Ele chegou à minha casa sem eu ter ao menos o ensinado o caminho, é claro que eu estava entorpecida demais com Devon (por completo) para me dar o trabalho de notar aquilo. Quando ele parou, eu havia esquecido totalmente que deveria descer.
Eu estava num transe. O tempo havia congelado, eu me encontrava apenas sentindo o meu corpo abraçado ao dele e minha cabeça sobre suas costas. Eu conseguia ouvir seus batimentos acelerados devido a recém adrenalina que a moto causava. Ao parar, aos poucos, aquele coração entrava em compasso e se entregava a calmaria. O vento frio da madrugada soprava com leveza, balançando alguns fios vermelhos de meu cabelo e me fazendo fechar os olhos. Aquela sensação era quase indescritível. Minhas mãos se mantinham na barriga dele, e eu podia sentir por cima da camisa, sua barriga bem definida e trincada.
Eu sei que não deveria pensar assim de um estranho, mas eu não o vejo como estranho. Sei que parece idiotice, mas eu sinto como se o conhecesse há cinco décadas, mesmo sem nem ter vivido tanto assim. E eu, que sempre gostei de ser coerente e o mais racional possível, não conseguia explicar a absurda confiança que eu colocava nele.
Todavia, ele permaneceu-se quieto o tempo todo, sem chamar minha atenção para descer da harley. Só me alertei em fazer isso quando um carro havia parado na vizinha e buzinado. Desci num pulo e acho que ele riu da minha ação repentina e assustada. Eu jurava que havia ouvido um riso nasal.
— Obrigada. — ele me olhou nos olhos, como se fosse memorizar cada detalhe possível do meu resto, me deixando sem opção a não ser continuar a encará-lo.
Havia algo naqueles olhos. Algo que iria bem além do que eu conseguia ver. Algo profundo, enterrado como um tesouro. E agora, meu propósito seria encontrá-lo.
— Não por isso
E assim ele foi embora, cantando pneu e sumindo completamente do meu campo de visão.
E então, só assim eu pude soltar todo o ar que eu prendia em meus pulmões involuntariamente. Eu havia esquecido como respirar enquanto o encarava todo esse tempo. Que tipo de pessoa faz isso? de 0 a 10 no quesito estranha, sou o número 11.
— O que faz aqui fora sozinha?
Uma voz me tirou de meus devaneios e me trouxe de volta à realidade. Era madrugada e eu não havia dormido, os dias seguintes tinham aula e eu agia como se não tivesse.— Eu faria a mesma pergunta. Onde esteve? —
Joshua tinha uma mochila nas costas, tênis nas mãos e o cabelo preso em um coque. Ele me analisava, e eu torcia para que ele não tivesse visto a cena minutos atrás.— Por aí. — respondeu dando de ombros e puxando as chaves para abrir a porta da nossa casa. Ele me deixou entrar e permaneceu calado o tempo inteiro.
Eu não esperava que ele me deixasse tão à vontade. Ele agia como se não se importasse. Aquele não era o meu irmão e melhor amigo. Em uma situação como esta, ele costumava me fazer interrogatórios e me pedir todos os detalhes.
— Chelsea, não esqueça. — ele leu um recado na geladeira e automaticamente pôs um copo de água em cima do balcão da cozinha, juntamente com um comprimido.
Já estava subindo as escadas quando ele me chamou a atenção, portanto, voltei silenciosamente e tomei o remédio. Ele estava lavando as mãos na pia, de costas para mim.
— Obrigada. — o abracei calorosamente por trás, mesmo sabendo aquele não era um bom momento. Ele queria ficar sozinho, e eu simplesmente não queria o deixar.
— Pelo o que? — ele virou-se para me olhar com a sobrancelha arqueada. Como insistente que sou, continuava abraçando-o feito um urso, mesmo sem haver qualquer retribuição.
— Por voltar.
Por fim, eu o soltei e subi as escadas descalça. Me dirigindo para o meu aconchegante quarto.********
OLÁAAAAA, ANJOS. Espero que gostem ^^
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Dangerously
ChickLit"Amor, eu não ligo. Eu realmente não me importo. Você esteve se enganando por achar que eu me importo com alguma coisa." Enquanto acontecem coisas em recâmaras secretas do Governo, há jovens imprudentes se apaixonando perdidamente, é assim que funci...