25 - Cargos Trocados

94 17 0
                                    

William Black - Hallucinate

Eu tento te calar
Mas tudo que eu ganho é levado, levado embora
Diga-lhe que já ouvi o suficiente
Mas toda vez é algo a dizer, algo a dizer

"Narradora"

   A diabrete entrou em uma sala totalmente diferente das outras, lá era um ambiente grande, mas pouco arejado. O chão do local era de um cimento que havia algumas pedras que podiam fazer alguns ralados dolorosos no corpo das pessoas, o teto era alto, quase sete metros de altitude, em algumas paredes estavam escrito frases referentes a algum tipo de sacrifício, algo que, de acordo com as escrituras, conseguiria espalhar o caos e a desordem por toda a Terra.

   Em uma parede à direita havia uma piscina de um ácido altamente perigoso, aquilo estava dentro daquela grande bacia de quase um metro e meio de altura. Em cima havia uma gaiola, estava suspensa a mais de seis metros da piscina, dentro daquela prisão estava Evelyn, ela rezava para que alguém a tirasse de lá. A gaiola estava sendo suportada por quatro correntes, mas elas podiam arrebentar a qualquer momento, fazendo a pobre menina cair naquele ácido, fazendo-se o sacrifício que eles queriam.

   Amitiel estava em outra parede, no final do gigante cômodo. Estava acorrentado, nas mãos, pés e pescoço, aquelas correntes eram pesadas, mas ele mantinha o semblante forte, de pé, ele não ligava mais para nada, mas não queria que a filha de seu irmão morresse.

   Astarte chegou com um sorriso no rosto, caminhou até o Anjo e riu da sua cara. O Casta Mista também riu da própria desgraça, pois não adiantava chorar ou simplesmente ficar nervoso, ele estava preso, e ponto. 
  
   Astarte – Não contava que eu iria descobrir, não é? – Ela segurou seu queixo, fazendo um rasgo em sua bochecha com a outra mão, ele gemia de dor. – Não há para onde correr agora. – Ela lambeu o sangue que saiu do machucado, então ele virou a cara, fazendo os dedos dela saírem de sua face.

   Amitiel – Eu sabia que você estava armando algo, por isso coloquei uma esquadra me vigiando. – Ele deu um sorriso. – Já fiquei sabendo que um dos seus foi morto pelo Azrael, aquele Arcanjo nunca me deixa na mão.

   A mulher soca a cara do Celeste, tudo fora marcado, Marbas morreu por causa dele, ele havia entrado em contato com o Arcanjo da Morte. Os olhos dela encheram-se de lágrimas, pois todos os diabretes iriam sentir falta de Marbas. Ela o socou mais uma vez, mais forte, deixando-o um pouco desnorteado. Ele recuou alguns passos.

   Evelyn via tudo de cima. Ela queria ajudar, mas só podia ficar assistindo.

   Astarte – Isso tudo era um planinho seu?! – De sua palma esquerda nasceu um chicote negro com pedras roxas, ela não economizou e o chicoteou duas vezes. Ele caiu no chão, um pouco cego. – Só nós sabíamos o quanto ele era importante.

   Amitiel – Isso foi pra vocês sentirem que ninguém é importante. – Levantou-se e cuspiu um pouco de sangue, sua cara já não era mais branca, e sim vermelha, de tantos machucados. – Pode me bater! Fique à vontade, porque eu sou um poço de merda e não mereço mais essa vidinha ridícula aqui.

   Evelyn – Amitiel, não diga isso! – Ela se incomodou com aquelas palavras, seus olhos estavam lacrimejando, ela não queria ver seu amigo sofrer.

   Astarte – Tudo isso poderia ter sido evitado se você tivesse me aceitado, mas você não fez isso, lembra? Mas deve ser o seu forte, se fazer de difícil.  – A demoníaca mulher o prendeu no chicote, a arma fez uma prisão no corpo dele, entrelaçou e rasgou sua roupa e braços, logo ele gritou de dor. – Esse foi o sentimento que eu tive, morri de dor por dentro, tudo por sua causa!

Ele É Um Anjo 2018 {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora