A Ladra de Biscoitos

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– Vamos lá Haught, só um gole para tornar isso mais tolerável. – Wynonna, minha "amada" cunhada, sacodia uma garrafa metálica de maneira provocante próximo ao meu nariz me fazendo ter ânsia por conta do cheiro.

– Wynonna, pela milésima vez, NÃO! – Digo irritada enquanto empurro sua mão para longe fazendo com que um pouco do liquido derrame na sua blusa, que a proposito era fina demais para o tempo frio da cidade, mas quem sou eu para julgar Wynonna Earp? – Se o turno da noite é tão insuportável assim para você, ficasse na sua casa ao invés daqui me enchendo e obrigando a beber no trabalho. – Continuo com o tom de voz irritada enquanto encarava as ruas vazias de uma noite quieta em Purgatory.

Wynonna e eu estávamos no nosso primeiro dia oficial trabalhando juntas, depois de termos colocado em consideração que trabalhamos bem em dupla, após passarmos um dia intenso de confusão resumido em ficar algemada a ela, enquanto fugíamos de um grupo de Retornados, quase sermos feitas de latifas para um gnomo que, não só era estranhamente alto, como também extremamente fedorento e terminando com a Herdeira surpreendendo-me ao me defender de uma velha homofóbica com certo teor nazista.

Acontece que também estávamos alcoolizadas quando fechamos esse acordo e eu disse coisas que nunca diria a ela em meu estado normal. Entretanto não dava para voltar atrás, podíamos até termos admitido que nos damos bem, mas isso não encerraria nossos impasses. E aqui estou eu, dirigindo em uma patrulha noturna com uma Wynonna Earp que não para de beber e falar quais caras dos vingadores ela levaria pra cama, o que estava fora de contexto já que o Batman e Aquaman são da liga da justiça!

– E quem disse que é a noite que está sendo um pé no saco? – Ela responde revirando os olhos ao lamber a blusa onde sua bebida caiu e me lançando um olhar de quem estivesse falando com um tiozinho que sempre fala "no meu tempo não era assim". – Só queria despertar a Nicole agradável que existe dentro de você quando toma um pouco dessa belezura. – Wynonna da de ombros e toma um ultimo gole da garrafa antes de guarda-la no bolso da sua jaqueta de couro.

– Peço perdão se meu profissionalismo te incomoda, quer que eu pare a viatura no Pussy's Willous e te deixe em um ambiente mais agradável, Afrodite? - Rebato finalmente a encarando.

– Nossa, quanto mau humor, cunhadinha. – Ela ergue as mãos como se estivesse se rendendo. – Eu diria que vocês está precisando de sexo, mas não é isso que os gemidos da minha irmã no meio da noite dizem, então deve ser a falta de sono mesmo. – Me da um sorriso malicioso. – Cuidado Xerife Haught, muito sexo vai acabar te desgastando. – A morena solta me provocando e me lançando uma piscadela.

Sinto meu rosto queimar de vergonha quase me fazendo perder o controle da viatura e Wynonna da uma gargalhada divertida. Antes que eu desse uma resposta a ela – que provavelmente só seria mais embaraçoso – escuto minha barriga roncar e decido que comprar algo para comer seria muito mais lucrativo que uma discussão com a rainha das provocações Earp.

– Eu não sei você, mas eu estou morrendo de fome. – Falo mudando de assunto.

– Eu estou sempre com fome. – Responde a Herdeira retirando os pés do painel (eu briguei para ela tirar antes, mas foi a mesma coisa que falar com a parede). – Para no mercadinho do posto e compra uns salgadinhos para gente.

Sem contestar dessa vez, faço o que ela sugere e viro na próxima esquina parando em frente a uma bomba de gasolina do posto Forg's.

– Aproveita que estamos aqui e enche o tanque enquanto eu vou lá comprar as coisas. – Digo estendendo a mão para que ela me desse sua parte do dinheiro.

She WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora