CAPÍTULO VI

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"The Kolors não é uma banda, é um trio composto por filósofos." — Meneghello, Eleonora

Meu relógio de pulso indica que eu estou extremamente atrasada para a degustação; todavia não tenho culpa se surgiu um enorme imprevisto que apenas poderia ser resolvido por mim

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Meu relógio de pulso indica que eu estou extremamente atrasada para a degustação; todavia não tenho culpa se surgiu um enorme imprevisto que apenas poderia ser resolvido por mim.

Beatrice terá de entender isso, até porque ela sabe que eu odeio me atrasar e jamais faria isso propositalmente.

Checo a agenda uma vez mais, com a ajuda de Ludovica; apenas para ter a certeza absoluta de que não estou deixando passar nenhuma reunião importante.

Aparentemente, não estou.

Admito, uma parte de mim almeja muito que ocorra algum imprevisto de maior magnitude me impossibilitando de comparecer; sendo assim, também admito o fato de que o demônio no meu ombro direito me implora para dar o bolo nela.

Em contrapartida, meu deus grego no ombro esquerdo tem um argumento que eu jamais serei capaz de refutar... coberturas de bolos de casamento são as melhores e experimentar um monte delas será algo divino.

Pois é, até meu lado bom está sendo mau... devo me preocupar? Provavelmente eu devo, mas não o farei neste momento.

Estou atrasada, a.t.r.a.s.a.d.a, agora eu sei como o Coelho Branco se sentia em Alice no país das maravilhas.

E, meus amigos, não é uma sensação agradável.

Isso me faz pensar que, caso fizéssemos parte de Alice no país das maravilhas, eu seria a Lebre de Março — ou, talvez, o Coelho Branco — e minha irmã seria a Rainha de Copas.

Não que ela seja — de um todo — má; ela só não percebe quando o está sendo e sempre põe suas vontades na frente das vontades dos demais.

— Ludo, você pode ir embora às duas, não precisa cumprir o expediente todo, apenas grave uma mensagem na secretária eletrônica explicando a situação.

— E qual seria? — Ludo pergunta divertida

— Problemas familiares, minha cara Ludovica, problemas familiares.

Ela ri e concorda com um aceno de cabeça, me despeço e deixo o escritório.

Creio que eu tenha começado a me arrepender do dia em que resolvi que uma carteira de habilitação não era necessária. Se eu tivesse uma, não dependeria de táxis e economizaria um bocado.

Resolvo ir a pé, a doceria não fica tão longe do edifício onde minha empresa está situada; apenas umas duas — talvez três — quadras.

Boto meus fones e permito que a playlist de The Kolors penetre meus ouvidos. Eles não são uma banda italiana de pop rock, são um trio de filósofos.

Chega a ser surreal o nível em que suas músicas me inspiram, em que elas condizem perfeitamente com minha vida e me dão uns choques de realidade.

Madrinha outra vez {EM REVISÃO}Onde histórias criam vida. Descubra agora