Na beira do Abismo

Seja bem vinda, em que posso ajudar?

– Então... Sou a Serena, te liguei por recomendação de uma amiga.
– Olá Serena, prazer, Veronica. Em que posso lhe ajudar mesmo? — Veronica questiona novamente.
– Queria marcar uma sessão com você, como faço isso? Por aqui mesmo?
– Sim, para quando? Tenho vaga hoje a tarde por volta das 15h, o que acha? — Veronica fala checando seus horários em sua agenda.
– Ótimo! Marcado, mais tarde estou aí. — Serena responde animada.
A mesma desliga o telefone e coloca em seu despertador o horário que deve ir se encontrar com a psicóloga e também pesquisa na internet onde fica o consultório.
Serena continua seu dia normalmente, vai na faculdade confirmar a matrícula, vai em algumas livrarias ver o preço de alguns livros que estão em sua lista. Passado o tempo, por volta de 14h30 o celular de Serena desperta avisando que ela tem consulta.
Serena começa a se arrumar e pede um Uber. Ao ver que seu uber chegou, ela sai de casa e entra no carro.
– Boa tarde, a rota é essa mesma ou você prefere ir por outro caminho? — Questiona Anderson, o motorista do Uber.
– Pode ir pelo aplicativo mesmo, não conheço muito o local. — Serena responde não tão interessada.
Após alguns minutos de viagem, Serena pega seu celular e vai checar o WhatsApp e acaba vendo que depois que Aaron saiu de sua casa na noite passada, ele foi para uma festa com seus amigos. Serena não gostou do que viu e questionou Aaron.
– Então quer dizer que você saiu da minha casa e foi pra uma festa? Logo você que cobra que eu não posso ter amigos e só posso sair acompanhada com você? — Serena envia irritada.
Aaron logo responde:
– E qual o problema? Não esquece que quem estragou a nossa noite de ontem foi você. Não enche, onde você tá? — Ele responde colocando a culpa em Serena.
– Indo na psicóloga que a Lisa me indiciou. — Serena responde com medo da reação do parceiro.
– Então você tá indo em uma psicóloga? Hahahaha, não sabia que eu namorava com uma louca, se interna também. Falou. — Responde Aaron debochando e tirando sarro da situação.
Serena não responde e desliga o telefone mega triste com o que havia acontecido.
Continuam a viagem normalmente até que chegam em seu destino.
– Chegamos, senhora. A viagem deu R$11,50. — Anderson diz parando o carro enfrente a um edifício.
Serena paga e desce do carro sem falar nada.
Ao entrar no prédio, da de cara com o recepcionista que logo recepciona Serena.
– Boa tarde, sou Zach, em que posso lhe ajudar? — Pergunta Zach todo animado.
– Boa tarde, tenho uma consulta com Veronica Lawrence, qual é o andar do escritório dela? — Responde Serena.
– É o 4º andar, o elevador fica a sua direita, fique a vontade. — Zach responde apontando para a direção do elevador.
– Obrigada.
Serena vai em direção ao elevador, entra e aperta o botão do 4º andar, ao chegar no andar desejado ela já da de cara com um escritório mega arrumado com uma placa escrita:  "Centro de Psicologia e Terapia Veronica Lawrence". Antes de entrar, Serena da uma respirada funda e abre a porta. Ao entrar da de cara com outra recepcionista, dessa vez, Ally.
– Boa tarde senhora, em que posso lhe ajudar? — Ally fala com um sorriso enorme em seu rosto.
– Boa tarde, tenho uma consulta com a Dra. Veronica. — Serena responde devolvendo o sorriso.
– Ok, vou precisar do seu nome e da sua identidade. — Ally responde checando o computador.
Serena responde enquanto procura e entrega a identidade para a moça.
– Meu nome é Serena Martini.
– Ok Sra. Serena, é só aguardar que ela vai chamar pelo nome. — Ally responde apontando para as cadeiras.
Serena vai se sentar e espera alguns minutos. Depois de 10 minutos esperando, ela escuta alguém chamando seu nome.
– Serena Martini? — Veronica fala da porta de seu consultório.
Serena logo avista uma mulher jovem, um pouco alta, dos cabelo longos e ruivos.
– Eu! — Serena responde levantando e seguindo a psicóloga.
Já dentro do consultório, Veronica senta e aponta para uma cadeira enfrente a sua. Em seguida, Serena senta na cadeira e começa a repensar se deveria mesmo estar ali.
– Então Serena, já nos falamos pelo telefone, o que lhe trás aqui?
– Não quero enrolar, mas, ontem meu namorado me agrediu, eu contei para uma amiga e ela me encaminhou para você, pensei bastante e eu acho que estou em um relacionamento abusivo... — Serena responde sendo breve e de cabeça baixa.
– Entendo, e o que te faz pensar isso? — Veronica pergunta anotando algumas coisas em seu caderno.
– Vamos lá então. — Serena responde se arrumando na cadeira.