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Me mantenho calado diante dela.

Ela está parada a 5 metros de mim aproximadamente.

- Sabe, Lukas...? - Ela faz uma pausa - Você pode não ter percebido mas eu vi a maneira como olhou pra mim quando cheguei.

- E-err. Como assim? - Me faço de inocente.

- A maneira como você me olhava. Com desejo... - Ela insiste.

- N-não estou entendendo. Eu estava te olhando por curiosidade. Como todos ali - Disfarço.

Ela começa a caminhar em minha direção.

Vem a passos curtos e a cada movimento dela eu fico mais apreensivo.

- Será que ela não gostou? Eu estava fazendo algo errado! Droga! Como eu sou burro! Mas ela é tão "gata"... - A voz da puberdade fala em minha consciência.

- Não se preocupe. Eu quero dizer que... Também fiquei interessada em você - Diz ela agora mais próxima de mim - Quer dizer... Você é diferente dos outros. Não sei porque estou assim com alguém que mal conheço. Mas... É bom!

- D-desculpe se eu...

Mal término de me desculpar e sou surpreendido com um beijo.

O melhor beijo da minha vida.

Tudo começa leve. Com um "selinho" até fazermos a tão apaixonante dança das linguas.

Seus labios são tão doces e quentes.

Meu coração acelera.

Começo a me sentir estranho.

Como se algo estivesse em meu estômago. Como se estivesse invadindo o meu estômago. Meu abdômen está quente.

Ao mesmo tempo me dou conta de que algo está errado.

Quero deixar de beijá-la mas quanto mais eu tento escapar mais seus lábios me puxam!

Estou sentindo uma dor tremenda.

Minha espinha se arrepia quando consigo me largar dos seus lábios e vejo uma espada em minha "barriga".

Não... É pior do que isso! É seu braço esquerdo em forma de lâmina em meu estômago.

- Sua put... - Antes que eu termine a palavra me engasgo.

Meu sangue começa a sair da minha boca escapando entre meus dentes até banhar meu pescoço.

Olho novamente para o seu rosto e agora vejo algo disforme e assustador sorrindo para mim.

Seus olhos estão esbugalhados com uma cor escura, seu nariz mais pontudo e sua boca maior. Vejo os seus dentes agora pontiagudos e sorridentes. Seus óculos antes lindos agora estão quebrados.

Me sinto horrorizado diante de tal imagem.

Fico tonto e fraco ao ponto de se quer conseguir pronunciar qualquer palavra.

Minha garganta queima, minha lingua começa a se enrolar dentro da minha boca.

Tento gritar inutilmente por ajuda mas nada consigo. Mal abro minha boca.

Ela começa a se descontorcer revelando uma figura mais estranha e assustadora.

Sua pele agora está vermelha, seu corpo está áspero, sua pele está como se tivesse* sido esticada. Ela parece agora mais alta.

Retira o seu braço do meu estômago e esse logo se transmuta em uma garra com finos e longos dedos.

Seu braço direito então agarra as minhas costas, sua mão direita tenta me sufocar agarrando com muita força o meu pescoço.

Começo a tremer incontrolávelmente mas não por medo e sim pela dor.

Sinto que vou morrer.

Mas logo aqui...

Assim...

Por quê? Por quê eu?

Que coisa é essa?

Ela era tão bonita.

- O que há, Lukas? Parece tão calado agora - Diz ela com uma voz grosseira que me faz esquecer totalmente aquela voz macia e angelical de antes.

Começo a chorar. Ao menos forças pra isso eu tenho!

- O que foi? Não chore, amor! - Grita - Aposto que você pensou que fossemos ficar juntos, não foi? Que uma garota linda como eu fosse se apaixonar por um lixo qualquer como você.

- Sabe... Você... Até que n... Não está tão feia a-ass-assim - Despejo minhas últimas gotas de sarcasmo e irônia.

Que coisa estranha de se dizer a beira da morte... Tudo isso deve estar me fazendo enlouquecer.

Está tudo muito confuso para eu pensar direito e não sei o que deu em mim pra falar isso.

Seu rosto então se contorce e vejo se formar o rosto da Lorena que conheci.

- Está melhor assim, amor? - Diz ela agora com a voz que conheci.

Agora já não tenho mais forças para qualquer reação. Até os meus olhos teimam em se fechar.

Ainda posso ver ela abrir sua boca que agora parece maior que o tamanho da sua cabeça normal.

Mas não vou morrer como um merda e sem lutar.

Reúno minhas últimas forças e preparo um soco.

Não sei no que vai dar mas posso mostrar que não vou morrer sem lutar.

- Que tipo de idiotice é essa? - Diz ela após o meu soco.

Foi inútil... Eu sei.

Agora posso morrer.

***

Meu corpo cai no chão. Ao outro lado vejo a coisa que antes podia ser chamada de Lorena agonizar em dor.

Será que foi o meu soco?

Nossa como eu sou tão fo... Não foi o meu soco.

Há algo em suas costas.

Ela tenta tirar enquanto agoniza.

Ouço seus gritos.

Foi atravessada com uma espada.

Vejo ela sendo atingida com um chute.

***

Abro os meus olhos novamente e vejo o corpo imóvel e caído no chão da coisa. Lhe falta a cabeça e um dos braços.

Seu sangue escorre até mim se misturando ao meu.

Anda até mim alguém com botas femininas.

Sinto o meu corpo ser empurrado.

***

Abro os olhos novamente e me vejo sendo carregado por uma pessoa.

Ouço vozes mas não reconheço palavras.

Vejo uma silhueta feminina. Reconheço a farda do meu colégio e logo depois minha visão embaça.

É tarde demais pra me salvar...

Zets - Uma Guerra Secreta Em Nosso Mundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora