Capítulo II - Eduardo

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Eduardo

Definitivamente não foi uma boa ideia aceitar a proposta do meu pai em assumir o legado dos Fonseca. Voltar para o Brasil não era uma opção por agora, talvez mais para frente, depois dos 50 anos, mas as vezes nada é como esperamos e aqui estou.

- Na boa Fonseca, você podia mudar essa cara, parece que chupou limão logo cedo. - Júlio, meu advogado e amigo disse enquanto me observava analisar um projeto.

- É a única que  tenho quando percebo que nesse lugar só tem estagiário incompetente. Não conseguem criar nem mesmo uma sala sem errar a metragem! - respirei fundo olhando-o. - Mas afinal, o que quer aqui, Dr. Lemos?


- Vim falar do projeto do shopping, o contrato está ok, agora você só precisa marcar uma reunião com eles, mas o assessor deles já me avisou que querem que você leve um contador junto para discutir as finanças.

- Lógico que um dos nossos contadores iriam, eles estão querendo me ensinar como conduzir uma negociação?  - respirei fundo e levantei-me para vestir o terno.

- Sei lá cara, só estou te dando o recado.

- Vamos, já deu a minha hora. Tenho que pegar o Bob na casa dos meus pais.

- Vamos Senhor Carrasco. - O imbecil soltou uma gargalhada irritante.

- Eu ainda não sei por que de ter te contratado...

- Além de ser o seu melhor amigo, sou o melhor advogado que você conhece.

Isso ele tinha razão, Júlio podia não ter juízo algum normalmente, mas com o trabalho era o cara mais responsável e dedicado que conhecia, e claro, muito eficiente.

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Uma das coisas que odeio é que fiquem me encarando como essa recepcionista está me encarando agora, depois elas não sabem porque são mandadas embora. O elevador demora achegar no 14º andar, onde fica a minha sala e a de reuniões, sim, o andar é todo meu.

O elevador veio vazio, o que agradeci, mas conforme foi descendo e não entrando ninguém  agradecia mais ainda. Mas como nada é perfeito, ele parou no 9º e  logo pensei na contadorazinha, aquela mulher ainda vai me tirar a razão e falando na demônia,  entrou acompanhada da inseparável amiga, definitivamente Juliana iria me tirar do eixo.

Não era a mulher padrão, mas quem liga? Era gostosa, tinha coxas grossas, que tentava sempre esconder com blusas grandes ou saias bem largas, mas só aumentava a minha curiosidade. Usava óculos, era a típica nerd e era cheirosa. O ambiente pareceu carregado, e sei que era a tensão, o elevador chegou na garagem e ela logo correu para ir embora sussurrando um boa noite e respondi em alto e bom som. 


- Boa noite,  senhoritas.

O lado GG do amor (Livro 1 - Amores) RETIRADA 17/05 ÀS 20HOnde histórias criam vida. Descubra agora