Fui para casa esbanjando felicidade. Era tão gostosa a sensação de saber que tudo estava bem entre nós dois. Passei em uma sorveteria e me dei um sorvete de manga como presente pela audição. Eu estava tão feliz que nada poderia estragar o meu dia hoje.
Antes de ir para casa, dei uma passada na doceria. Assim que entrei dei de cara com a Raysa conversando com a Beatrice.
-Olá flor do dia - Beatrice disse me dando um beijo e um abraço esmagado.
-Oi Bea - às vezes, eu a chamava assim. -O que vocês estão aprontando?
-Estou contando pra Beatrice sobre a audição, que você foi maravilhosa. Parecia uma anjinha cantando - Ray dançou sentada no banco.
-Estou tão feliz de ver você correndo atrás do seu sonho - Beatrice falou e Raysa concordou.
-Foi tão bom gente cantar de novo e tocar. Quero muito passar mas caso eu não passe, já estou feliz de só ter participado, sabe?
-Você vai passar para a final, tenho certeza! -Ray disse comendo um pedaço da sua torta de maçã.
-Beatrice, será que meu pai se importa de eu sair hoje?
-Sair com quem?
-Com quem? Você ainda pergunta? Claro que é com o Samuel gatão -, alguém pára, essa menina ~risos~
-Huuum, acho que ele não vai se importar não -Beatrice fez aquela cara de "te ajudo" caso meu pai não deixasse.
-Tomara... Vou ir almoçar porque estou morrendo de fome. Vamos Ray?
-Claro! Deixa eu só comer esse último, mas não menos importante, pedaço de torta -ela disse já dando a última garfada. -Vocês arrasam e sabem disso né!
-Ah, obrigada minha linda -Beatrice amava a Raysa mesmo considerando ela muito doidinha.
-Pronto.
Dei um beijo na Beatrice enquanto a Ray pegava suas coisas. Saímos da doceria e fomos direto para minha casa. Chegando lá dei de cara com meu pai, que tinha acabado de chegar do banco.
-Olá seu Marcos - corri para abraça-lo.
-Oi minha linda -ele me deu um beijo na cabeça. -E aí Raysa, beleza? -ele parecia querer ser descolado mas na verdade esse era o jeito dele.
-Oi tio Marcos, beleza! E com o senhor, tudo beleza também?
-Tudo ótimo.
Deixei minhas coisas no sofá pensando em como pediria meu pai para poder sair com o Samuel. Com certeza ele iria deixar, ainda mais sabendo que era com o Samuel, só que mesmo assim eu ficava meio travada.
-Pai, preciso te pedir uma coisa.
-O que minha filha? -ele disse com aquela paciência que sempre teve.
-O Samuel me chamou para ir comer uma pizza hoje e eu queria ver se você deixa eu ir. Juro que voltamos cedo.
-Vocês já se acertaram?
-Já -eu ri.
-Então, pode sim. Mas em casa até às dez hein mocinha. Amanhã você tem aula.
Fiz uma continência fingindo que meu pai era um general. Ele odiava quando eu fazia isso, alegava que não era um general. Eu fazia só por fazer, porque meu pai era o melhor pai do mundo. E estava longe de ser um "general".
Ele saiu para ir para a doceria e eu fui com a Ray para a cozinha. Peguei a comida na geladeira e nós arrumamos nos nossos pratos e colocamos no microondas. Fomos para a sala almoçar e assistir um filme e ali passamos o resto da tarde.
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Tudo por essa garota
Ficção AdolescenteGiulia Negrini é uma adolescente de 17 anos cheia de sonhos e histórias para contar. É muito inteligente, carinhosa e bondosa com todos que a cercam. Vive com o pai e a madrasta e é a craque quando o assunto é doce. E por causa dessa sua paixão pela...