Sonâmbula e Constrangida

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Olá galera, esse capítulo pode tar meio bugando porque escrevi pela nota do celular, é isso aí, tamo junto.

Acordo com uma sensação estranha no corpo, as dores e queimação que senti na noite passada sumiram sendo substituídas por fortes incomodos musculares, parecia que vinte cavalos haviam passado por cima de mim. Também sentia um gosto estranho na boca, um gosto salgado misturado com ferrugem. Esfrego a língua no céu da boca e nos lábios para me livrar desse horrível paladar. Abro os olhos devagar recebendo uma forte rajada de luz me obrigando a fecha-los imediatamente.

Rolo um pouco tonta e percebo mais uma coisa estranha. Eu não estava em uma cama ao lado de Waverly!

Arrisco-me em abrir os olhos novamente, mas dessa vez com mais cautela pondo a mão na frente do rosto para diminuir a intensidade do raio de luz e noto que a luz entrava por uma fresta do telhado… Um telhado sem forro… A onde eu estou?

— hum, senhorita Haught… — Escuto uma voz rouca chamando-me constrangido.

Me assusto ao levantar um pouco a cabeça e visualizar Doc Holliday encarando o chão ruborizado com as mãos no cinto. Fico mais confusa ainda, o que Doc está fazendo aqui?

Meu estado de confusão piora quando me dou o trabalho de olhar ao meu redor e perceber que estou no celeiro da fazenda Earp e pior, completamente nua.

— O que diabos eu tô fazendo aqui? — pergunto mais para mim assustada puxando um pouco da palha que estou deitada por cima para me cobrir.

— Sinto em desaponta-la, mas não sou eu quem o portador de tau resposta… — Me responde o homem que ainda olhava para o chão, um nobre jesto de cavalheirismo. — Mas se me permite, vista isso, pois está um frio absurdo aqui fora e a senhorita pode… Bom… — Continua ele retirando seu casaco e estendo a mim.

— Ah, obrigada Doc… — Agradeço sem jeito pegando o casaco e o vestindo.

Agradeço mais uma vez mentalmente pelo casaco e  por ser o suficiente para cobrir o que precisava ser coberto e saio dali a passos largos sem dizer mais nada ou se quer olhar para trás.

Um fato sobre pessoas nuas que entram em contato com a neve em um frio de menos 0°C, elas têm congelamentos na pele tão terríveis quanto queimaduras, elas perdem a sensibilidade do corpo, dificuldade de se mover e morrem em poucas horas de hipotermia. Agora um fato sobre mim nesse momento, eu não estou passando por nada disso, estou apenas com um casaco, pisando descalça em um mar de gelo e a única coisa que consigo sentir é calor.

Ando até a casa das irmãs Earp sem nem uma dificuldade, como se estivesse em um belo verão ensolarado e isso só piora meu estado de confusão. Forço minha mente a lembrar como fui parar no celeiro ou a quanto tempo fique do lado de fora no frio completamente despida, mas nada, nem um flash se quer. É como se meu cérebro estivesse ficado fora do ar assim que deitei e voltado a funcionar a cinco minutos atrás, posso até chamar isso de sonambulismo, mas nunca tive isso na vida. Nada fazia sentido!

Minha linha de raciocínio é interrompida quando piso em um pano encharcado pela neve. Olho para o chão e me deparo com a camiseta que usei na noite passada. Será que eu tirei assim que saí? Me abaixo para pegá-la e entro em choque quando, ao esticar o tecido a minha frente, encontro as costas dela rasgadas em quatro linhas perfeitas. Parecia marcas da garra de um cão muito, muito grande…

Sem um motivo certo, jogo a camiseta no chão e chuto neve por cima a enterrando como se, no fundo da minha consciência, eu estivesse me livrando da prova de um crime terrível.

Abraço a mim mesma fechando o casaco ao redor do meu corpo e fecho os olhos respirando fundo para me acalmar. Já tinha muitos problemas para lidar, não iria surtar por causa de um ataque de sonambulismo qualquer e antes de pensar em qualquer teoria idiota que me faria ficar louca, entro na casa deixando toda essa confusão do lado de fora.

She WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora