Capítulo 6

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"Viva o hoje e não olhe para trás."

Acordo no outro dia e começo a ter uns lampejos de um sonho estranho que tive na noite passada. Nossa! cheguei a achar que tinha beijado o tal Bryan, coisa mais estranha de se sonhar, se eu realmente tivesse beijado ele eu teria me lembra..... pera! Não, não acredito!! Agora que estou recordando a noite anterior lembro que isso não foi um sonho, e que nós realmente nos beijamos, ele me trouxe em casa e eu o beijei, depois ele pediu meu número de telefone e nos beijamos novamente antes de darmos tchau definitivamente. Caramba! Que noite!!! Tantas coisas pra pensar que minha cabeça está doendo, preciso ir correndo contar isso pra aly, no entanto, tenho que primeiro entender meus sentimentos a respeito do que aconteceu.
Eu mal conhecia ele e dei logo em cima. Bem, deixe-me refazer a frase: EU DEI MUITO TOTALMENTE EM CIMA DELE. O quão louca isso me torna? Será se ele acha que sou oferecida? Será se ele agora pensa que quero algo a mais com ele além de ir ao baile?
Seja o que for, preciso me desculpar o mais rápido possível por ter sido tão direta no primeiro...o quê? encontro? Tanto faz, muitas perguntas para responder antes do café da manhã.

▪ ▪ ▪

Depois que termino a sessão ressaca-de-beijo, e estou de banho tomado desço para tomar café com minha mãe. Ela já deve ter saído, mas nunca perco a esperança de encontrá -la ainda em casa, quem sabe eu dou um beijo de bom dia.
Então quando chego no andar de baixo vejo que a mesa está posta e minha mãe está fechando a porta. Para a minha surpresa talvez minha conversa com a Aly aconteça antes do esperado, pois ela acabou de sentar na minha mesa e me olhar com cara de quem tem algo pra contar.

- Bom dia mamãe! e sorrio levemente para ela.
Me direciono para a visita. - Ora essa, bom dia Aly. Você por aqui essa hora?. - ela me olha um tanto envergonhada e então responde.
- Bom dia amiga. Vim aqui ver se estava tudo bem com minhas vizinhas preferidas. - Xiiiiiii! Tem algo muito errado aqui, é quase certeza minha, só falta um deslize da Aly que eu derrubo esse castelo de mentiras que ela está tentando manter de pé, mas comigo não vai rolar.

Tem um provérbio chinês que diz: "Aquele que se importa com o sentimento dos outros não é tolo." pra ficar melhor de entender deixa eu contar uma pequena história. Certa vez quando eu e a Alessa éramos crianças, por volta de 8 anos, a mãe dela tinha um vaso super caro e lindo que ficava sempre na janela, então em uma tarde ela saiu e nos deixou brincando sob a supervisão da Nancy, a babá da Aly na época. Quando estávamos ao lado da casa da Aly brincando de jogar pedrinhas para dentro da casa, (você deve estar imaginando no que isso resultou, pois é isso mesmo), a brincadeira deu muito errado e o que antes era um vaso lindo e inteiro se despedaçou em centenas de cacos de porcelana quando minha querida melhor amiga fez o favor de acertar o vaso com uma pedra enorme e pesada bem no meio dele. O que dissemos pra mãe da Aly? Depois de entrarmos em pânico fiz o que na hora me pareceu o melhor, protegi minha amiga e disse que a culpa tinha sido minha, a mãe da Aly não entenderia se ela se apresentasse como culpada, a Aly ficaria de castigo por uns 3 meses sem sair pra brincar ou nada do tipo, além de ficar sem manter qualquer tipo de contato comigo que não fosse na escola, naquele dia pareceu terrível ficar sem a companhia dessa louca, agora mais do que nunca eu digo que faria novamente qualquer coisa que envolvesse proteger essa pessoa que é como minha irmã de alma. Pra que ela acreditasse em mim eu disse que errei o alvo e que ao invés de acertar mais acima a pedra foi bem certeira em direção ao bendito vaso caro.
No fim das contas, eu não sofri nenhuma consequência, porque minha mãe soube na hora que a culpa era da Aly ao invés de minha. Eu não sei mentir, sou realmente péssima, ninguém melhor que minha mãe pra saber disso. Além de me fazer contar a verdadeira versão dos fatos ela guardou segredo e me apoiou, disse que o que eu fiz poucos amigos de verdade fariam e que ela estava orgulhosa, não me culpou nadinha por omitir os fatos. A mãe da Aly foi gentil comigo e super entendeu que foi um acidente, mas que era pra eu prestar atenção pra não acontece de novo. Encurtando a história, eu tive que fingir castigo por 1 semana pra dar veracidade a história que contei, e gastar minha mesada de 3 meses em um vaso novo (porém mais barato, claro) pra mãe da Aly, que aceitou com todo o amor. Por causa disso eu tenho experiência em saber quando a Aly está mentindo, pois ela está me olhando agora do mesmo jeito que olhou pra mãe dela naquele dia.
O que há de errado ainda vou descobrir.
- Mãe, é ótimo tomar café com você antes que tenha que ir trabalhar, te amo. -
Ela segura minha mão e diz. - Prometo que isso vai acontecer mais vezes, flor. Também te amo. - ela solta minha mão e começa a se servir.
- E então Aly, fico feliz que você veio mais cedo pra tomar café com a gente. - ela sorri.
- Como você já sabe amiga isso é uma honra pra mim. O que eu queria mesmo perguntar é porque não me deu notícias do que aconteceu depois que o Bryan te trouxe em casa ontem. -
Não acredito! Essa garota me paga por ser tão boca larga.

- Não te dei notícias porque não tinha notícia nenhuma pra dar. O que poderia ter acontecido entre mim e o Bryan? - acabei me exaltando um pouco. Ainda não é a hora de falarmos a respeito. Isso é pessoal demais pra falar no café da manhã com a minha mãe por perto, mesmo que eu confie nela mais que tudo, me deixa desconfortável falar disso com ela aqui, se a Alessa tiver que gritar, saltar, me bater, ou explodir fagulhas coloridas de felicidade que seja depois, porém não depois de eu saber o que ela está me escondendo. Olho para a minha mãe e ela finge não estar lá com a gente na mesa ouvindo tudo. Ela vai me perguntar a respeito depois, eu sei. Por enquanto...

- Caramba Eva, não precisa ficar assim.
Só me preocupei por você ser minha amiga, apenas.- É, eu exagerei.
- Foi mal aly, eu não dormi muito bem essa noite, tive enxaqueca, sabe como é. - sorrio me desculpando pela maneira como falei com ela.
- Ok, tudo bem então, toma logo esse café antes que eu te deixe ir a pé até a escola. - a Aly está de volta pessoal.
- Tá, para de me amolar.- tomo meu café da manhã tranquilamente e a tempo de irmos pra aula.

- Tchau mãe, que seu dia seja lindo como você. Caprichou hein! - risos - Bom trabalho. - ela me abraça e me beija no rosto.
- Obrigada filha, te desejo um ótimo dia também minha princesa. Agora corre que vocês vão se atrasar. Até mais Aly. - ela dá tchau pra minha amiga que responde com um beijinho e uma piscada.

Espero que hoje seja melhor do que ontem, sem surpresas e nem novidades. Ah! Que seja o que tiver que ser, não pode ficar mais complicado que isso.

Onde está o amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora