Maya ainda olhava para os documentos postos sobre a mesa, seu olhar estudava o nome "Hannah Cooper", era difícil acreditar no que Alice propunha. Trabalhar na casa dos Grayon enquanto seus irmãos estavam lá. Por mais tentador que fosse aquilo, ela sabia que deveria rejeitar mas, quando olhou para Alice, ela hesitou. O sorriso de Alice a desafiava. Era simplório, porém, cheio de intenções, ela sabia que se rejeita-se, aquela poderia ser sua última recusa e por este motivo e outros suspirou.
__Ter um nome novo não vai mudar meus traços, isso é loucura__Maya disse ao olhar fixamente para Alice, falar com ela sempre seria um jogo cheio de armadilhas mortais.
__Por isso vamos mudar seu cabelo, maquiagem faz milagre, principalmente se você tiver a quem pedir__Alice disse ao puxar os documentos com a ponta dos dedos, seu olhar era duro enquanto sorria. Maya era seu bem mais precioso, quando começou a planejar sua vingança contra os Grayon's não imaginava que uma cordeira fiel cairia em suas mãos, aquilo seria divertido para ela. Tomar tudo é destruir o que restar__Você pode confiar em mim, como um presente te darei isto mas, abra quando tiver fora daqui. Não se preocupe. Não é uma bomba, apesar de que seria uma surpresa deliciosa.
Alice abriu um sorriso e uma das gaveta de sua mesa, de lá retirou um envelope amarelo, era um daqueles próprios para guardar contratos e documentos importante. Maya não imaginava do que se tratava, porém, o pegou sem hesitar.
__Quando você pensa em me mandar para a ratoeira?__Maya perguntou ao se levantar.
__Quando sua transformação em Hannah acabar__Alice disse unido as mãos em cima da mesa__Parabéns, estudante de intercâmbio.
***
Helena segurava o choro após recebe a notícia que já esperava a dias, finalmente havia conseguido se formar em psicologia, aquilo era sua maior alegria depois de sete anos sofridos mas, suas lágrimas também significavam a dor da perca de seu tio.
Depois que foi retirada do quarto do tio pela segunda vez, ela havia finalmente perdoado o tio pelo que lhe fez, no mesmo momento ele lhe deu um sorriso fraco do qual se desfez aos poucos, ainda era difícil acreditar que ele havia lhe deixado mas, também lhe parecia confortante saber que ele não sofreria mais.
Enxugando as lágrimas ela saiu molenga pelos corredores do antigo apartamento do tio, fazia tanto tempo que passou por ali e ficou por muito, ela hesitava em abri a porta do apartamento, era doloroso demais. Quando finalmente abriu e entrou um filme lhe veio a mente, tanta dor a fez duvidar da própria sanidade. Caminhou pelo cúbico apartamento até o quarto debruçou-se sobre a cama, as lágrimas caiam tão fortemente que preferiu fechar os olhos, demorou muito para adormecer mas, lembrou de algo que a fez estremece.
"Helena".
Se levantou em um sobressalto, seus olhos buscavam qualquer coisa diferente quando os olhos verdes lhe vieram a mente outra vez, ela havia esquecido daqueles olhos quando crimes caíram sobre a pessoa a quem eles pertenciam. Era difícil acreditar que voltaram a sua mente outra vez, era difícil acreditar que a sombra do lado de fora da janela lhe olhasse com compaixão, mesmo quando ergueu a mão aos lábios desacreditada.
Era impossível ela está ali, depois de todos esses anos, depois de tudo que fez. Era difícil crê que sua amiga estivesse de volta mas, somente pelo fato de ela está lhe olhando do lado de fora da janela, ela poderia acreditar e chorar outra vez, depois dela ter lhe abandonado e não ter dado notícias, ela passou a acreditar que estivesse morta.
__Maya?__Helena sussurrou ao ver a silhueta desaparecer.
***
Sofia era uma garotinha inteligente, mesmo tendo seus seis anos ela sabia quando algo estava preocupando seus pais ou sua tia mais querida. A menininha olhava para a porta do estranho apartamento com espectativas grandiosas. Fazia algum tempo que estava ali, mais ou menos, desde que acordou e encontrou apenas uma estranha mulher de aparência gentil. Ela lhe deu banho e vestiu um vestido florido rodado, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e como uma verdadeira sapeca a menina conseguiu convencer a babá ingênua que dormiria por horas para que pudesse ficar ali sozinha.
Ela sabia que sua tia iria sorrir se contasse como fora esperta e comportada, ela gostava de ouvir elogios dela mais do que gostava de se lambuzar de sorvete de chocolate em dias de verão. Sofia abriu um sorriso grandioso quando ouviu passos, ela estava eufórica quando viu a maçaneta dourada girar e o barulho de chave se fazer presente. Aquela era uma das coisas que a pequena sempre gostava de fazer, acordava cedo e ficava zanzando pela antiga casa apenas para receber sua mãe, pai, tia ou tio daquela maneira.
As cabeleiras cor de cobre foi a primeira a aparece pela porta e Sofia não perdeu tempo, abraçou a cintura da mãe com entusiasmo. Aquilo foi o suficiente para fazer Alessa sorrir por um momento, segurou a pequena nos braços assim que ficou a sua altura. Ela abraçava a filha com todas as suas forças e Dam sabia o motivo, ele sabia dos medos da mulher como seus próprios.
__Onde está a titia?__Sofia perguntou ao manter seu abraço caloroso, olhando para o pai__E o titio?
__A titia vai ter que trabalhar fora... Vai ser só por um tempo__Alessa disse assim que se afastou e se ergueu. Sofia podia ver nos olhos de sua mãe que algo havia acontecido e apenas por aquilo confirmou, sua tia havia lhe dito que em algum momento seus caminhos iriam se separar mas, que ela sempre voltaria e por isso tinha de ser a alegria da casa__Seu tio vai voltar logo... Onde está Elisa?
__Ela saiu__Sofia disse com um pequeno sorriso antes de se afastar da mãe. Alessa suspirou levemente, sabia como sua pequenina era, sabia o suficiente para ter certeza de que convenceu a babá a deixá-la sozinha.
__Ela está bem. Não tem problema__Dam disse assim que fechou a porta e observou sua menina, ela havia sentado no tapete da saleta e estava buscando algum canal na televisão__Alessa?
__Eu sei mas, temos que manter Sofia com alguém__Disse insegura ao aquecer os braços esfregando-os__Você ouviu as palavras da Bonnie, se ela descobrir isso não vai pensar duas vezes antes de...
__Ei__Dam disse ao abraçar Alessa__Eu já disse que não vou permitir que ela machuque você ou Sofia. Não disse?
__Disse mas...__Alessa disse e logo fora interrompida, os dedos do marido a silenciaram enquanto ele a olhava.
__Alguma vez eu já dei motivos pra não acreditar no que digo?__Ele perguntou e Alessa negou fazendo um sorriso convencido brotar nos lábios de Dam__Então, só confie em mim.
Sofia olhou para os pais assim que o ambiente se silenciou, por mais que gostasse de ver seus pais juntos, ela não podia impedir de fazer careta sempre que os via se beijar. Ela gostava de fazer caretas, sempre competia com os tios e ganhava deles com muita facilidade já que era bem criativa em suas caretas. Sofia soltou um suspiro ao voltar seu olhar para o canal de músicas pop. Ela iria sentir falta da presença da tia que lhe contava histórias de princesas e aventuras por mundos mágicos, seus pais tentavam muito contar histórias para ela mas, nunca fariam atuação e expressões engraçadas como sua tia. Ela também gostava quando seu tio entrava no meio das histórias, era realmente engraçado como ele imitava piratas e tudo virava uma verdadeira brincadeira. Sorria apenas com a lembrança do dia em que seu tio bancou o pirata e a atacou com cócegas, sua tia o atacou com um travesseiro e não deu outra, a bagunça havia sido armada e com gargalhadas compartilhadas.
Sofia e seus tios fizeram uma verdadeira guerra de travesseiros até que os pais apareceram, ela lembrava que seus tios pararam de se atacar no mesmo momento mas, ela não estava disposta a parar, não. Jogou um dos travesseiro no pai e ele a olhava com uma cara de bravo mas, não demorou muito para desatar a rir e continuar de onde haviam parado. Sofia nunca vira sua mãe ficar tão vermelha pela infantilidade do pai e dos tios mas, no fim acabou entrando na bagunça para impôr respeito, ela disse e Sofia teve de gargalhar.
Aquelas eram memórias preciosas para a pequena de cabelos ruivos, adorava seus pais e tios mais que tudo no mundo. Eles sempre a rodearam por quase toda a sua vida em seis anos, quando chorava era amparada, quando tinha medo era abraçada e quando sorria, fazia sua família sorrir também. Ela era querida tanto quanto podia e amava todos com seu jeitinho alegre e contagiante.
Quando os pais se sentaram ao seu lado ela não pode deixar de se aconchegar em seu meio, naquele lugarzinho em que sempre se sentia protegida e manteve seu olhar fixo a televisão, mesmo que tivesse passando um comercial chato, ela gostava de poder ficar ao ladinho de seus pais.
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Mágoas do Passado.
Ficción GeneralLivro 2. |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Se passou sete anos desde a fuga de Maya. Nesse tempo muitas coisas aconteceram... Maya entrou em crises muitas vezes, Nicolas cresceu assim como Mike e Anna. Alice s...