Entre a cruz e a espada

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As coisas entre Marcus e eu começaram bem de mansinho. Combinávamos nos pontos bons, nos ruins... Quando dei por mim, me encontrava totalmente dividida, apesar de sequer já ter beijado qualquer um dos dois, afinal, queria guardar o beijo para o altar, para aquele que seria meu marido. Piegas e cafona? Talvez para alguns. Eu  achava a ideia romântica e mantinha meu propósito.

Ele nunca forçou qualquer barra, sabe?! Mesmo sempre deixando claro que tinha sentimentos por mim, era fofo e cavalheiro demais para isso.

Apesar desses sentimentos confusos, continuei tratando Marcus do mesmo jeito de sempre. Não queria deixar transparecer algo e acabar o iludindo para depois perceber que foi tudo invenção da minha cabeça. Além do mais, o que eu sentia por Calebe ainda era muito intenso.


Algum tempo depois...

Recebi em casa um convite para um jantar que Marcus daria naquela noite, então me permiti ter um "Dia de Spa". Eu raramente me dava a esse luxo, não por não gostar, mas porque não tinha o menor jeito nem paciência para fazer todo aquele ritual de beleza em casa sozinha. 

Cheguei para o jantar no horário combinado (eu e minha pontualidade inglesa) e quando já estavam todos à mesa, Marcus começou a falar:

- Boa noite a todos! Convidei esta noite apenas aqueles que sei que representam algo na minha vida de alguma forma, porque tenho um anúncio importante...

Foi quando uma garota entrou; uma garota muito bonita, por sinal. Tinha o cabelo castanho bem escuro e liso, num corte Chanel longo, era mais ou menos da minha altura,  ou seja, baixinha, e tinha os lábios naturalmente vermelhos e grossos. Fazia lembrar bastante a artista Selena Gomez. Marcus pegou em sua mão e continuou com o discurso:

-... Família, amigos... Essa é a Natalia e nós estamos namorando.

O jantar seguiu. Eu, porém, ainda estava tão chocada que me mantive monossilábica e sequer consegui saborear a refeição. Quando dei por mim, o prato já estava vazio e eu nem sei o que comi. Mas interpretei tudo aquilo como um sinal, e eu não podia ignorar os sinais mais uma vez.

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