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Olá meus amores. Antes desse capítulo, queria agradecer a quem vem acompanhando essa Fic, que é mais do que só uma fic, é um carinho que escrevo em homenagem ao meu irmão cadeirante. (Que não tem nada a ver com história) mas sim me inspirar a retratar a vida de uma pessoa especial e vejo pouquíssimas obras sobre isso.

Enfim, obrigada a quem comenta, quem lê e quem curte. Não me abandone. E se você conhece alguém "especial" ficaria feliz em ler sobre. Deixa nos comentários. Um beijo.

《》

A neve caia lá fora, mas a casa estava aquecida por dentro, Katherine sentia seus batimentos acelerarem em seu peito e a mão de Dominique esbarrar na sua propositalmente sobre a mesa, enquanto sua voz ressoava por todo ambiente.

A arquiteta lembrou-se da vez que seu pai lhe falou sobre ciclos e seus inícios e fins. Ela era pequena demais para entender, mas soube que seu primeiro ciclo se fechou quando recebera uma ligação as quatro e meia da madrugada do hospital. Naquela mesma noite, Katherine se perguntou se algum dia um novo ciclo se iniciaria, porém a única forma de estar em um seria amando alguém, e katherine não amava ninguém além de seu pai. Pelo menos até ali.

-- Dá pra acreditar nisso? -- Dominique sorriu enquanto a arquiteta a observava.

-- O quê? Eu só... -- ela retirou lentamente sua mão de Dominique e ergueu as sobrancelhas.

-- Eu dizia que até hoje não entendia o real motivo de estar aqui. De morar em um lugar tão distante, não é somente por independência, é por me conhecer.  -- A mulher de cabelos claros a olhou mais uma vez. -- e um dia conheci sua mãe, ela foi tão gentil e ficamos tão próximas, me falou sobre você, mas nunca o real motivo de você ter ido embora, e por ela, tive mais um motivo para ficar. E agora... -- Katherine a olhava sem piscar, aquelas palavras preenchiam sua mente e seu coração. -- Eu te conheci, e tudo vem fazendo sentido.

A arquiteta bebeu mais um gole do vinho, sentiu seu corpo estremecer com aquela frase, o nervosismo estava a dominando, logo ela, que sempre teve controle sobre tudo não podia se sentir assim.

Não sabia como responder aquilo, não entendia o que Dominique pretendia e tinha medo de sentir o mesmo. Estava se afogando em um mar desconhecido, um mar de emoções, odiava ter a sensação que jamais poderia controlar o que sente. E seu medo era esse, sentir demais.

Respirou fundo quando o silêncio pairou no ar, passou a mão no cabelo abaixando seus olhos para a mesa. Estava quente.

-- Eu estava pensando sabe...  -- ela começou a dizer. -- eu gosto de te conhecer, mas não deposite expectativas demais em mim. Eu não sou boa nisso.

Por mais que a mulher tentasse, toda a pressão sobre relacionamento pesava em sua cabeça, não somente amoroso, mas Katherine não sabia como se portar quando realmente encontrasse alguém que a prendesse e por mais cômico que seja, Dominique era a primeira passoa que fazia isso em 29 anos.

-- Eu também não. Na verdade a unica coisa que me considero boa é em fazendo arte, pintando, tocando, escrevendo.. -- ela abaixou os olhos e umideceu os lábios, soltou um leve suspiro pedindo sabedoria a si mesmo. O gesto que não passou desapercebido por Katherine. -- Mas, no dia do meu acidente, eu soube o que era realmente sentir. E quando recebi a notícia que nunca mais iria andar, eu percebi que nunca fui boa em nada, mas aprendi a melhorar em cada coisa que conquistei, a única forma de ser melhor é se amar primeiro. Mesmo cadeirante, com todas as dificuldades, eu aprendi a me amar e esse foi meu maior aprendizado. Ninguém nasce bom Kat.

A canadense assentiu recebendo aquelas palavras com sabedoria, viu quando Dominique girou suas rodas para trás. Parecia chateada.

-- Sobremesa? -- A artista ofereceu com um sorriso singelo vendo Katherine assentir.

Quando Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora