21 - Criatura

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Post Malone - Paranoid

Diga-me porque não consigo aliviar
Imaginando quando eles virão para mim
Um homem paranóico faz planos paranóicos
Eu farei o que puder, mas está fora das minhas mãos
Lutando apenas para encontrar minha paz

"Evelyn"

O dia passou e chegou o maldito dia de voltar à escola. Eu não sei se ainda tenho ânimo pra estudar, mas não dói tentar. Arrumo minhas coisas e entro no carro junto com meu pai, ele me disse que a escola vai funcionar onde era uma faculdade, mas estava desativada, então vão aproveitar o espaço para nós estudarmos.

No meio do caminho meu pai me deu uma notícia meio ruim para meus ouvidos.

Carlos - Depois que a aula acabar, sua mãe vai vir te buscar. Ela me disse que vai pegar você depois da escola.

Eu - Tudo bem... - Ótimo, era o que eu precisava pra acabar com meu dia.

Depois de mais alguns minutos a gente chegou no destino. O lugar parecia bem organizado, isso de um certo ponto é bom. Meu pai para na frente da faculdade e se despede. Quando saio do carro vejo um grupo de meninas me olhando e conversando, elas devem estar falando sobre o carro do meu pai. Por que as americanas amam homens com carros caros?

Pelo que percebi, só as turmas do segundo grau que vão continuar, pois não vi ninguém das séries iniciais. Decido entrar na escola e ver com mais detalhes o interior dela, é um lugar bastante grande para poucas turmas. Depois de alguns minutos olhando eu paro em frente a um mural de avisos. Fiquei olhando o que estava escrito por um tempo.

Foi então que...

Amitiel - Olhando o que está escrito em avisos de uma escola velha? - Eu pulei de susto! Não ouvi ele chegar. Pelo que parece, não estava sozinho, pois escutei ele e o Gabriel rindo da minha cara.

Eu - Como vocês chegaram tão quietos?

Gabriel - Na verdade, você que estava bastante concentrada, porque nós chegamos aqui conversando.

Foi então que o sinal da escola bateu, nós voltamos para a porta pra receber as informações necessárias. As aulas continuaram normalmente, nós do segundo ano tivemos aulas de filosofia, química e história. Depois tivemos um intervalo pra comer.

"Astarte"

Hora do intervalo! Agora vou atrás da criatura, se é que vou conseguir. A sala do terceiro ano ficava no segundo andar da faculdade, então desci e fui para o refeitório, mas antes mesmo de chegar lá, sinto o Marbas agarrando meu pulso.

Marbas - Aonde pensa que vai, Astarte?

Eu - Não posso mais explorar um lugar que não conheço? - Alastor chega e fica ao lado do Marbas.

Alastor - Você não é de ir aonde uma multidão está. - Tirei a mão do Marbas de meu pulso.

Eu - Mas não sou obrigada a ficar sozinha o tempo todo. - Me virei de costas. - Se me dão licença, tenho mais o que fazer.

Saí de perto deles e continuei minha caminhada com destino ao refeitório. Lá vi a criatura sentada num canto, parecia quieta. De acordo com a Lucy o nome dela é Evelyn. Segui e me sentei ao lado dela, então puxei papo.

Eu - Você sempre fica sozinha aqui? Sempre vejo você com ninguém.

Evelyn - Não sou muito de ficar em grupos iguais aos da escola, mas acho que estou criando meu próprio grupo de amizades.

Eu - Bem, é que eu só escuto o pessoal falar que você é bastante misteriosa e solitária.

Evelyn - Eles não estão cem por cento errados. - Ela olhou pra mim de forma estranha. - Nós nos conhecemos?

Eu - Não, eu sou do terceiro ano, me chamo Astarte.

Evelyn - Acho que já sabe meu nome, pra ter tantas informações sobre mim... - Dei uma risada.

Eu - Bem, também existem pessoas que me conhecem, mas eu desconheço, então, fique despreocupada. - Foi então que o meu celular começa a vibrar, era a Naamah. - Eu tenho que ir, mas que tal a gente marcar um dia para saírmos juntas?

Evelyn - Podemos pensar nessa possibilidade.

Saí de perto dela e fui ver o que a Naamah estava querendo. Ela não estuda mais, então deve estar curiosa sobre alguma coisa.

"Amitiel"

Na hora do intervalo procurei e Alya. A gente estava sentado perto um do outro dentro de sala, mas não consegui falar o que eu queria lá, pois não sei como é a rigidez dos professores. Vai que eu começo e conversar e sou repreendido?!

Andei mais um pouco e achei ela em um jardim da faculdade, ela estava sentada embaixo de uma árvore e parecia estar mexendo no celular. Me aproximei dela e sentei ao seu lado.

Alya - Estava me procurando?

Eu - Na verdade, sim. Eu preciso falar algo com você. - Ela arregalou os olhos, eu ri da cara dela. - Não fica assim, é só relembrando o papo de ontem, no hospital.

Alya - Ah... O papo de ontem.

Eu - Andei pensando e... Acho que deveríamos tentar um namoro. - Ela se assustou. - Eu te disse que ia pensar no assunto.

Alya - É que eu achei que você não iria querer nada comigo... Mas, acho que é uma boa ideia. Vamos tentar.

Eu - Então... Você já comeu alguma coisa? - Vou seguir o caminho das séries americanas, mesmo sendo ridículo.

Alya - Eu não trouxe dinheiro pra comprar comida.

Eu - Vamos lá, eu pago pra você. - Me levantei e estendi a mão, para ajudá-la.

Alya - Tudo bem, se você diz... - Ela agarrou minha mão, se levantou e nós fomos comprar algo pra comer.

Acho que vai ser bom pra mim, assumir outro relacionamento depois de tantos anos. Eu e a Alya nos sentimos bem um perto do outro, isso já é um bom sinal. Vamos ver aonde isso vai dar.

"Narradora"

Depois que o intervalo acabou, todas as turmas voltaram para as salas e continuaram os estudos normalmente.

Logo após o término das aulas todos os alunos foram embora. Evelyn entrou no carro de sua mãe e as duas foram para casa. Lucy, mãe de Evelyn, tinha pele morena, olhos castanhos, cabelos escuros e lisos e tinha um Honda Civic como carro.

As duas foram para casa e por ali ficaram.

"Alya"

Seis da tarde eu decidi sair um pouco para tomar um ar e passear pela cidade (eu faço isso de vez em quando). Saio de casa e ando um pouco, vou até mais ou menos perto do Los Angeles Zoo e escuto a voz do Amitiel e da Astarte, mas pareciam estar longe de mim.

Ando um pouco e vejo o Gabriel sentado, parecia esperar alguém. Me aproximo dele e escuto a voz deles mais alta. Viro pra ele curiosa.

Eu - O que está acontecendo? Pensei que você e o Amitiel estivessem juntos.

Gabriel - A Astarte queria conversar com ele... Eles já estão conversando faz uns dez minutos.

Me despeço dele e sigo a voz dos dois. Eles estavam atrás de uma loja de brinquedos do zoológico, a Astarte estava encurralando ele, que não parecia estar gostando daquilo.

Me escondi por ali perto e escuto os dois conversarem.

Ele É Um Anjo 2018 {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora