Escutem Iris - the goo goo dols
Achei que vocês gostariam de mais um capítulo, por isso, aí está amores. Me digam o que estão esperando dos próximos capítulos...
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As luzes estavam apagadas, as cortinas fechadas e no pequeno jardim atrás da casa, Katherine continuava com a cabeça abaixada entre suas pernas. As lágrimas se misturavam com a chuva gelada que insistia em cair sobre sua cabeça. Não queria sair dali, sabia que Clarice amou aquele jardim desde que resolvera cuidar, e a única forma qual se sentira melhor era naquele ambiente.
Não apareceu no sepultamento, não levou flores para o jazigo, não se despediu, e quando a ambulância chegou, a única coisa que se lembrava era de ser segurada por alguns paramédicos que estavam ali. Foi como um vulto que ficou, deixando o corpo de sua mãe sair dali sem ao menos dizer um adeus. Ela não queria se despedir, odiava a sensação da falta de alguém, odiava saber que jamais a veria de novo, pois demorou tempo demais para chegar, se estabelecer e amar sua mãe novamente.
E ela foi embora antes do esperado.
Já faziam três dias que Clarice havia partido e a arquiteta nunca estivera tão fraca como naquela semana.
Dominique aparecia em sua casa todas as noites para alcama-la, e fazê-la comer algo antes de dormir, mas era tão difícil fechar os olhos e não sonhar com aqueles mesmo gritos de sua infância. Os pesadelos haviam voltado, e aquele grito, Katherine descobrira era de sua mãe, chegara nessa conclusão quando acordou no meio da madrugada sem ninguém para apoia-la.
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No centro da cidade Dominique terminava suas tarefas da forma mais rápido que podia, carregou consigo duas pastas para ler e terminar seu trabalho em casa.
Pegou o copo vazio e o encheu em sua máquina de café antes de pegar as chaves saindo da galeria. Dirigiu tentando acalmar sua ansiedade, sabia que Katherine estaria na pior e precisava ser forte por ela.
Quando estacionou o veículo frente a casa da mulher, desceu com as pastas na mão. Não bateu na porta, apenas atravessou a sala empurrando sua cadeira sabendo onde arquiteta estava. Pegou o cobertor que encontrara no sofá e abriu a porta da cozinha que dava acesso ao jardim.
A chuva havia cessado, e tudo que podia ver era Katherine debruçada com os olhos fechados.
Se aproximou silenciosamente colocando o cobertor em seus ombros, beijou o topo de sua cabeça e não se importou em abraça-la mesmo estando molhada.
-- Eu tô aqui. Vai ficar tudo bem. -- Sussurrou Dominique a segurando.
Ficaram alguns minutos em silêncio enquanto Katherine chorava abraçando as pernas da artista, que manteve seus olhos sobre as mãos trêmulas da arquiteta.
-- Vamos entrar. -- Pediu a mais nova observando Katherine erguer sua cabeça.
Katherine se levantou foi com Dominique para dentro. A artista preparou um café e fez biscoitos enquanto a arquiteta tomava banho.
Ficaram o restante da tarde no sofá assistindo filme. A mais velha adormeceu enquanto recebia carinho de Dominique nos cabelos.
Quando o relógio apontou oito da noite Dominique já havia preparado uma sopa e insistindo para Katherine comer, a mulher se esforçou e comeu o quanto podia.
Agradeceu pelos cuidados e continuaram sentadas no sofá. Estavam em silêncio, agora com a televisão desligada.
Ela soltou um suspiro cansado e passou a mão no cabelo.
-- Minha mãe sabia que ia morrer naquele dia. -- Sussurou olhando algum ponto fixo no chão.
Dominique ergueu seus olhos e alcançou sua mão entrelaçando na sua.
-- Ela me pediu para ir ao jardim, mas ela nunca acordava tão cedo. -- continuou. -- Eu não questionei, eu apenas a ajudei a chegar lá, e quando eu voltei, ela estava com os olhos fechados e sem pulso. Eu nem pude... -- sua voz embargou e as lágrimas começaram a sair novamente.
-- Você não teve culpa. -- afirmou Dominique a olhando nos olhos.
-- Eu podia ter evitado.
-- Não Kat, você não poderia. Era a hora dela. -- respondeu vendo-a deitar a cabeça em seu colo. -- Era pra ser assim.
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Quando os olhos da arquiteta se abriram mais uma vez, Dominique estava na mesma posição sentada no sofá, com a cabeça apoiada na almofada quadriculada e com Katherine deitada em sua perna.
A mais velha se levantou quando Dominique abriu os olhos. Já se passava da meia noite.
-- Já está tarde. -- Sussurrou a artista se apoiando para sentar sobre sua cadeira de rodas. -- Acho que eu devo ir.
Katherine pensou naquele possibilidade por um instante, a olhou nos olhos e pegou em sua mão esquerda.
-- Fica. -- Pediu quase em súplica.
Dominique jamais negaria a um pedido daquele, e naquela altura do campeonato sabia que Katherine precisava de seu apoio mais do que nunca.
-- Tudo bem. -- Sussurrou em felicidade sabendo que Katherine a queria ali.
Saíram da sala, e com um pouco de esforço Katherine a pegou no colo subindo até o segundo andar, a sentou sobre a cama enquanto buscava sua cadeira.
Entrou em seu quarto novamente deixando a cedeira de rodas proxima a cama. Pegou uma muda de roupa fresca para Dominique vestir. A mulher mais velha sentou do outro lado da cama fechando as cortinas, pensou que não, mas Dominique se despia em silêncio.
Virou o rosto e pôde ver a mulher com um sutiã rendado escuro, sua pele que parecia macia, e na lateral da sua costela uma cicatriz marcando seu corpo. Quando pensou em desviar, Dominique a viu encarando e deu um sorriso singelo.
-- Me desculpe eu... -- Katherine pensou em justificar mas apenas abaixou a cabeça e olhou para suas mãos.
Dominique vestiu a regata azul marinho e retirou sua calça com um pouco de dificuldade para vestir o short. Katherine saiu dali sem nada dizer, estava envergonhada demais.
Voltou para o quarto minutos depois, com uma xícara de chá em mãos. Estendeu até Dominique que agradeceu e bebeu o líquido devagar, apreciando o silêncio do ambiente.
-- Obrigada por estar aqui. -- Katherine apoiou a cabeça na cabeceira da cama encostando sua testa na de Dominique.
-- Você não precisa me agradecer, meu amor. -- respondeu ela dando um sorriso.
Colocou a xícara no criado mudo e voltou sua atenção para a arquiteta, tocou seu rosto a vendo fechar o olhos quando recebera seu carinho.
Sentiu o cheiro de lavanda vindo do seu pescoço e trilhou beijou por ali, sentindo a pele da mulher arrepiar-se ao contato.
-- Estou aqui pra você. -- disse em um sussurro agora recebendo os lábios da mulher mais velha com delicadeza.
Beijaram-se avidamente tentando manter o controle sobre seus corpos. As línguas se encontraram e aquela chama tão familiar se acendeu, deixando Katherine inquieta.
Quando soltaram-se, os olhos se encontraram e as mãos entrelaçam em um só nó.
Estavam ali, uma pela outra, de corpo, alma e coração. Jamais de abandonariam.
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OLAAAAA
Gostaria muito que vocês fossem acompanhar uma fic que escrevo e amo de paixão, chamada: "Entre vidas" é uma história diferente e muito doida.
Por favorzinho, se gostarem me digam por la.
Besitos.
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Quando Te Conheci
Romance"Tentar entender a vida talvez não seja a melhor forma de vivê-la." Katherine Barrell, arquiteta de 29 anos bem sucedida que recentemente voltou para Montreal, Canadá. A mulher de olhos castanhos, estava a procura de melhorar seu relacionamento c...