Reasons to Stay

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bom dia. boa tarde. boa noite.

enfim trouxe esse capítulo aqui 👉💓

boa leitura.

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Sinuhe revirou toda a sua bolsa em busca do aparelho. Quando o achou, tive certeza de que não sairia viva dali.

Ela estendeu o celular na minha direção.

"É o que você procura, Karla?" o sorriso prepotente apossou do seu rosto.

Concordei com a cabeça.

"Pois bem."

A mulher girou em seus calcanhares e se sentou no sofá grande em formato de L.

Eu mal conseguia me mexer pelo pânico.

Se Michelle realmente tivera mandado qualquer mensagem, Sinu descobriria agora. Eu só queria sair correndo dali, mas meus pés estavam grudados no piso de madeira.

"Por que tanto medo, Karla? Que eu me lembre você é a garota mais isolada do mundo."

Ela realmente não me conhecia.

Seus dedos rolavam atrapalhados pela tela. Enfim minhas pernas criaram coragem para caminhar, rapidamente estava ao seu lado, olhando receosa para o celular.

"Michelle Legal?" ela se virou para mim com um olhar gélido e desconfiado.

Os segundos se passavam lentamente, a cada clique de Sinu meu corpo era preenchido por medo, formando a insegurança causando o meu encolher no couro frio do sofá.

Me sentia invadida, e de fato a mulher o fazia. Como se ela estivesse abrindo um diário, que a cada linha havia algo pessoal e importante, sem o meu consentimento.

Não poderia fazer nada, e não por falta de querer mas sim por respeito, para todos os casos, ela ainda é a minha mãe e estava no seu direito.

"Apenas suba, Camila!"

Surpresa. Eu realmente me encontrava assim. De olhos arregalados. Esta jamais seria a sua reação, apesar de desconhecer, porque Sinu ao menos tinha ciência de que eu me comunicava com alguém, mas sim rigidamente acreditava que eu apenas falava com seres inanimados. Estava convicta há algum tempo, um dia fora a minha realidade, mas agora além do vento eu também interajo com Michelle, e um dia fora com Hailee também. Mesmo desconhecendo como ela reagiria, deduzi que seria da pior maneira possível, mas como sempre, Sinuhe é imprevisível.

Inquieta e engolindo em seco foram os impulsos para o meu caminhar lento em direção ao meu quarto. O cômodo escuro e misterioso retratava a minha alma, a cada hora passada se encontra mais escuro, impossível de ver algo. A vergonha impediu-me de acender a luz.

A rigidez da mulher me induziu a construir toda a minha personalidade baseada nos seus atos à mim. Em cada célula continha transtornos. A minha zona de segurança fora totalmente invadida, causando-me desolação, mas saber que quem havia o feito era a minha mãe aumentava ainda mais. O motivo para qualquer pessoa aleatória seria insignificante e dramático. Mas para mim era mais que importante; vultoso.

Uma garota tímida que transborda distração, anti-social. Cheia de ideias mas sem muita coragem de fazer tudo aquilo de inacreditável e diferente que se cria em minha cabeça.

Estrutura.

Toda a minha estrutura se baseia nisto, características que ocasionou numa garota privada, tímida e receosa.

Por estes motivos eu me encontrava quente, muito quente de vergonha. A mulher havia descoberto não só a minha conversa com Michelle mas também com Hailee. As duas únicas pessoas que eu conhecia.