Rei burguer - 12

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Quando abri a porta da sala e Luísa ficou maravilhada, mas sem entender

- Mas como assim eu não sabia da existência desse lugar? - Perguntou confusa

- Bom, na época em que nossos pais trabalhavam juntos, eles e uns amigos resolveram fazer uma sala de música secreta, onde só eles poderiam tocar, e que eles viviam se reunindo para tocar e desestressar a cabeça, mas com o passar do tempo uns foram se aposentando, meu pai aposentou e se mudou, e o senhor D'avilla não entra mais aqui porque não gosta de tocar sozinho

- E como você sabia da existência se era secreta?

- Quando vínhamos pra cá, uma vez eu perguntei pro meu pai onde eu podia me esconder de vocês, aí ele me trouxe aqui. Na maioria das vezes que eles se reuniam para tocar eu vinha também.

- Eu ainda estou chocada

- Por que não tocamos um pouco?

- Ah, faz muito tempo que eu não toco, estou enferrujada

- Que nada, eu te acompanho vem.

Ela se sentou no piano e eu peguei um Violon Cello que estava num canto, então começamos a tocar Thousand Years, era lindo ver os dedos delicados dela sobre as teclas daquele piano, eles eram tão ágeis. Percebi que ela estava cantando bem baixinho

- canta mais alto. - disse eu

- Eu não estou cantando. - Respondeu Luísa

- está sim, eu puxo e você continua

comecei
Heart beats fast
Colors and promises
How to be brave?
How can I love when I'm afraid to fall?
But watching you stand alone
All of my doubt suddenly goes away somehow
One step closer

no refrão ela soltou a voz junto comigo

I have died everyday waiting for you
Darling, don't be afraid, I have loved you
For a thousand years
I'll love you for a thousand more

Continuamos cantando até o fim da música

- Caramba, nós arrasamos. - disse ela animada

- Daríamos uma Ótima dupla sertaneja. - Respondi

- Não, odeio sertanejo. - disse ela

- Oooh respeita os modão

- Quem liga pra isso quando se vive em um mundo de Ariana Grande?

Fomos interrompidos quando o celular dela tocou

- oi, pode falar, sério? mas não dá tempo, não eu não consigo, tá bom darei um jeito, tchau. - ela disse e desligou o celular.

- O que aconteceu? - Perguntei sem entender o que tinha se passado naquela chamada.

- O dia do evento no Rio antecipou, e ficou para o final deste mês

- Nossa, mas já estamos no dia 19

- Pois é, ainda bem que já adiantei quase tudo

O celular dela tocou novamente
- Oi pai, por que? Não mas ele tem que ficar, vê se ele não pode, mas eu não posso, tá ok. beijo. - desligou novamente

- Sobrou pra você. - disse ela

- O que? - perguntei confuso

- Você vai ter que ir também, o Matheus ia representando a empresa junto comigo por ser investidor, mas parece que alguém está processando a empresa deles e por isso ele foi barrado

- processo por que?

- meu pai não me deu detalhes, só disse que você tem que ir por ser o diretor

- Você adorou né? - Perguntei em tom de brincadeira

- Nossa amei, meu namorado não vai e vou ser obrigada a olhar para a sua cara

- Nossa assim você me magoa, mas e aí, já está com fome?

- Pior que sim, o pessoal já deve tudo ter saído pra comer.

- Vamos também, conheço um lugar legal.

- Pode ser. - ela disse se levantando

- Então vamos.

Chamamos um Uber e ficamos esperando enquanto conversávamos

- Bom dia. - disse o motorista, então o casal vai para o Rei burguer?

- Sim. - Respondi

- Mas não somos um casal. - disse Luísa

- Humm por enquanto né?

- Sou comprometida. - Respondeu Luísa

- Sinto muito campeão. - ele disse virando pra mim

chegamos no restaurante e Luísa fez seu pedido e eu o meu, comemos que nem doidos até o talo, lembrei que iríamos viajar juntos e eu não via a hora
depois de almoçarmos voltamos para a empresa, estávamos conversando numa naturalidade que ela nem parecia a mesma Luísa de dias atrás, parece que agora ela se sentia confortável comigo novamente e isso era bom, porque podíamos fazer coisas incríveis, mas antes eu tinha que fazer ela confiar em mim novamente.

Luísa •
O dia tinha sido tranquilo apesar de descobrir que Matheus não iria mais viajar. Terminei todas as coisas na empresa e estava de saída quando fui interrompida por batidas na porta, era Joana.

- Amiga você viu a foto que está circulando?

- Não, que foto?

- Antes fosse só a foto, o problema é a notícia que vem acompanhando

- Me mostra logo
Era uma foto de Marcelo e eu almoçando mais cedo
com a manchete "Luísa D'avilla em almoço romântico com empresário Marcelo Pessoa"

- Eu não acredito. - Falei em voz alta

- Achei melhor te avisar logo, o Matheus pode ficar doido.

- Obrigada Joana, estou indo embora agora quem sabe ainda da tempo de resolver isso

Peguei minhas coisas e saí, Joana me acompanhou até a entrada, nos despedimos e ela subiu novamente
Vi um carro estacionado do outro lado da rua e logo reconheci, era Matheus, ele abaixou o vidro e fez final para eu entrar no carro

- Oi. - disse ele seco
- Oi. - Respondi
- Eu não quero explodir, que história é essa de almoço romântico?

- Não foi romântico, nós estávamos entretidos e quando percebemos todo mundo já tinha saído para almoçar, daí fomos juntos ué

- Vou te dar esse voto de confiança, mas nele eu não posso confiar

- Você nem conhece ele, ele não faria nada

- Vai ficar defendendo ele?

- Eu não estou defendendo ninguém

- É o seguinte, eu vou lá dentro buscar uma coisa que eu fiquei de pegar com o Vini, quando eu chegar a gente vai pra outro lugar e conversa melhor

- tá ok

Ele saiu, estava distraída quando ouvi um celular apitando, percebi que ele tinha esquecido o celular dele no carro, era mensagem que tinha chegado de uma tal de Alinne fui ler o que estava escrito mas devia aprender a parar de ser tão curiosa né porque estava assim: "E aí tudo certo para hoje a noite?"

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