Capítulo Nove

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Eu amava as aulas de Russo, e aquele lindo professor com o sotaque sexy me fazia tremer as pernas de ansiedade por cada aula. Dessa vez ele veio a mansão dos Scott's, então como uma excelente babá que eu era resolvi servir um lanche para Alexey Smirnov estava fazendo um excelente trabalho com meu pequeno Thomas. Seus olhos verdes esmeraldas e os cabelos pretos um pouco despenteado e aquela barba por fazer me fazia suspirar a cada sorriso torto que ele dava, suspirei só imaginar. Alexey se sentou na mesinha próxima a enorme janela da biblioteca da casa, ele sorriu pra mim.

— Obrigado Senhorita Kira. — me senti uma princesa da disney suspirando.

— Não tem de quê Senhor Smirnov. Espero que goste de bolo de chocolate.

— Meu preferido. — ele sorriu dando uma garfada no pedaço de bolo, seu gemido de aprovação me fez arrepiar — A senhorita tem um dom na cozinha.

— Ah, eu tento. Como está Thomas com as aulas? — me sentei ao seu lado, observando ele comer.

— Muito bem, ele sempre foi uns dos meus melhores alunos.

— O senhor só dá aula pra crianças? — perguntei tentando me fazer inocente.

— Inicialmente sim, mas estrou pensando em abrir uma trumar para adultos.

A cada R puxando eu me fascinava mais com seus lábios perfeitos. Ele tinha um jeito engraçado de mastigar, sempre fazendo um biquinho no final.

— Se o senhor abrir, eu gostaria de me matricular. Sempre quis aprender Russo.

Ok. Estava sendo atirada, mas ele era solteiro e eu também. Não estou errada em querer uma pequena aventura com esse professor charmoso, vocês devem está pensando por que não estou tão abalada por causa do beijo de Travis. Na verdade eu esperava por aquilo, o desejo que percorreu em meu corpo foi substituído por uma desilusão grande. Naquele mesmo dia, descobri o quando ele via sua amada Viviane em mim, aquele vestido foi uma prova de que para ele eu não era Kira Ross, e sim Viviane Scott. Então decidi esconder aquele beijo dentro de uma caixa onde nunca mais sairia de lá. Então voltamos ao Russo bonitão.

— Seria um imenso prazer ensiná-la minha língua.

Engoli seco quando ele pronunciou a última palavra da forma mais erótica que já vi, Alexey se aproximou de mim, mirando aquelas duas esmeraldas brilhantes, ele chupou seu dedo que estava sujo de chocolate passado a ponta da língua.

— Seria mais prazeroso ainda senhorita Kira, ensiná-la tudo o que sei.

— Aham — eu estava balançando a cabeça igual aqueles cachorrinhos de mola.

A porta se abriu com tudo, um susto me fez pular da cadeira como se ela estivesse pegando fogo, segurei a bandeja sobre meu peito encostando no vidro. Travis olhou para mim com aquele olhar rígido, depois olhando para o professor de Thomas que comia calmamente com um leve sorriso nos lábios. Assim que terminou o safado do Russo se levantou limpando a boca com o guardanapo, se aproximando de mim ele tomou minha mão beijando de leve.

— Obrigado pelo lanche senhorita, até mais ver.

Alexey passou por Travis o cumprimentando e assim sumiu pelo corredor, reuni todas as forças que tinha juntando a louça em cima da mesa, coloquei tudo na bandeja para levar a cozinha, mas sabia que minha saída não seria tão fácil quanto a do professor. Travis continuou a me encarar.

— Algum problema senhor Travis? — perguntei tentando não encontrar seus olhos.

— Você estava flertando com ele?

Como dizer ao contrário se tudo o que ele viu era verdade? Bom, deveria me fazer de sonsa e dizer que ele estava louco. Mas funcionaria ?

— Isso é uma pergunta um tanto particular. Mas como sei que o senhor não ira me deixar passar sem uma resposta. Então sim, eu estava flertando com ele.

Talvez seja minha estatura baixa ou Travis tinha ficando maior que já era, ele cobriu a passagem da porta me fazendo erguer os olhos para encará-lo. Dei um passo para trás e ele tomou a deixa para fechar a porta, nos mantendo naquela biblioteca.

— Não permito relacionamento entre funcionários. E muito menos em local de trabalho.

— Ótimo, não pretendia transar com ele aqui mesmo.

O vermelho em seu pescoço se intensificou tomando todo o rosto. Deveria manter minha língua dentro da boca. Ou de preferência na boca daquele professor maravilhoso.

— Você não vai sair com ele Kira!

— Como é? — fechei os olhos, respirei fundo, contei até um milhão e voltei a encará-lo — Saio com quem eu quiser, o senhor não manda em mim.

Travis passou a mão pelos cabelos, na minha cabeça eu estava tentando achar o ponto onde eu deixei ele comandar minha vida. Talvez ele estivesse pensando eu era uma das suas propriedades ou uma vaca premiada.

— Não me importo, não quero que saia com ele. E você não vai sair!

— E por que não?

— Por que... porque eu não quero e não permito relacionamento entre funcionários.

— Essa é a pior desculpa que já ouvir, não faz sentido pra mim.

Dei um passo à frente indo até a porta, tive que equilibrar a bandeja em minha mão para abrir a porta, mas antes de sair algo surgiu em minha mente me fazendo recuar, fechei a porta colocando a bandeja em cima da mesa. Voltei meu olhar ao homem próximo a lareira.

— O que o senhor quer de mim? — perguntei firme cruzando os braços. — Eu não entendo, um dia me detesta, ameaça-me e até grita outra me trata como se, como se eu fosse ela.

— Do que você está falando? — ele parecia confuso.

— Eu sei sobre sua falecida esposa senhor Travis. Sei da sua dor e tristeza, e também sei que me pareço com ela, por isso me emprestou aquele vestido. Não sou ela, não sou Viviane. O senhor não pode me controlar.

Ele riu, mas a sua risada era amargurada e cheia de dor e sofrimento. Ele deu um passo em minha direção, se tornando ameaçador. Recuei tanto que bati de costas na parede, ele continuou me olhando com aquela sombra em sua face.

— Não ouse pronunciar o nome dela novamente. Ao contrário de você, Viviane era doce, meiga, simpática e sabia o seu lugar. Não uma garota atrevida, petulante e vulgar como você, que se insinua pelo primeiro par de olhos simpáticos, não ouse comparar uma dama com uma plebeia.

Empurrei ele para que se afastasse de mim, suas palavras machucaram fundo em minha alma, engoli o choro e forcei as lágrimas que queria descer a retroceder, ergui meu queixo indo em direção onde deixei minha bandeja, abri a porta batendo ela atrás de mim. Segui em silêncio para a cozinha deixando a louça suja na pia, segui pelo fundos até um jardim secreto que tinha ali, andei mais um pouco o outono estava chegando e a árvore do armbar estava com sua coloração alaranjada, parei de baixo dela segurando no tronco, então deixei as lágrimas rolarem.

Não entendia o por que da sua agressividade e dessa grosseria, como suas palavras atingiram dessa forma. Nunca me permitir chorar por um homem, nem mesmo aqueles coisas horríveis para mim, então por que estava me importando com um amargurando e atormentando. Uma raiva cresceu dentro de mim me fazendo chutar as folhas no chão, eu deveria ter esbofeteado ele ou jogando aquele prato em sua cabeça e rachado. Respirei fundo olhando para o céu, não deixaria aquele infeliz me desestabilizar daquela forma. Não mais, vou devolver na mesma moeda.

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