Capítulo 4

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Capítulo 4

*** Personagem anônima

É muito confortável a minha situação de observar a todos o tempo inteiro. Sei que pode intrigar as paredes, mas é assim que consigo me definir dentro de um espaço que posso considerar meu. As pessoas são em sua maioria, julgadoras, perante a algumas situações, mas não querem que ninguém desconfie disso... Eu, portanto, não estou me importando muito com o que irão pensar, desde que consiga definir para todos, que jamais irei esconder a verdade.

Ficou uma situação um pouco estranha no trabalho desde os últimos acontecimentos. As meninas sorriam apenas uma para a outra, sem aquela intimidade de antes. Parecem querer esconder algo intrínseco, como se ninguém soubesse o que havia acontecido.

Helô demonstrava uma feição preocupada, pois não desejava que as amigas a julgassem. Para ela, foi apenas um episódio ocorrido pelo excesso de bebida, mas ao olhar para Keka, sinceramente não eram os mesmos pensamentos que desejava transparecer para as amigas. Sentia que algo havia mudado, não que isso pudesse afetar o convívio, mas as sensações não eram mais as mesmas. Ela conhecera algo que jamais sonhou que fosse possível. Acima de tudo, conhecera algo em si, que em dado momento pensou que realmente estivesse ficando maluca. Nunca sentiu atração por mulher, aliás, nunca pensou que poderia sentir.

Gertrudes tentou se incorporar a egípcia. Seu olhar dizia para as demais, que tudo que aconteceu foi apenas porque fora encurralada a ir ao Clube das Mulheres. Na verdade, sentia medo de si mesma e de suas novas descobertas. Não sabia lidar com as experiências que viveu e sentiu, após se permitir viver intensamente e ser tocada por um homem. Não nutriu nenhum tipo de sentimento platônico em relação ao seu anjo negro, mas torcia para retornar à casa noturna, mesmo que fosse sozinha sem que as amigas soubessem. Queria, mesmo que secretamente, dar continuidade ao que iniciou. Mas isso era um segredo seu.

Keka foi a única que não se importou com o dia seguinte. No fundo, ela queria mais... Seus olhos pousavam sobre Helô como se descobrisse um diamante que estivesse em perigo de ser lapidado por qualquer mão. Ela já havia vivido antes, outros amores que envolviam o mesmo sexo. Não era surpresa que se encantasse pela amiga de trabalho, sempre foram as mais próximas, e Helô aos seus olhos tinha uma beleza estonteante, sexy, inteligente, displicente. Tentou algumas vezes se aproximar, mas teve medo do que ela pudesse pensar. Após algumas bebidas a mais na noite passada, aproveitando a distração das demais amigas, colocou-a contra a parede e confessou seus insanos pecados, toda vez que a ruiva abria a boca, seus lábios pareciam lhe convidar para um beijo que ela sempre esperou. Não houve tempo de dizer não. Não houve tempo, sequer, de se afastarem num gesto soberano de defesa. Estavam ali, uma de frente para a outra, olhos queimando, as pernas se encontrando. As luzes proporcionava uma ríspida sensação de que poderiam, se quisessem. E simplesmente aconteceu o primeiro beijo.

Celeste se viu sem ter o que pensar, desde que abriu os olhos e notou um novo dia. Tudo parecia realmente novo, só nada acontecia com o condão de mudar de fato a sua vida. Sua vida sexual estava sendo o primordial no momento, se houvesse uma. E para dizer a verdade, tem se masturbando como louca na esperança de que isso pudesse atrair o que deseja. Simplesmente pensou em desistir de insistir com o dançarino, afinal, ele só é uma alusão ao que mais deseja no momento; uma peça exposta na vitrine...

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