capítulo dois

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Depois de dois copos de bebida, Dylan estava indo do bem. Ele ria de coisas estúpidas com seus melhores amigos e estava começando a se esquecer de Thomas, que estava o preocupando a algum tempo atrás. Três copos e os efeitos do álcool estava começando, ele se sentia um pouco tonto e tudo parecia engraçado.

Ele não pensava sobre Thomas ou em como estava esperando que ele chegasse, nem mesmo no quanto gostava do garoto. Nenhum desses pensamentos rondava sua cabeça até Tyler gritar apontando para a porta.

— Até que enfim! Um certo alguém achou que você não fosse chegar nunca – disse.

Ele devia ter gritado muito alto, pois sua voz pode ser ouvida claramente sobre a música – e a música estava muito alta, Dylan tinha certeza disso.

Holland estava lhe contando sobre algum garoto com quem tivera uma aventura, mas Dylan perdeu totalmente o rumo da conversa ao notar quem tinha acabado de chegar. O sotaque britânico e a voz profunda soou pela sala, cada vez mais perto enquanto Dylan fazia o possível para prestar atenção nas palavras da garota a sua frente.

Ele sentiu uma mão no seu ombro e mesmo que estivesse um pouco bêbado, sabia que seu coração batendo cada vez mais rápido no peito não eram efeitos da bebida. Ele se virou e encontrou a cabeleira loira que tanto procurara.

— Feliz aniversário – disse Thomas com um sorriso de orelha a orelha, sua voz soando tão alegre quanto alguns dias antes, pelo telefone.

Dylan não encontrava uma boa resposta, embora “obrigado” fosse uma boa opção, mas ele não conseguia fazer seu cérebro trabalhar com efeciencia; talvez fosse o álcool ou talvez fosse o garoto a sua frente, que desconectava seu corpo da sua alma e o fazia sentir como se suas palavras estivessem presas na sua garganta.

Hmm, oi – Dylan respondeu, logo se sentindo estúpido por ter dito algo do tipo.

Ele sorriu e Thomas deu um passo a frente, pondo seus braços envolta do amigo, dando-lhe um abraço. Dylan o abraçou de volta instantâneamente, o perfume do mais velho – uma mistura da colônia que o loiro sempre usava e nicotina – preenchendo suas narinas, fazendo com que ele se sentisse em casa, mesmo que ele já estivesse em casa.

— Obrigado.

Eles se desvincularam e olharam nos olhos um do outro, Dylan se perguntando se era possível ficar feliz apenas em ver alguém sorrir. E era possível, Thomas tinha esse poder sobre ele.

— Desculpa o atraso, eu tive uns problemas no aeroporto hoje a tarde e… – Thomas parou de falar e molhou os lábios (um péssimo hábito) – de qualquer forma, eu sinto muito, Dyl.

Mas Dylan não se importava, apenas sorriu para o garoto que era um pouco mais alto que ele.

— Tá tudo bem. Você veio e é isso que importa.

— Bem, eu comprei um presente pra você. Talvez não tenha sido a melhor escolha, mas espero que você goste – ele puxou um pequeno pacote que estava escondido atrás de suas costas. Dylan se perguntou como não percebeu o presente quando se abraçaram.

— Obrigado, cara. Mas não precisava se encomodar com isso – disse com um sorriso. Ele pegou a caixa; era azul e tinha uma fita no topo.

— Tudo por um dos meus melhores amigos.

Melhor amigocerto, Dylan pensou, seu coração apertando ao ouvir tais palavras. Ele olhou para a caixa em suas mãos e subitamente não quis abri-la; talvez no próximo dia ou quando estivesse sozinho ou algo assim.

— Você vai abrir isso agora ou não? – Thomas perguntou. Não porque estivesse ansioso para ver seu amigo abrir seu presente, mas porque Dylan estava olhando para a caixa com os olhos perdidos, provavelmente com pensamentos muito profundos.

— O que? Não, não. Acho que vou deixar pra abrir mais tarde – Dylan respondeu com um pequeno e genuíno sorriso, achando difícil se sentir tão feliz como se encontra instantes atrás.

Ele não conseguia acreditar como algo tão pequeno conseguia o atingir daquela maneira, mas ao mesmo tempo, ele sabia o porquê. Ele considerava contar a Thomas sobre seus sentimentos e fora um grande erro pensar que era uma boa ideia.

Thomas franziu as sobrancelhas, não entendendo a mudança repentina no humor do mais novo. Era visível para ele, mesmo que Dylan pensasse que tivesse o despistado quanto a isso.

— Hmm… ok. Eu vou pegar alguma coisa pra beber – Dylan assentiu, virando-se rapidamente, andando na direção de seu quarto. Ele já se sentia tonto, mas não era o suficiente; ele definitivamente precisava de outra bebida para se esquecer das coisas que o deixaram triste.

Ele jogou a caixa em sua cama sem se preocupar se ela poderia cair no chão. Ele começou a andar pelo quarto, tentando acalmar a vontade de gritar ou quebrar alguma coisa; ele se sentia estúpido por pensar que Thomas poderia retribuir seus sentimentos.

Ele sentou no chão se encostando na parede, abraçou as próprias pernas procurando se acalmar. Depois de alguns minutos, ele suspirou fundo e decidiu que se bebesse bastante tudo voltaria a ficar bem. Ele não podia se importar menos se Thomas estivesse lá para vê-lo bêbado. Dylan só quereria se sentir feliz, como estava antes do loiro chegar.

De volta a sala de estar, vários de seus colegas estavam dançando. Eles tinham movido a mobília e criado uma espécie de pista de dança, as luzes coloridas que Tyler tinha comprado um ano atrás deixaram o ambiente com um ar de discoteca; a música estava mais alta e Dylan estava surpreso dos vizinhos não terem reclamado ainda.

Ele foi até a sala de jantar atrás de vodca, ou qualquer outra coisa que houvesse dentro das garrafas. Ele encontrou vodca, mas não um copo limpo, decidindo beber diretamente da garrafa; o que o ajudaria com seu objetivo de beber e se esquecer de tudo.

Voltando para a sala – agora, pista de dança –, sentou-se no sofá, dando goles no líquido transparente e assistindo seus amigos se divertindo enquanto ele tentava fazer a mesma coisa.

Thomas estava lá, dançando com Kaya; Dylan dizia para si mesmo que a garota tinha um namorado, tentando barrar aquele sentimento que surgia dentro dele.

Qual é o meu problema?, pensou. Eles são amigos, eu não deveria sentir ciúmes!

Mas a questão era, mesmo que ambos fossem apenas amigos, Dylan queria ser ela. Ele queria ser a pessoa dançando com Thomas, aproveitando sua risada ou vendo seu sorriso. Ele queria olhar para seus olhos castanhos e se perder naquele olhar. Mas, infelizmente, tudo que ele podia fazer era beber enquanto era incapaz de pensar direito.

© PLSTOMMYPLEASE

alcohol is a funny thing · dylmas [portuguese version]Onde histórias criam vida. Descubra agora