Capítulo Três

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O som estridente do despertador me tirou de um belo sonho onde nadava em um raio de águas azuis e cristalinas. Alcancei o aparelho desligando, me levantei me arrastando até o banheiro, fiz minha higiene, fui até a cozinha para fazer um café, quanto a água fervia tomei um banho, vesti meu uniforme amarrando meu cabelo em um coque bem penteado, limpei o restinho de maquiagem de ontem passando apenas uma base para não mostrar as olheiras, passei um batom nude indo até a cozinha, terminei o café tomando uma xícara fumegante desse despertador natural.

A campainha tocou indicando que Brown havia chegado, peguei minha bolsa deixando um bilhete de bom dia para Lili, desci as escadas dando de cara com um Bentley prata estacionando, não era o carro de Brown o que achei muito estranho, a buzina tocou me assustando e o vidro do banco de trás se abriu Thomas estava sentado com o olhar baixo.

— Bom dia Kira. — Ele me saudou com a vozinha triste, então o vidro da porta do passageiro se abriu.

— Entra logo não estou por sua conta! — Travis gritou assustado nos dois caminhei pelo outro lado para entrar mas ele gritou — NÃO! VOCÊ VEM NA FRENTE!

Meu Deus, o homem gostava de gritar ainda mais de manhã. Dei a volta me sentando no banco do passageiro, o olhar rígido e sombrio de Travis, tentei manter o bom humor. Me virei de costas tocando no joelho de Thomas.

— Oi pequeno príncipe, bom dia pra você — sorri amigavelmente, ele me retribuiu o sorrindo segurando na minha mão.

O caminho para o colégio foi silencioso, agradeci por isso acho que minha cabeça não aguenta tanta gritaria logo pela manhã. Mantive-me concentrada na rua, já que conversar não era muito o forte dessa família.

Chegamos a escola de Thomas em dez minutos, ele desceu do carro vindo em minha direção, passei o braço em seus ombros apertando.

— Vai ficar tudo bem viu — sussurrei em seu ouvido.

Segui o grande patrão Travis a sala do diretor, sempre um passo atrás dele, ele estava lindo em um terno cinza claro com uma gravata preta e blusa branca por baixo. Ficava me perguntando se ele tinha alguém para escolher suas roupas ou escolhia sozinho, nem um amassado ou fiapinho fora do lugar tudo metodicamente perfeito.

O diretor um senhor de meia idade com uma barriguinha protuberante e calvície iminente. Ele cumprimentou Travis com a maior das satisfações e um aperto de mão.

— Senhor Hughes vim para resolver o caso de Thomas. — Travis foi direto ao ponto se sentando em uma cadeira vazia, Thomas se sentou ao seu lado e eu me mantive atrás dele. — Thomas vem brigando constantemente na escola e só ontem ele me contou o ocorrido. — ele respirou fundo se virando para o diretor levantou a franja dele mostrando o roxo — O senhor pode me explicar quais consequências serão tomadas em relação a isso?

Desde quando ele toma as dores do menino? Ontem ele queria escorraçar o pobre para um internado e hoje estava dando um de super pai? Realmente não entendia esse homem, tão volúvel e complicado.

— Eu sinto muito pelo seu filho senhor Scott, mas Thomas tem demonstrado um comportamento muito agressivo. Ele tem xingando as professoras — É ferrou, olhei para Thomas que cruzou os braços bufando — Receio que o senhor tenha que colocá-lo em um colégio interno.

Eu e minha boca grande.

— Ninguém vai coloca ele em lugar algum! — seguro Thomas pelos ombros — Não é assim que se resolve as coisas moço, vocês nem ouviam o que Thomas tem a dizer e já querem mandar ele embora.

— Kira — Travis rosnou se virando para mim.

— Desculpa senhor Scott, mas o senhor tem que ouvir o seu filho. E o senhor também diretor — me agachei ao lado de Thomas tomando a sua mão — Vamos conta a eles o que aqueles meninos fizeram.

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