Luna, capítulo 4

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Uma semana depois, Luna falava com Rayssa por vídeo:
- Oi Ray! - Luna disse, com o semblante meio triste.
- Oi Luna! Como vão ai? - Rayssa perguntou-a.
- Ah! - ela deu uma olhada para trás, onde se encontrava sua mãe em seu notebook, trabalhando. - bem... Eu acho! E aí?
- Eu estou bem, meu pai tá bem, minha mãe se prepara pra viajar, e a Sophia, bem a Sophia tá sempre bem.
- Sua mãe vai viajar? Ótimo!
- Ótimo nada!
-Ótimo sim! Vou na sua casa assim que ela sair!
- Venha á noite, quero te mostrar uma coisa.
- O.k.! Preciso ir!
- Ta bem, tchau!
- Tchau!
    Quando Rayssa desligou, Luna foi para cozinha, como sua mãe a mandara fazer o almoço, mas, só sabia fazer macarrão instantâneo. Então, foi o que fez. Comeram. Sua mãe foi tomar um banho, enquanto isso Luna foi ao sótão, ver o que encontraria lá ( só não queria encontrar nada de seu pai, pois ela não queria chorar, não naquele dia ). Subiu, e encontrou um quarto escuro, só havia uma janela iluminando um canto em horizontal.
- Uau! Tinha me esquecido de como aqui era sinistro.
   Ela pegou uma das muitas caixas e abriu para ver o que havia lá. Achou um baúzinho, tinha o tamanho de sua mão. Estava trancado. Fuçou na caixa, mas não encontrou a chave. Começou a procurar nas estantes. Até que, finalmente achou debaixo de seu pé, uma tábua solta. Puxou, e, lá estava a chave. Correu para abrir o baú. Abriu:
- Fotos? Só tem fotos? -ela disse indiguinada.
   Pegou uma das fotos. Na foto estava Rayssa, Leon e ela...

Eram melhores amigos, inseparáveis! Até que um dia, Leon ( que era órfão ) foi adotado. No dia que ele fora embora, Luna ao menos apareceu para se despedir, ela não gostava de chorar em público, e era o que faria. Quanto à Rayssa, ela era forte, despediu-se dele e sorriu. Luna admirava muito a amiga. Ia começar a ver as outras fotos, mas algo chamou sua atenção. Rapidamente fechou o baú e guardou as chaves em seu bolso. E correu para a única janela que lá havia, e viu algo sobrenatural, que talvez poderia ser sua imaginação. Mais que imaginação, hein?! Ela decidiu não comentar nada com ninguém.
- Lunaaa!! - a mãe dela havia a chamado.
- Tô indo!
   Rapidamente guardou o baú e desceu as escadas.
- Diga.
- Hoje é....
- Eu sei. Não quero falar.
   Elas se sentaram a mesa e comeram.
   No dia seguinte foi à escola. Quando chegou Rayssa conduziu a até o pátio, onde todos  alunos da escola lá estavam. A diretora com um microfone, não havia dúvidas para elas, a diretora ia falar sobre o a escola afundar.
- Atenção! Atenção! Todos! Silêncio! - A diretora pigarreou - Bom, como todos sabem, a escola não está em boas condições. Então, decidi transferir vocês para o meu internato! Bom na verdade, da minha mãe. Mas, vou transferi-los para lá! Sei que pode ser doloroso mas, um dia tudo acaba!
- Não vai ser doloroso, não. -Rayssa disse para a amiga.
- Então, no domingo, estejam todos na escola as três horas da tarde! Boas. aulas a todos!
- Imagina, Rayssa, como vai ser legal, sem pais pra mandar! Festas todas as noites! Vai ser demais!
- É, nem tanto. Vai parecer um hospício. Com certeza a polícia vai bater lá todos os dias.
- Qual é, Ray? Se anima!
   Ela pensou em falar sobre o que viu na janela no dia passado, mas nem falou nada sobre isso. Ela sabia que se houvesse alguma coisa, Rayssa a contaria.
   No domingo, às duas e meia da tarde Luna já estava pronta, só esperando às horas passarem. Até que não aguentou mais:
- Mãe, me leva agora pra escola?
- Claro, filha! Eu te levo e enquanto faz o meu trabalho aqui no computador!
- Esquece! Vou à pé mesmo!
   Foi. Mas percebeu que a caminhada seria chata, então passou na casa de Rayssa, que ainda estava se arrumando.
- A Rayssa já vem! - A irmã de Rayssa disse.
- O.k. bochechuda.
   Em seguida a menina saiu com as mãos na bochecha. Rayssa veio com uma mala.
- Vamos? - disse Rayssa.
- Não sei se minhas pernas aguentam, fiquei velha ao te esperar.
   Elas foram, e quando chegaram lá viram ônibus.
- O.k. Vamos lá! - Disse Luna.
-  O que foi? Você está estranha. hoje. - Disse Rayssa.
   Elas entraram na escola, logo em sua sala, que estava um caus. As turmas de diferentes períodos estavam juntas lá. Decidiram esperar para fora.
- Rayssa, isso é demais! É como fugir de casa sem precisar enfrentar a culpa!
- Isso não é demais Luna.
   Um tempo se passou, e logo entraram no ônibus. Acharam um lugar mais ou menos para o fundo.
- Vamos ouvir música. - disse Luna, botando fones de ouvido.
   Elas ficaram quietas por longos segundos, quer dizer, Rayssa
ficou quieta, Luna sussurrava as músicas que escutava.
- Ei! Olha aquela nanica! - sussurrou Luna a Rayssa. As duas riram.
   A garota da qual falavam, parou em frente ao banco delas:
- Posso me sentar aqui?
- Não sei... Vou pensar - Luna disse.
   Ela se sentou. Luna a olhou de cima a baixo. Era uma garota pequena, cabelos loiros, e sua voz era extremamente irritante.
- Quantos anos tem? - Luna disse caçoando a garota.
- A mesma idade que vocês - A garota disse.
- E como sabe nossas idades? - Rayssa a perguntou.
   O coração de Luna começou bater forte. Mas era de medo. Lembrara do que havia acontecido quando tinha apenas quatro anos.
   Os pais dela e ela tomavam o café da manhã, até que, sua visão turvou, sua vista clareou, e viu seu pai caído no chão, com uma flecha no peito.
     Quando voltou a si, perdeu o equilíbrio, e viu, através do vidro, uma flecha vindo, seu pai, se jogou em sua frente, e aconteceu, tudo que viu se tornou real. Agora, seu pai estava no chão, todo ensanguentado.
- Luna....- Rayssa a chamou.
- Hã? O que perdi?
- O nome dela é Adryanna, e é super simpática!
   Luna olhou para a garota, quase riu. Mas se segurou.
- Oi, Adryanna, meu nome é Luna. - Disse ela segurando a risada.
- Meu nome nem é tão feio assim! - Disse Adryanna.
- Mas eu nem falei nada! - indgnou-se  Luna.
- Falar e diferente de pensar. Pensar é pra quem não tem coragem de dizer na cara!
- Meninas, parem! - Rayssa inteerompeu-as.
- Nem comecei! - Luna exclamou.
- É melhor que não comece!  Ela olhou para o lado, Rayssa estava tonta, ela encostou no banco para se recuperar. As três ficaram quietas a viagem inteira (viagem da qual não fora depressa).
   Quando finalmente chegaram, saíram do ônibus e ficaram paradas olhando, com olhares de espantos se olhavam. A escola não era assim, como esperavam.

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