Rayssa, capítulo 3

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Cinco longos anos se passaram, e nada havia mudado, as coisas na verdade só pioravam. Além de suas asas agora terem mais de um metro ( apesar de conseguir controla-las e esconde-las ), havia perdido um amigo. Leon. Ele era órfão, e morava num orfanato em frente à sua casa. Eles tinham a mesma idade mas ele sempre fora menor que ela, e mais esperto também. Agora de amigo de verdade mesmo, só restara Luna ( o que era bem estranho que seus nomes era iguais ), que tinha lá seu jeito mais era legal, e companheira. E numa manhã de segunda-feira, Rayssa tomava café da manhã com seus pais e sua irmã, Sophia.
- Como passaram a noite? - seu pai perguntou.
- Bem. - ela respondeu
- Não sei, estava dormindo hihihi -Sophia respondeu.
      Sophia, apesar de ter seis anos, entendia bem sua irmã. Rayssa revelou seu segredo a uma única pessoa: Sua irmã, Sophia. Ela só não contou para Luna, porque acharia um máximo e também porque Sophia era criança, qualquer coisa dizia que estava fantasiada. Depois de tomar café com eles, saíram para escola. Já no carro seu pai perguntou:
- O que está havendo, Rayssa?
- Nada, por que a pergunta?
- Porque esta estranha...Ei! Por acaso está de namoro por aí?
- Claro que não, pai! Que idéias.
- É que você fica no seu quarto o dia todo, não fala com ninguém.
      Sim, aquilo foi constrangedor. Sua sorte é. de ter chegado logo à escola. Se despediu do pai e da irmã, saiu do carro. Logo que entrou na escola viu Luna, no
corredor da entrada, escutando música. Ela era uma menina bonita, um pouco maior que Rayssa, cabelos pretos, olhos roxos e adorava usar "All-Stars". Logo que viu a amiga veio ao seu encontro.
- Oi Ray! Como tem passado?
- Eu tô bem, mas desde que você jogou tortas na cara de minha tia naquele almoço familiar, que não era nem pra você ter ido, não pode mais ir em casa.
- Seus pais proibiram você de se divertir? Que vergonha!
- Dizem que você é má influência.
- Não sou, não! Só por que eu te ensinei a matar aulas?
- E a bater em alguém.
- Qual é? Você precisa se defender!
- E as novidades?
- Nenhuma. Já contei. tudo.
      Sua mente pesou. Luna contava tudo, bem, quase tudo, mas Rayssa escondia para si uma coisa que talvez ajudasse.
- O.k.! Vamos pra aula, antes que aquela bruxa nos suspenda.
      Elas foram, entraram na sala:
- Bom dia Srta.Jhonson! - Rayssa disse, enquanto Luna entrava quieta e se sentava no fundo. Ela fez o mesmo ao perceber ser ignorada pela professora.
- Alunos, hoje darei como tarefa a redação anuária da vida de vocês!
- Ahhhhh!!! - a classe disse em tom de desânimo.
- Por que eles insistem em saber da nossa vida - Luna disse em tom baixo pra que Rayssa escutasse.
- O que disse, Srta? - disse a professora.
- Eu? - Luna a perguntou.
- Sim, você!
- Perguntei por que a senhora insiste em saber da minha vida?
- Você não recebeu educacão de seus pais não? Me acompanhe, garota!
Não quero. Não fiz nada!
- Luna, vai logo! - Rayssa cochichou, mas os ouvidos biônicos da professora também a ouviram.
- Você também, menina intrometida! Venham comigo! - A professora interveio.
    As duas saíram da sala e a acompanharam tiveram uma conversa com a diretora, mas como Luna havia estado na diretoria o tempo todo a diretora havia se tornado  amiga. Depois da professora ter saido da sala da diretora, ela fez uma cara de tristeza e disse a elas:
- Meninas, eu não gosto do que vou dizer, mas, a escola vai falir!
- O que?! - disseram as duas ao mesmo tempo.
- E onde vai trabalhar? - Luna a perguntou.
- Aí vem mais uma notícia: Vocês iram ser transferidos para um internato que eu sou dona!
- Ah, menos mal... O que é um internato? - Perguntou Luna.
- Significa que vamos morar na escola! - Rayssa disse.
     A diretora sorria para elas, mas todas sabiam que a situação não era nada agradável.
- Quando vai anunciar para a escola? - Rayssa a perguntou.
- Hoje mesmo! Mas agora voltem para a aula.
     Foram para a sala, mas na porta Luna impediu que Rayssa entrasse e fez um sinal com a mão para ficarem na sala. Ficaram pra fora conversando, mas, aquela conversa deixou Rayssa se sentindo uma péssima amiga.
- Rayssa, sabia que você é minha única amiga?
- Por que diz isso? Conversa com a Carén também.
- A Carén é nojenta! Você divide o lanche, me ajuda quando saio de casa, me passa a cola de vez enquando e me conta seus segredos.
     Parecia que o mundo girava pra ela contar para Luna. Mas ela tinha medo de a achar esquisita, e deixar de ser sua amiga.
- Não vai dizer " Aiii que fofo"? - Luna disse o que a fez se sentir pior ainda.
      Depois disso, as aulas passaram bem lentamente, e o intervalo também. E o dia em sua casa foi pior, seus pais haviam saído com Sophia, e a deixado sozinha. Um silêncio inquebrável a convencera a contar para Luna. Mas queria contar pessoalmente.

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