Doce Criatura

Capítulo 8

Chamando o seu nome na hora da meia-noite

Alcançando você a partir
do sonho sem fim

Tantas milhas entre nós agora

Mas você está sempre aqui comigo

Susie Suh - Here With Me

Emma White

Virei a página do meu livro, sentindo a brisa fria contra o meu rosto, como eu sentia falta do frio.

Estava num domingo à tarde na praça principal de New York lendo "A Escolha" pela décima vez, surpreendentemente nunca enjoava. Olhei para alguns cachorros que corriam alegres, crianças brincando nos brinquedos do parque.

— Me sinto um velho de 70 anos.

Adam surgiu em meio às árvores do parque tentando se esticar por alguma dor nas costas que sentiu. Ele se posicionou na minha frente acabando com a minha boa vista do momento. E estragando minha tranquilidade matinal.

— Você ainda tem aquele lado.

Apontei para o outro lado do parque que fez ele bufar, porém me fazendo rir.

Duas semanas haviam se passado. Adam e eu estávamos numa relação instável. Isso se instável significar que apesar dos xingamentos ele ainda fazia coisas legais por mim, incluindo deixando seu carro comigo. Às vezes eu achava que ele pensava que me deu um carrinho de brinquedo.

Apesar de tudo, ele estava seguindo as regras. Nada se de meter em escândalos e isso estava me favorecendo por enquanto, já que estávamos há quase 2 meses que eu era sua advogada, e tudo que menos precisávamos eram mais escândalos da sua parte.

Agora ele cumpria seu trabalho comunitário limpando a praça, já que, como boa advogada que sou.

— Por qual motivo eu te chamei mesmo? — Perguntou ele falando um pouco mais alto enquanto ia para o outro lado.

— Por sua namorada estar ocupada com as amigas dela.

O lembrei, já que a outra falou que tinha marcado um encontro com as amigas da faculdade a semanas, bom essa desculpa no fundo era uma bela fachada, só me perguntava quem se enganava mais nesse relacionamento.

— Em que mundo estamos que os namorados não são mais valorizados?

Ri do seu drama enquanto o via recolher os saquinhos de plásticos de algum doce.

Para minha felicidade eu apenas vi Rebecca raras vezes, que eram quando eu estava a sair do apartamento do Adam e seu olhar de raiva estava carregado sobre sim.

— Você realmente espera ser valorizado pela Rebecca?

Perguntei, mas o recebi fazendo uma careta para mim. Era visível que o homem não esperava grandes coisas para esse relacionamento, era apenas mais uma distração para satisfazer suas necessidades temporariamente.

— Não vai me ajudar nem um pouco? — Sua voz estava cansada — Poxa Em, estou cansado

O olhei com uma das sobrancelhas arqueadas como se já respondesse sua pergunta óbvia.

— Eu mal arrumo meu apartamento. — O respondi, desviando o olhar dele para algumas árvores — Você tem que agradecer por eu ter vindo.

— Mas você é minha advogada.