Eu estava quase pegando no sono quando senti alguém balançar os meus ombros, despertando rapidamente vejo Aly em pé me observando.
— Porque você está aqui fora? - Ela pergunta
— Fui expulso do meu apartamento. - Digo simplista — Porque você está aqui?
— Eu fui ver você tocar, mas o seu chefe disse que você não trabalhava mais lá, então vim ver como você estava... mas vejo que está uma droga!
Aly pega a minha mala e simplesmente sai andando. Levanto perguntando-a onde estava indo, ela se vira para mim e diz que iríamos para casa. Fico surpreso com a sua atitude, já que ela morava com Bomin e eu nunca tinha conhecido a sua casa. Andamos até um prédio não muito longe de onde eu morava, entramos em seu apartamento. Deixando minhas coisas no canto da sala apenas me sento no sofá, ainda meio perdido.
Já passava da meia noite e Bomin não tinha aparecido, o que me fez agradecer mentalmente inúmeras vezes. Acomodado, com cobertores e um travesseiro, e com um desejar de boa noite pela Aly logo adormeci.
Sendo acordado no meio da madrugada, por altas batidas na porta, me sentei no sofá sonolento e esfreguei os olhos, me levantei para atender mas acabei sendo impedido de abrir a porta pela Aly. Eu olhei para ela e pela primeira vez vi uma expressão de medo em seu rosto, segurei as suas mãos e perguntei o porque dela está assim, antes de qualquer palavra ser dita, do outro lado da porta ouvimos um grito furioso de Bomin. Abri a porta mesmo sabendo que Aly reprovaria a minha atitude, Bomin olhou surpreso para mim e depois para a Aly, me empurrando ao entrar no apartamento.
— Eu mal sai e você já colocou um cara aqui, você não perde tempo. - Bomin disse debochado
— Por favor sai daqui, eu disse que não queria mais ver você, nós terminamos! - Aly falava com lágrimas nos olhos
— Eu não vou ir embora, quem manda nessa relação sou eu!
— Que relação? - Entro na briga
— Cala a boca, você não tem nada haver com essa discussão! - Bomin segura o braço de Aly como se quisesse tirar ela dali
— Você está me machucando. - Aly tenta se soltar
— Não toque nela! - Empurro Bomin me colocando a frente de Aly
Bomin olha furioso para mim, eu tento dizer calmamente para ele ir embora mas o mesmo fica parado me encarando. Quando achei que ele tinha desistido, ele começa a gritar coisas horríveis sobre Aly, atrás de mim ouço ela chorar baixinho. O que me fez perder totalmente o controle das minhas ações, eu precisava descarregar toda a minha raiva e angústia em algo, algo não, alguém. Bomin veio em minha direção e me empurrou, tentando segurar o braço da Aly mas eu o afastei mais uma vez.
Segurando em sua camisa, tentei levá-lo para fora do apartamento, Bomin estava furioso assim como eu, ele me deu um soco e eu saltei a sua camisa, coloquei a mão na boca e vi um pouco de sangue nos meus dedos, olhei para ele e dei um soco forte em seu rosto, nós dois começamos a trocar socos e empurrões, descarreguei toda a minha raiva nele. Tentei dizer a ele para ir embora, mas o desgraçado ainda achava que teria chances com a Aly, depois de ouvir aquilo eu juntei toda a minha força e raiva e dei um murro forte nele que minha mão começou a arder quando me afatei, segurei Bomin pela camisa uma última vez e joguei ele para fora do apartamento.
— Nunca mais volte aqui seu imbecil! - Grito e fecho a porta
Olho para as minhas mãos e elas estavam muito vermelhas, tinha pequenos cortes nas dobras dos dedos. O gosto metálico de sangue descia a minha garganta, me deixando quase enjoado demais, ainda não tinha visto o estado do meu rosto, mas posso dizer que também não deixei isso barato. Aly veio até mim e colocou suas mãos no meu rosto, ela olhou pra mim, perguntando se eu estava bem e depois agradeceu, como aquele cara era capaz de machuca-la?
Fui até o banheiro para tomar um banho, troco de roupa e coloco alguns remédios nas minhas feridas, quando eu saí do banheiro ouvi um som de choro. Fui em direção do quarto da Aly, bati na porta e entrei, caminho até a sua cama, sento ao seu lado e lhe abraço de lado, a mesma se encolhe em meus braços, afundando seu rosto no meu peito e desaba no choro, tento pensar em uma maneira de corforta-la, mas apenas a abraço mais forte. Quando Aly se acalma, ela acaba pegando no sono, fecho os meus olhos e apenas adormeço ao seu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sound of the heart
FanfictionAo completar 22 anos, Woosung decidiu abandonar sua cidade Suwon, em busca de seus sonhos ele parte para construir uma nova vida em Seoul. Talvez as coisas tenham sido difíceis no começo. Alguns momentos podem ter parecido sem saída, mas as vezes só...