Eu estava em casa sem nada para fazer, peguei meu celular e fiquei encarando o número que estava na tela. Depois de longos minutos pensando no que fazer, cliquei em cima do contato e em menos de dois segundos minha mãe apareceu na tela. Eu abri um enorme sorriso e ela retribuiu.
— Como você está? Eu fiquei tão preocupada com você nesses últimos meses. - Ela fala animadamente
— Eu estou bem, no começo eu tive grandes problemas mas acabei me acostumando com Seoul. Eu estou trabalhando em um restaurante todas as noites, fiz grandes amigos aqui e...
— Conseguiu uma namorada? - Minha mãe me interrompe
— Não. - Respondo rápido - Eu quero conseguir alcançar meus objetivos primeiro, talvez depois eu pense em uma namorada!
— Eu estava morrendo de saudades suas...
E a conversa continuou por um longo tempo, quase antes de eu desligar meu pai chegou, falamos poucas coisas mas foi o suficiente para matar a saudade. Levantei da cama e fui até a janela do meu quarto, olhei para a cidade lá fora e fiquei perdido nos meus pensamentos.
No meio da minha refeição, alguém bate na porta do meu quarto, fui até a porta e abri.
— Jae? O que foi? - Abro passagem e ele entra no meu apartamento
— Eu estou furioso, a Aly é muito burra... - Ele se joga na minha cama, pega o travesseiro e começa á soca-lo
— Ei, não fale assim dela. Porque você está assim? - Puxo o meu travesseiro de suas mãos
— Hoje cedo Aly foi deixar o meu carro na minha casa, ela estava com um moletom duas vezes maior que ela, quando eu tirei o seu capuz tinha um corte em sua sobrancelha e seus pulsos estavam roxos. O desgraçado do Bomin agrediu ela...
— Ele fez o que? - De repente meu sangue subiu e me veio uma vontade enorme de quebrar alguma coisa, e se essa coisa fosse o Bomin isso me deixaria aliviado — Ela precisa terminar com aquele idiota, ele só faz mal pra ela!
— Você acha que eu não sei? - Ele se levanta — Posso fazer uma pergunta? - Eu acenti — Quando você vai admitir que gosta dela?
— Eu não gosto dela...quer dizer, eu gosto mas apenas como amigo... - Sinro meu rosto começar a esquentar e sinto um certo nervosismo
— Eu prefiro mil vezes você com ela, do que o imbecil do Bomin, eu tô atrasado preciso correr. - Jae bate no meu ombro e se despede para ir para o trabalho
Fico pensando nas palavras do Jae. Será que eu realmente gostava da Aly de outra maneira? O que eu sentia por ela era mais que amizade? Mas o que ela sentia por mim? Mil e uma perguntas caíram sobre mim e o pior é que eu não tinha respostas para a metade delas.
Ao anoitecer me arrumei para ir ao meu trabalho. Quando eu estava saindo do meu apartamento o gerente me barrou, olho surpreso para ele.
— Hoje é o último dia para você pagar o aluguel, caso você não me pague eu terei que...
— Eu vou receber hoje, quando eu voltar do trabalho o dinheiro vai está nas suas mãos, agora eu preciso ir. - Desvio do homem e vou direto para o trabalho
Meia hora depois eu já estava na entrada do restaurante, fui direto para o palco, peguei o violão e comecei a tocar umas músicas. Nem sabia mais em que música estava, coloquei o violão do lado do banco e me sentei no mesmo, eu estava com uma garrafa de água na boca quando o meu chefe vêm até o palco.
— Precisamos conversar!
— Claro. - Desço rapidamente do palco — O que houve?
— Eu estou dispensando você do seu trabalho!
— Você quer dizer que eu estou despedido? Eu fiz alguma coisa errada?Eu realmente preciso desse trabalho...
— Sinto muito, Woosung. Mas eu não posso fazer nada por você, pode ir pra casa se quiser. - O homem se vira
— Espera aí, você não vai me pagar?
— O seu pagamento foi ontem quando você se divertiu com os seus amigos, considere-se pago!
Fico parado observando o homem ir embora, eu estava totalmente na merda. O dinheiro que eu deveria receber era para pagar o meu aluguel, e mesmo depois discutindo sobre o dinheiro, eu acabei voltando para o meu apartamento de mãos vazias. Chegando no prédio o gerente já estava a minha espera, tentei contar tudo esperando que ele me entendesse, mas o homem não aceitou nenhuma desculpa. Depois de muito discutir fui para o meu quarto, arrumei as minhas coisas e sai do apartamento.
Eu não tinha para onde ir, o único lugar que eu tinha eu fui praticamente expulso. Sento na entrada do prédio, minha mochila estava no meu colo, minha mala e meu violão estavam ao meu lado, com a cabeça tento processar toda a situação, procurando uma solução para todo aquele caos.
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Sound of the heart
FanfictionAo completar 22 anos, Woosung decidiu abandonar sua cidade Suwon, em busca de seus sonhos ele parte para construir uma nova vida em Seoul. Talvez as coisas tenham sido difíceis no começo. Alguns momentos podem ter parecido sem saída, mas as vezes só...