Capitulo oito
Menos doze
Me sento na cama ainda zonza.
– O que... aconteceu? - Perguntei. Lize estava a mina frente ajoelhada. Ela continuou passando o pano gelado em minha testa; afastei a mão dela.
– Você estava treinando com o Dylan e depois, desmaiou. - Explicou ela. - Ele disse que você concentrava muita energia em uma coisa simples.
Tive um vaga lembrança dessa manhã. Dylan e eu em um espaço verde e quando ele me mandou imaginar...eu...eu imaginei chuva, granizo e por pouco eu não causara um furacão. Uma batida na porta me tirou do devaneio.
Lize a abriu e Rose entrou seguida da diretora e de Dylan. Ela ainda usava o uniforme preto e seu cabelo preso tinha alguns fios soltos. A diretora estava afobada e sentou-se ao meu lado conferindo se eu estava me sentindo bem. Dylan encostou no batente da porta.
– Eu estou bem. - Digo afastando-me de Maitê que me olha preocupada. - Só quero descansar.
Maitê concorda levemente com a cabeça e indica que todos devem sair. Eu não queria ficar sozinha e nem descansar, só queria que ninguém ficasse em cima de mim com panos gelados e remédios.
Dylan foi o último a sair. Depois de alguns segundos, a porta se abre novamente sem fazer barulho e ele entra. Não sei o que ele quer e eu não quero conversar. Ele se senta ao meu lado e me olha.
– Você está bem? - Perguntou ele preocupado. Neguei.
– Se eu estou bem? - digo. - Eu fui trazida para esse lugar contra a minha vontade, sou uma bruxa e minha mãe me escondeu isso a vida inteira, meu pai está morto e quando eu acho que estou ficando louca por ver uma sombra, que neste caso é um garoto de verdade com mudanças de humor constantes, você aparece e... agora estou sendo caçada nem sei por quem. Então, se você considera isso bom, eu não quero saber o que é mal.
Engulo em seco. Percebo que falei mais do que devia e desabafei com ele. Eu não deveria ter dito tudo aquilo. Encaro minhas mão finas e sem graça. Parece que essa coisa de Evoluta mexeu comigo e com meu humor e no meu modo de agir. Estou descontrolada e não sou mais aquela menininha que costumava ser.
– Desculpe. - Falo de cabeça baixa e minha voz vacila. Como eu queria ter a voz firme nessas horas.
– Tudo bem. - Responde ele de voz baixa. Ele me olha e sorri. - Então eu tenho descontrole no quesito humor? - sorrio lembrando de como fui precipitada e idiota no que disse. Coloco uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e respiro fundo.
***
No jantar, me sentei com as meninas e antes de voltarmos para a cabana, a diretora pediu a atenção de todos. Brad, seu pai e a avó tinham ficado no acampamento e pelo jeito, iriam ficar por um tempo.
– Peço a atenção de todos! De ontem para cá, mais doze Evolutas tiveram os corpos achados sem mais nenhuma gota de sangue. Os corpos foram achados em Los Angeles, Londres, Rio de janeiro e aqui em Chicago. - A voz de Maitê soava triste e nervosa.
Robert sussurrou algo no ouvido da diretora e quando ele acabou, ela deixou seu lugar no microfone e cedeu para ele. A postura do homem estava rígida e um pouco curvada de cansaço.
– Só em Chicago, foram achados três corpos. Dois, a menos de cinco quadras do acampamento. Temos que ter cuidado. Os caçadores deixaram bem claro, que estão por perto.
Um murmurio correu o interior da cabana. A garota loira que se apresentara no mesmo dia que eu, começou a chorar e a dizer que não queria morrer e abraçava sue guardião que parecia mais do que um guardião. Ele a consolava e quando ela percebeu que eu a olhava, fez cara feia e se virou.
– Desejo que passem uma noite tranquila. - Desejou a diretora reassumindo o microfone. As mãos dela tremiam e a voz gaguejava. - O café da manha será mais ce...cedo. Tenham cuidado, por favor.
Voltei para a cabana na companhia de Lize e Rose. Não consegui dormir e me revirei entre os cobertores. A janela ao lado de minha cama mostrava um pouco do lado de fora e achei ter visto alguém. Um vulto. Se fosse Dylan não ia ter graça. Me levantei e sai lá fora.
Ventava e estava frio. Envolvi os braço ao ledor de mim e me distanciei uns três metros da cabana. As copas das arvores estavam misteriosas e o clima estranho. Nuvens cobriam o céu escuro e sem lua. Um vulto passou por mim e se escondeu entre as arvores.
– Não tem graça Dylan! - Eu disse me aproximando mais da floresta de arvores a minha frente.
O vulto me notou e avançou mais para o meio da floresta. Eu tinha uma vontade enorme de segui-lo, mas era arriscado. Não sei como, mas, aquele vulto escuro, tinha algo de impressionante e hipnotizador. Continuei seguindo-o até chegar á uma clareira sombria e escura. Havia um placa fincada na terra indicando onde eu me encontrava.
Ala Leste.
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Acampamento: Darkshadow
Teen FictionEu corria. Não sabia para onde estava indo. Ele me perseguia e queria alguma coisa que eu não podia lhe dar. A floresta estava escura e a luz da lua não penetrava os galhos das arvores enormes. Tropeço em uma raiz espessa e meu corpo se choca contra...