei minhas economias de um ano inteiro, arrumei as coisas da minha irmã e fomos embora daquele lugar nojento. Encontrei um pequeno apartamento pelo preço que tinha juntando por um ano, mas a proprietária teve compaixão e fez pela metade. Ensinei Lili a ir e volta da escola sozinha além de fazer sua própria comida. Trabalhei em dois lugares, juntando dinheiro para não deixar nada faltar para minha irmã. Tudo nós foi tirando de uma vez só, passava noites em claro tentando arrumar um jeito de não deixar Lili passar fome.

Faça-me SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora