Alice deslizou os dedos pelo teclado de seu computador com rapidez, era a primeira vez que alguns de seus colegas de trabalho a via daquela maneira. Ela estava na frente da tela, seus olhos passaram pelas linhas que foram digitadas tão rapidamente que vez ou outra acabava ficando meio tonta, mas aquilo não fora motivo para ser interrompida. Aquele era seu momento do mês!
Para alguns, Alice era louca como as águas. Poderia ir e vir de todas as maneiras imagináveis, mas ela devia estar preocupada com o novo membro da divisão criminosa aparentemente, ele foi renomeado e por algum motivo foi justamente para a cidade de interior, onde Alice era soberana.
John Krieger era um dos motivos de Alice está como louca no seu computador, havia vários fatores que levaram a pouca paciência. Ninguém poderia atrapalhar aqueles momentos, mas John não aplicaria esses "Ninguén's", ele não se aplicaria as imposições por ela e através de Alice, ele via algo muito suspeito.
__ Senhora __Disse John ao bater à porta assim que entrou, era o seu novo trabalho, vigiar Alice como um parceiro de trabalho, mas a loira era a mesma sempre que colocava os olhos sobre ela, nada de diferente quanto a sua expressão fechada__ ...
__ Sabe, nessa repartição existem regras. Uma delas é: Se a porta estiver fechada, não entre __Alice disse, seus olhos pararam de ler a uma das linhas do visor e se voltaram ao homem__Uma porta fechada diz muito. Por exemplo, algo como: "Não quero ser incomodada".
Alice acabou voltando sua atenção para a tela, mas acabou não sendo clara o suficiente, John permaneceu na sala. O olhar do homem em cima dela era como um disco arranhado, algo como um mosquito irritante no seu ouvido, com um suspiro ela salvou seus arquivos e desligou o computador, lançando um olhar desafiador ao mesmo.
__ Vejo que vai me dar atenção __John disse ao sentar-se na frente de Alice, ele pode ver um sorrisinho brincar nos seus lábios quando colocou o rosto sobre as mãos.
__Vejo que você é um pé no saco__Ela retrucou com um sorriso infantil__Diga, o que deseja? Além disso, pare de importunar minha vida!
__ Estou apenas fazendo o meu trabalho __John disse com um tom natural, ele e sua calma irritavam Alice, como se tivesse um elefante cor de rosa dançando tango na sala. Ela o olhava da maneira mais serena, apesar do sorriso de deboche que moldava seu rosto__Fui designado para esse lugar para ajudar no caso de Maya Voltaire. Como já deve saber o caso dela repercutiu muito entre os cidadãos e muitas coisas sairam do departamento da polícia para a cidade.
__ Até para passar relatórios você é um pé no saco__ Alice disse e logo suspirou ao se sentar como uma colegial em sua cadeira, esticando suas costas__ O caso de Maya foi arquivado, não houve nada que pudesse fazer. Eu não sou feita de aço para me jogar de peito aberto em um tiroteio para capturar uma criminosa mirim.
__A criminosa mirim que você insinua, parecia saber exatamente como escapar sem deixar rastros. Isso não deixa você em uma situação muito ruim? __ John disse e pode ver uma fagulha diferente no olhar de Alice, ele sabia jogar e ela gostava disso.
__Ora... O que você está insinuando? __ Alice disse antes de se inclinar sobre sua mesa e sorrir ao lado__Ou talvez insinua que você deve saber como resolver os problemas por aqui? Cá entre nós, já resolvi mais casos do que você em sua vidinha medíocre inteirinha!
__Acalme-se, não fique alterada__John disse e notou que o temperamento da mulher era tempestuoso e só por aquilo se viu acusado à tomar cuidado.
__Me acalmar?__Alice riu pelo nariz antes de se por de pé e sorrir como uma criança arteira, ela foi rondando sua mesa até as costas de John, aproximando -se dele o bastante para sussurrar palavras em seu ouvido __Você acha mesmo que eu estou alterada? Pobrezinho de você... Não sabe que cutucar onça com vara curta é perigoso? Tomaria muito cuidado com suas palavras.
__Está me ameaçando?__ John perguntou com um tom firme, não havia nenhuma espécie de tremor ou insegurança nele.
__Ora... Eu não sou do tipo que ameaça John... Sou mais do tipo que faz__Alice sorria ao se afastar do homem e sair de sua sala, não gostava de ser vigiada mas, ali estava sua oportunidade de brincar com alguém.
***
Laura Grayon avaliava o currículo em suas mãos, fazia algum tempo que procurava por um funcionário que cuidasse de sua casa e principalmente de sua família como um todo. Desde que tudo aconteceu, seu brilho se foi e deu lugar a uma mulher de aparência cansada e completamente esgotada, os problemas com os filhos e o marido se tornou um fardo pesado demais apenas para ela e acredite... Ela não era uma verdadeira dona de casa, longe disso, nem sequer era boa na cozinha ou coisa alguma nos afazeres domésticos.
__Hannah Cooper, certo?__Laura perguntou, seu tom estava cansado enquanto olhava para a garota de cabelos claros e olhos de um azul fraco e sem graça, parecia incomodada com os óculos que escorregava sobre o nariz fino. Quando ela finalmente lhe olhou, pode ver um certo desconforto enquanto confirmava a sua pergunta com um aceno de cabeça __O emprego que estou oferecendo não é fácil, longe disso, é um tanto complicado, porém, o salário é bem razoável.
__ Eu procuro por um emprego faz algum tempo... Não há muitos que queiram empregar uma estudante então, tenho certeza que é perfeito pra mim... sempre cuidei de mim mesma desde que meus pais morreram __Hannah disse as palavras meio receosa, mas aos ouvidos de Laura, pareciam no mínimo bem comovente __Fiquei algum tempo na casa de familiares mas, não era a mesma coisa. Decidi me virar sozinha desde então. Sai da casa dos meus familiares faz algum tempo, tenho certeza que vou dar conta... Mas, se a senhora tiver outras opções vou entender, ainda posso conseguir algum emprego... Eu acho.
__ Não... Só preciso lhe testar __Laura disse ao se levantar e pedir que Hannah lhe acompanhá-se. Ela a guiou por um corredor até uma saleta que ficava ao lado da escada, ao menos era assim que Hannah poderia descrever __Meu marido caiu em um vício completamente ruim, alguns funcionários não conseguiram ficar por muito tempo por conta disso. Eu irei lhe mostrar.
Hannah hesitou entrar na saleta enquanto olhava para Laura, mas ela tinha de fazê-lo e agir como se não fosse algo grandioso demais para ela aguentar. Assim que adentrou a saleta pode ver ele sentado, com a respiração pesada enquanto seu rosto estava amassando várias folhas de papel e uma garrafa de uísque estava caída no chão ao seu lado. Ele murmurava palavras incompreensíveis para qualquer um entender. Ela sentiu seu peito se apertar e a garganta fechar, ela poderia chorar ali mesmo mas, tinha receio de ser mal compreendida então se limitou a fazer um semblante penoso.
__Eu... Eu sei que posso cuidar da sua casa senhora__Hannah disse e olhou para Laura, havia uma mistura de dor e melancolia em suas íris enquanto olhava para o que seu marido se tornou. Quando Laura finalmente lhe enxergou ela respirou fundo e assentiu.
__Venha amanhã se quiser o emprego... O prazo de teste é de uma semana, meus filhos iram dá o veredito sobre você__Laura disse, logo que Hannah saiu da saleta, ela fechou a porta __Não me entenda mal, meus filhos são seus juízes a partir de amanhã.
__Eu posso entender isto__Hannah disse é só então pode se retirar daquele lugar. Ela odiava a possibilidade de se meter em um lugar como aquele, onde estaria segurando um detonador que poderia se acionar a qualquer deslize. Hannah tirou os óculos e as lentes de contato que lhe irritava os olhos. __Seus joguinhos são os piores Bonnie.
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Mágoas do Passado.
Ficción GeneralLivro 2. |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Se passou sete anos desde a fuga de Maya. Nesse tempo muitas coisas aconteceram... Maya entrou em crises muitas vezes, Nicolas cresceu assim como Mike e Anna. Alice s...