Reasons to Stay

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eu que to ansiosa para os próximos capítulos comprometedores. enfim, boa sorte....

(já tem vários capítulos prontos...) rs

Narrador POV.

Sinuhe deixou-se levar por um pequeno descontrole, a consequência fora ter adormecido por um par de horas enquanto uma mulher desconhecida, que havia lhe influenciado a ir para o seu quarto descansar, rondava por sua casa. Em qualquer outra circunstância ela teria colocado Michelle em seu devido lugar antes de lhe expulsar da sua casa, onde ninguém jamais lhe dera ordens. Se encontrava esgotada, dado aos últimos atos de sua filha que nunca antes lhe causou tanta dor de cabeça. Na verdade, havia muitos anos desde que Camila tirou lhe a paz de espirito.

Ultimamente ela não estava conseguindo manter Camila sobre as suas ordens, sobre o seu controle. Nada poderia irritar tanto Sinu quanto isso.

Mesmo adormecida seus pensamentos conturbados lhe fez levantar em um pulo ao se dar conta de que havia caido no sono enquanto sua filha poderia estar passando por alguma situação grave. Camila nunca fora de chegar tarde em casa, aliás, ela jamais fora de nem mesmo sair de casa. Sinuhe crê que a garota saia das suas aulas e vinha diretamente para casa, ela não poderia imaginar que Camila mudara o suficiente para se tornar capaz de lhe afrontar.

Sua vestimenta negra contribuía para com a sua imagem prepotente. Quando chegou em casa nem mesmo lhe deu ao privilégio de se banhar quando notou a ausência de Camila. Procurou imediatamente o número de Michelle, nem que seja no inferno, e lhe ligou. Fora grossa mas estava pouco se importando. Ela queria Camila se possível no mesmo instante.

Porém para sua surpresa a mulher havia dado uma reposta totalmente diferente da que ela queria receber. Saber que nem mesmo Michelle sabia do paradeiro de Camila lhe fez cair os cabelos, ninguém poderia saber se era de preocupação ou de raiva.

Não houve tempo para trocar de roupa, por isso Sinu se levantou da cama tentando inutilmente desamassar a sua roupa. Sem sucesso a mulher deixou de lado essa futilidade e rumou para o quarto de Camila. Torcendo para o próprio bem da garota que ela estivesse ali. Caso contrário, ela mesma faria questão de acabar com ela.

O corredor escuro e totalmente silencioso se não fosse o som intimidante do seu sapato chocando-se contra o piso de madeira. Levou a mão na maçaneta e a girou com firmeza. Pode sentir seu sangue borbulhar quando viu a cena de Camila serena deitada em sua cama, adormecida. Avançou na garota, nada enxergava alem da menina, por este motivo não notou a presença de Michelle. A mulher que jamais enfrentou uma senhora não pôde deixa-la realizar o que ela pretendia, acreditava que Sinuhe a golpearia. Nunca, em tempo algum Michelle deixaria nada e nem ninguém ferir Camila.

Sinuhe que antes já borbulhava de raiva pode sentir esse sentimento duplicar. Trincou os dentes e se virou para a autora que havia lhe impedido de chegar perto da sua filha. Agarrou fortemente o braço da mulher, fincando as unhas afiadas em sua pele alva.

Michelle agradeceu por hoje estar fazendo demasiadamente frio, por diversos motivos mas por agora se não tivesse saido de casa toda agasalhada o seu braço branco agora estaria envermelhado pelo aperto de Sinuhe.

"Me solte se não quiser ser confrontada, estúpida!" palavras baixas e frias que causaram arrepios, a contra gosto, em Michelle. Mas não foram proferidas o suficiente para intimidá-la.

"Jamais deixarei que machuque ela. Por favor, senhora, nada se resolve com violência."

As palavras que escorreram dos suaves lábios foram firmes, exprimindo realmente que ela não a deixaria dar nenhum passo que seja para se aproximar de Camila. Sua consciência pesava. Desafiara a mulher em sua própria casa, jamais em seus mais profundos pensamentos imaginou fazendo isso. Sua ética jamais lhe permitiria.

No entanto, não voltaria atrás. Por uma causa bem maior.

Sinuhe com sua típica expressão opaca lhe direcionou um olhar raivoso, porém com um impercetível raio questionador, este que Michelle não conseguira perceber.

Nunca passou por seus pensamentos bater em Camila. Em suas características emergiam rigidez e controle, porém nunca seria capaz de tocar em sua filha. Jamais a humilharia fisicamente. Sua consciência jamais lhe deixaria em paz.

Respirou fundo, livrando Michelle do aperto de suas mãos. Com um último olhar em seus olhos verdes escurecidos, ela se virou e saiu.

Com a tamanha tensão que se envolvera ali, Camila não se conteve em abrir os olhos e assistir toda a cena de sua mãe apertando Michelle. Se sentiu profundamente chateada e enfurecida, mas não foi capaz de levantar nenhum músculo para impedir. Estava estática.

Michelle respirou fundo, fechando os olhos. Mal acreditando em tudo que acabara de acontecer. Mas não se arrependia de nada, não quando sabia o que teria acontecido se não tivesse impedido.

Rumou até Camila. A garota dos olhos castanhos lhe olhava com remorso. Em seus pensamentos ela era a culpada. Se sentia extremamente entristecida, sua cabeça quase explodia.

"Me desculpe por causa esse transtorno gigante a você.." não queria parecer fraca, mas deixou que algumas lágrimas caíssem. "Entendo se quiser ir." deixou a frase no ar, pensava que depois de tantos problemas Michelle preferisse partir para evitar mais futuras complicações.

Pensara mais uma vez:

"Aonde foi que esqueci o meu juízo."

"Camila, apenas pare. Deixe de pensar que há alguma culpada aqui. Entenda que você não fez nada de errado." Camila respirou fundo para falar, mas Michelle continuou firme "Você saiu de casa, conheceu a arquitetura incrivelmente sensacional que há por aqui, esta que não canso de reparar todos os dias. Você não estava cometendo crime algum. Você é livre. Sinuhe acredita que você ficará presa para sempre por baixo das suas asas, mas o mundo não é assim. Entenda de uma vez, não cometendo atos que lhe farão uma pessoa antiética e imoral tudo esta bem, não só na sua situação social como pessoal, meu anjo."

Camila direcionava totalmente sua atenção à mulher que lhe dissera cada palavra com firmeza e carinho olhando diretamente em seus olhos, profunda águas verdes. Sentiu-se internamente aquecida e pela primeira vez se sentiu certa dos seus atos. Se sentiu correta. Num passado não tão distante exatamente tudo que fazia tinha incertezas, mas agora conseguiu entender que estava no seu direito. Assim como todos que têm a liberdade. Mesmo estando presa em escolhas.

Mas como sabia perfeitamente, o homem esta preso dentro das próprias escolhas. Estas que feitas sem planejamento seria devidamente trazida pelo futuro a tão conhecida consequências.

Ou um ditado popular e mais facilmente de ser entendido: o que você planta hoje, colherá amanhã. (nem sei se é assim mesmo)

"Obrigada." sussurrou antes de abraçar a causadora de quase todos os seus sorrisos. Quase todos porque havia pequena parte que era causada pela pintura. Sentiu a tão conhecida sensação de conforto e beijou suavemente os lábios rosados de Michelle. Mas não passou de um pequeno e expressivo toque de lábios.

"Você pede muitas desculpas e e também agradece de mais. Eu não sei se serei capaz de aguentar você por muito tempo." essa era a Michelle brincalhona.

"Você vai aguentar sim senhora."

"Senhora? Eu sou tão velha assim?"

"Só um pouquinho." Camila riu, obviamente estava tirando uma com a cara de Michelle. Tocou em seu rosto ávido. "Olha aqui, tem até rugas." franziu o cenho, as pontas de seus dedos passavam pelo rosto jovial de Michelle. Gostava do seu nariz delicado, mas o que mais lhe prendia atenção eram seus olhos.

"Você esta me deixando envergonhada me fitando assim, Camila. Não sabe disfarçar?"

"Desculpas." proferiu mas logo arregalou os olhos e levou as mão aos lábios. Mais uma vez lhe pedira desculpas. Incrivelmente quanto mais tentava não falar uma palavra, mais ela falava. Saía espontaneamente.

Michelle soltou uma gargalhada, logo as duas estavam rindo. No entanto, os olhos castanhos flagraram o sorriso de Michelle... criara uma obsessão ultimamente com os seus dentes que achara tão fofo.

Nesse momento ela pensou em prometer fazer Michelle rir mais vezes, assim ela poderia contemplar a visão que lhe era concebida.