👑🌼prologue🌼👑

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Me coloco ao lado do caixão que era coberto pela fina garoa que cobria todo o cemitério, dando aquela famosa sensação mórbida que você sente sempre que passa perto do local.

- "Safira O'Neall, mãe amada, filha carinhosa, boa amiga. (1980-2018)"- leio a lápide.

Eu me sentia horrível naquele momento, enquanto diversas pessoas gritavam, soluçavam, berravam e se esbaldavam tanto em choro, eu não sentia nada.

Absolutamente nada. E o pior de toda a situação? Ela era minha mãe.

Mas sim. Eu estava triste, depressiva e outros fatores que você é obrigada a ter sempre que algum parente próximo a você morre. Mas eu não conseguia demostrar isso, nunca consegui. Mamãe dizia que eu puxei isso do meu pai, ele sempre lidava com as situações desastrosas com tanta calma que parecia que não tinha sentimentos.

Mas ela sabia que ele tinha. Assim como ela deveria saber que eu também tenho. Ela compreendia minha falta de emoções a ver a tristeza de outras pessoas porque ela sempre me compreendeu. Ela me amava.

E ela era a única família que eu tinha. E lógico sem contar de um pai que nunca apareceu em sequer um aniversário nesses 17 anos!

Mas o que eu faria agora? Eu estou sozinha, levando a vida como se fosse de maior, sendo que provavelmente vão me jogar para morar com um parente desconhecido ou me mandarão para um orfanato!

- É mãe, você poderia ter levado embora as dificuldades que ficaram no meu ombro também não é?- resmungo incomodada.

Me retiro de perto do caixão e resolvo vagar um pouco pelo cemitério, sem tentar me importar que aquele lugar me dava calafrios e me lembrava de cada morte de um personagem dos meus livros favoritos.

Eu me sentia tão desprotegida por não ter minha mãe por perto, que a única coisa que eu queria fazer naquela hora era fugir, para bem longe ainda por cima!

E foi isso que eu fiz. Peguei o primeiro táxi que vi pela frente e voltei direto para minha casa, para relembrar o que havia sido perdido, antes que eu perdesse aquela parte de mim também.



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