O fim das coisas

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Um ano depois...

Se me contassem que, aos vinte e um anos de idade, estaria estreando em uma Bienal do Livro como uma das autoras e recebendo relatos lindos de leitores sobre como o livro/diário havia os ajudado, eu absolutamente não acreditaria. Ou melhor, eu acreditei sim. Acreditei quando ouvi aquelas palavras ditas pela Voz, mesmo o contexto das coisas estando desordenado, porque eu a reconhecia e sabia que essa Voz não mentiria. O fim das coisas é melhor do que o início delas.

 Às vezes, tendemos a observar o mundo como se estivéssemos usando antolhos,  aquelas "viseiras" usadas no cavalo, que o impede de olhar para os lados e ter uma visão do todo, tendo apenas uma visão muito estreita das coisas que o cercam. Desejamos ver apenas um lado das coisas e insistimos naquilo.


Ao fim da Bienal, estava exausta porém radiante... Aliás, radiante era uma palavra ordinária para descrever toda aquela experiência. Se me encontrasse com a Aurora do último ano que passou, eu lhe diria: Vai valer a pena, mesmo que, às vezes, você não compreenda os caminhos que tudo isso está tomando. Quanto à minha vida pessoal ou amorosa, sigo esperando, e quando vier o que é perfeito, tudo o que é imperfeito desaparecerá. Tudo estava como deveria, e eu sentia paz com as escolhas que aceitei. Sim, eu as aceitei, não as fiz.  Mas aceitei porque entendi que as escolhas, antes feitas por mim, mesmo que para um bem maior, me causaram dor. 

Ah, só a nível de informação: Os meninos, que já estavam indiretamente em todas  páginas no decorrer do meu diário, ganharam também seu espaço na dedicatória. Mais do que justo.


Nota da autora: Ahhhh, acabou. Mas para a nossa Aurora, é apenas o começo. Espero que tenham entendido minha escolha nada fácil de optar que ela não ficasse com nenhum dos dois. Acreditem, até uns dias antes de publicar o livro, ainda tinha dúvidas sobre esse final, mas confio  ter sido a melhor escolha, pois se ela ficasse com qualquer um dos dois, estaria traindo sua própria essência. Marcus até podia ser um verdadeiro Príncipe, mas não tinha o coração dela. Quanto a Calebe, ela o perdoou mas isso não significa que precisassem ficar juntos. Ele terá que escolher seu próprio caminho (da fé, inclusive) sem a intenção de agradá-la. Acho que pelo menos a semente da mudança ela conseguiu plantar nele.

O livro de AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora