Doce Criatura

Capítulo 4

Mas eles não sabem

E nós dois esperamos que haja algo

Mas nós dois seguimos em frente

E é uma discussão fechada

Halsey - Walls Could Talk

Emma White

Coloquei o celular perto do meu ouvido respirando fundo.

— Alô mãe...

— Sinceramente Emma, sempre me pergunto como pude ter uma filha assim! Nunca me ligam para perguntar como estou. — E finalmente estava com minha mãe, e seu drama matinal. — Mas tudo bem! Quando eu morrer, ai você me dá valor.

A voz alta da minha mãe me fez afastar o celular do meu ouvido por alguns instantes Adam permaneceu calado enquanto apontava para seu carro preto, um Audi R8. Entrei naquele carro com cuidado, deixando que ele fechasse a porta com medo até de fechar com muita força. Se eu fizesse um pequeno arranhão naquele carro quantas vidas levariam para pagar?

— Mãe... Eu sempre ligo nos finais de semana...

Minha voz estava um pouco baixa pelo constrangimento enquanto vi Adam rodear o carro para ir ao banco de motorista.

— Eu sou carente de amor nem para isso você serve. Eu te carreguei na minha barriga por 9 meses com vômitos, dores musculares.

— Mãe...

Coloquei uma das mãos sobre o rosto envergonhada, mas pude ouvir a risada baixa de Adam, que fez eu dar um leve empurrão no seu ombro.

— Estou brincando bobinha. Tenho boas notícias. Irei para New York esse final de semana. Espero que arrume um lugar para mim no meio do apartamento.

Ri da sua fala. Minha mãe sempre foi uma pessoa espontânea e isso era contagiante até para mim. Ela me trazia coisas boas novamente que tanto me fazia falta dês que cai de cabeça no trabalho.

Eu não me preocuparia com um lugar para ela dormir. Facilmente dormiria no tapete para deixá-la dormir na minha cama.

— Claro que terá mãe. Comeremos sorvete de chocolate com menta enquanto assistimos alguma comedia romântica?

— Sim, querida. Com toda certeza. Levarei alguns DVD's

Adam finalmente ligou o carro. Calmamente ele fez as manobras para sair da garagem.

— E o papai? — Minha voz saiu com mais esperança que eu queria.

— Tem que ficar por causa do trabalho.

Suspirei um pouco triste, mas entendia o tanto que meu pai tinha que trabalhar, era importante.

— Está bem, mãe. Tenho que ir. Estou...

Afastei o celular do meu ouvido assim que vi Adam mudando o caminho que deveria ser até o metrô, o olhei confusa com o trajeto estranho.