04.

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|| Francisca Nobre ||

Desci as escadas rapidamente, deixando a minha mochila, que guardava o essencial dos meus pertences, em cima do sofá.

Dirigi-me à cozinha para beber um pouco de água, uma vez que combinara tomar o pequeno almoço com Pedro durante a viagem até ao Algarve, e encontrei os meus pais que já faziam a primeira refeição da manhã, por meio de risos apaixonados e conversas cujos assuntos não me interessavam.

- Bom dia alegria! - saudei, bem disposta, beijando as bochechas de cada um.

- Bom dia, querida. Haja animação logo pela manhã. - olhou o relógio. - onde o relógio ainda nem as sete horas bateu. - a minha mãe não evitou a picardia com um sorriso de lado e mostrei-lhe a língua, o que nos fez rir.

- Juízo por terras algarvias, Maria Francisca. - o meu pai pediu, sempre protetor e eu sorri, abraçando-o pelos ombros, este que estava sentado e dividia a sua atenção entre a comida, a minha mãe e o jornal.

- Sempre, paizinho. - prometi e ele riu. - Obrigado por me disponibilizarem a casa e o barco. É mesmo importante para mim. - agradeci e eles sorriram-me.

- Um dias destes, quero ter uma conversa séria com esse tal de Pedro. - o mais velho da família avisou e olhei-o, escandalizada.

- Quando as galinhas tiverem dentes. - murmurei mas ele ouviu, lançando-me um olhar reprovador mas rindo, logo de seguida.

- Claro, é legítimo! - defendeu-se. - Quero saber quais são as intenções desse marmanjo para com a minha princesa. - acrescentou e revirei os olhos rindo.

- Pai, não me vês sorrir? Não me vês entusiasmada? Não me vês feliz? - ele acenou constantemente. - O Pedro é a principal razão de tudo isso. Não consegues perceber as intenções dele para comigo? - pisquei o olho e ele revirou os seus, fazendo-nos rir.

- Mesmo assim, quero deixar-lhe um aviso. - eu ri.

- Está bem, está. - cedi, apenas para que ele deixasse o assunto de lado.

Ouvimos a buzina de um carro e rapidamente me levantei, gesto que o meu pai imitou.

- Pai, não te atrevas. - ameacei, apontando-lhe o dedo e o mais velho gargalhou.

- Levantei-me para me despedir. - protestou, entre risadas, e olhei-o desconfiada, o que o fez rir ainda mais.

Acabei por me juntar a ele e despedi-me de ambos, agradecendo por me deixarem fazer aquilo.

Peguei a minha mochila e andei em passos apressados até ao carro de Pedro, este que se encontrava no seu exterior, junto da porta, à minha espera.

- Ficaste com medo de ser substituído por um algarvio? - fiz troça e ele mostrou-me a língua, antes de me puxar para um beijo.

- Nunca. O que é um algarvio ao lado aqui do Pedro Amaral? - proferiu, convencido e gargalhei.

- Não sei mas, se não fosses comigo, iria descobrir. - mandei-lhe a boca e ele intensificou o aperto da minha cintura, o que me fez rir novamente.

- Isso queria ele, seja lá quem for. - protestou e gargalhei, outra vez, realmente satisfeita com as reacções que Pedro demonstrava.

Entrámos no carro e partimos em direção ao Sul de Portugal, não sem antes ir buscar o nosso pequeno almoço ao Starbucks. A meio da viagem, trocámos de lugar, para que o jogador pudesse também descansar e assim, guiei-nos até à casa de férias que os meus pais tinham em Portimão e onde ficaríamos até amanhã de manhã, uma vez que teríamos de voltar ao trabalho.

Fénix | Pedro Amaral Onde histórias criam vida. Descubra agora