Capítulo 6

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O choque borbulha nas minhas veias, aliado ao medo e me fazendo ficar cada vez mais vermelha. Isso não deveria ser motivo de vergonha ou embaraço para mim já que vou descrever o assunto com minhas próprias palavras e ponto de vista, mas é impossível ignorar as reações do meu corpo.

Quando Christian se colocou disposto a me ajudar, hora nenhuma ele escondeu o pensamento que queria me foder, o que é ótimo dado ao meu retrocesso em relação aos homens que já cruzaram o meu caminho, mas isso vai além do que eu sequer imaginava na parte mais irracional da minha consciência.

Ajeitando a luz na claridade que ele designa ser a melhor, uma explosão de marrom e vermelho brilham nos meus olhos. O cheiro vivo de madeira provavelmente vem do chão muito bem polido que se mistura com o cheiro forte de couro. Ele libera a minha mãe e gesticula para que eu entre e explore enquanto ele faz seu caminho até a porta, girando a chave na sua fechadura.

Eu tomo o meu rumo após um suspiro, divagando se essa foi a melhor decisão que eu já tomei na vida. Parecia bom o suficiente quando a idéia veio, mas agora, sentindo o tapa da realidade, eu me pergunto se essa experiência vai entrar na minha extensa lista de decisões de merda.

Meus saltos clicam no chão, produzindo um eco assustador. Sinto Christian caminhar até mim e parar a poucos passos, me dando uma certa liberdade.

Isso mesmo, garoto!

O silêncio é preenchido por uma batida envolvente e sensual, não muito alta, mas o suficiente para cortar os meus pensamentos e os rumos erráticos que eles estavam tomando.

A voz de Dua Lipa nos envolve. Arqueando as minhas sobrancelhas, eu caminho até uma espécie de arara onde vários chicotes estão expostos. Alguns deles se parecem com os que eu usava nas minhas aulas de equitação quando era criança. Outros parecem me transportar para a época da aquisição.

Na verdade o quarto em si me leva para esse tempo.

A alguns passos de mim, no meu lado esquerdo há um armário com inúmeras gavetas. Vidros de óleos e lubrificantes, eu acho, estão em evidência, mas todas as oito gavetas estão fechadas. Ao lado dele há uma poltrona e um criado-mudo.

Ao meu lado direito, no final do quarto tem uma cruz pregada na parede com algemas em todas as suas quatro extremidades. Um outro armário está posicionado na mesma direção do outro, com alguns cabos de madeira que devem ser varas ou algo do tipo.

Na outra extremidade do quarto há uma barra parecendo aquelas se pollydance fixada no chão e no teto. Se Christian está pensando que eu vou dançar para ele está perdendo tempo.

No meio do quarto está uma cama enorme, de madeira escura e com lençóis vermelhos. Argolas enfeitam suas laterais, além de algemas de couro. Um sofá bonito está posicionado em frente a cama e dois criado-mudos acabam a decoração daquele espaço, um de cada lado. Ao lado esquerdo da cama há uma placa de madeira grossa presa à parede com dois pares de algemas.

— Diga alguma coisa, por favor. Odeio quando fica calada assim. — a voz de Christian arrepia a minha pele.

Ele está perto, muito perto. Consigo sentir o calor do seu hálito bater na pele do meu pescoço, quase me fazendo contorcer.

— Interessante seu gosto musical. — murmuro só para me amaldiçoar depois.
Eu, definitivamente, perdi uma ótima oportunidade de ficar calada.

— Huh, sério? — ele parece desapontado. — Bom, eu sou bem eclético, se é isso o que você está pensando.

Christian murmura, indiferente e dá de ombros. Uma expressão sombria ilumina seu rosto e ele tira um controle remoto do bolso, abaixando a música quase até o mudo.

Sweet Submission  (Sweet Trilogy - Book 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora