Não obedece a sua promessa e chora. Nada adianta se seu peito é um conflito incessante...
Sente que caiu e que a queda foi dura. Sente que nunca mais poderá encontrar a borda do penhasco ou que nunca mais encontrará a felicidade. Quer uma luz, mas nada encontra além da solidão da tarde de domingo. Procura algo nas poucas pessoas que ela vê, mas nenhuma delas têm algo a oferecer, então procura água para molhar sua boca e encontra uma fonte pequena no parque...
Agacha-se e bebe água como se estivesse na ressaca profunda. Está delirando e delirando e quer mais água, bebe mais e mais... Pois, quer desaparecer, quer mergulhar em suas tristezas e se encontrar em um vazio sem fim. Está caindo novamente, achava isso impossível, mas novamente, ela está em queda. Sede... Sede...
Talvez a sede possa amortecer a queda. Talvez mais um pouco, só mais um pouco... Tudo possa desaparecer. Ela deseja isso.
Mas nunca chega lá.
No desfiladeiro de sua vida, nada pode a parar, menos alguém. Ela se fecha com mais dor ao ver quem é. Sabe que ele pode a salvar, mas ela não quer ser mais salva.
Ele não se importa com o que ela pensa ou quer.
O homem do Girassol não a consola nem nada, mas a para de tentar se afogar ali... Ela quer discutir como nunca fez, quer brigar com ele mais do que tudo, mas nada diz... Sem olhar para os olhos brilhantes dele, vai embora dali.
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Como um Girassol
PoetryNa floricultura há uma garota rodeada de flores... Na vida dela tudo parece estar certo, mas quando o homem do Girassol aparece e a bagunça por inteiro, talvez seja um pouco difícil ir tudo nos conformes...