Está vestida com o uniforme da floricultura, organizada para tudo e rezando para que certo alguém não apareça...
Não quer vê-lo. Pensa que se o ver, cairá novamente em suas mãos e odeia ser vulnerável. Odeia estar grata. Odeia porque seu orgulho pede.
Ela observa os girassóis da loja com um novo brilho, mas recua ao ver que está os olhando demais... Olhar para plantas e desejar ser como elas é um pecado, não quer ousar ter isso.
Segura a respiração e aguarda mais uns momentos: Nada e nada. Mas, mesmo assim espera escurecer para fazer seu trabalho na loja como sempre faz... Sorri ao ver que o dia fora até que produtivo com vendas de camélias e rosas e nenhum Girassol. Nada de Girassóis. Nada de brilho em uma tarde escurecida.
Talvez não vender Girassóis seja algo bom, afinal.
Ia fechando a loja com um sorriso enorme e reconfortante quando alguém toca seu braço, ergue os olhos e observa seu rosto sem entender como poderia estar fissurada.
Nada disseram quando ele ergueu a mão e entregou algo a ela, indo embora na mesma hora com pressa... Ela corou com um solavanco na alma ao perceber o novo Girassol que iria crescer em sua palma.
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Como um Girassol
PoesiaNa floricultura há uma garota rodeada de flores... Na vida dela tudo parece estar certo, mas quando o homem do Girassol aparece e a bagunça por inteiro, talvez seja um pouco difícil ir tudo nos conformes...