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Olá. Como prometido mais um capítulo e dessa vez eu nem demorei.

Eu sei o quanto é cansativo, mas obrigada quem está acompanhando, quem curte e comenta.

Nesse capítulo tão especial. Indico com todo carinho que escutem The XX - Angels.

Uma boa leitura, e não esqueçam de curtir e comentar.

\●/

Era a semana mais gratificante da vida de Katherine, que resolveu criar um jardim frente a casa de sua mãe, cultivando as plantas regando as rosas, preparando o chá na parte da manhã e tarde, fazendo as compras e preparando o almoço. Deixava duas peças de roupa separadas para Clarice quando a mulher fosse se banhar, a ajudava a subir e descer as escadas. Eram gestos de amor, que em cada olhar, Katherine observava a satisfação e alegria de sua mãe.

Conversaram todos os dias, sobre o jornal, sobre a cidade e Katherine perguntou até de sua avó que falecera a muito tempo, lembrou pouco da sua infância e arriscou até ver algumas fotos. No final de semana, levou Clarice para o parque, tomaram sorvete e a mulher sentiu -se tão feliz que nada podia reclamar. Ela questionou sobre Dominique que havia sumido por uns dias, Katherine não entrou em detalhes, mas prometeu conversar com a artista.

Deixavam o sorriso estampado no rosto, ficaram próximas, trocaram abraços e olhares, era sem dúvida a imagem de mãe que Clarice gostaria de deixar a sua filha. Pararam frente ao lago, e Katherine sentou ao lado da mulher mais velha.

-- Seu pai foi um homem incrível. -- iniciou Clarice num sussurrou apoiando sua mão na de sua filha. Ela olhava as crianças correndo pelo parque enquanto Katherine pensara em como demoraram a chegar ali. -- Ele fez tudo que pôde por mim e por você em primeiro lugar deixou claro que sempre seria sua prioridade e eu obviamente concordei, então vocês se foram. E eu não o culpo, eu era impossível, Kat. -- A senhora de cabelos grisalhos dizia aquelas palavras projetando cada imagem em sua mente. -- Não foi fácil, eu sofri durante anos, até Dominique me salvar. Ela sem dúvida era a filha qual eu nunca mereci ter, ela cuidou me amou e fez tudo que ninguém nunca fizera. -- Katherine abaixou os olhos soltando um longo suspiro qual era reflexo de seu cansaço interno. -- Ela sempre soube o que fazer quando nem eu, mulher de terceira idade sabia. -- Clarice sorria, era tão nítido o carinho que tinha pela artista. -- E sem dúvida, você não deve deixá-la sair de sua vida. -- Continuou agora encarando Katherine. -- Eu não sei qual relação vocês mantêm, sendo de amizade ou não, eu só espero que a mantenha, ela é o ser humano mais sensato e bondoso que conheci em toda minha vida.

Clarice passou a mão no rosto relaxando suas costas na cadeira de rodas. Engoliu a saliva e notou o silêncio repentino da mais nova. A deixou pensar.

-- Eu queria que a senhora fizesse o tratamento mãe. -- Admitiu Katherine minutos depois olhando-a nos olhos. Clarice assentiu dando um meio sorriso e acariciou a mão de sua filha mais uma vez. -- Mas Dominique me disse que você não queria fazer, eu insisti, e acabei sendo rude, recebendo uma resposta não muito adorável. -- Umedeceu os lábios relembrando da cena. -- E ela tem toda razão, eu não tenho direito de opinar em uma vida qual nunca estive presente. -- Terminou sentindo seus olhos começarem a arder ao final da frase, abaixou a cabeça sentiu a mão da mulher afagar seus cabelos.

-- Eu sempre estive em seu coração, e em suas memórias. -- beijou o topo da cabeça da arquiteta vendo-a liberar sua primeira lágrima. -- Eu te amo, filha. -- Sussurrou meio a um abraço.

-- Eu te amo, mãe.

♡◇♡◇♡

Debruçou sobre a mesa mais uma vez, fechou o jornal e apoiou seu queixo em sua mão, batucou os dedos sobre a mesa olhando a janela ao lado de fora. O sol estava se pondo mais uma vez, e não tivera coragem no decorrer dos dias de se desculpar com a artista. Sentira que ao todo não estava completamente errada, a mulher também tinha uma parcela de culpa, mas Katherine tinha provocado.

Subiu ao quarto dizendo a sua mãe que logo voltaria pediu para mulher ligar caso precisasse, mas não demoraria. Capturou as chaves do carro e saiu as pressas do local. Ao voltar com a mão ocupada, Katherine estacionou o carro frente sua casa notando Dominique se locomover pela cozinha ao olhar sua janela. Batucou os dedos no volante, estava ansiosa. Arrumou seu cabelo, ajeitou sua camiseta dos Beatles e se retirou do veículo.

Ligou para sua mãe ao fechar o carro certficando- se que a mulher estaria bem, disse que logo chegaria. Atravessou a rua e tocou a campanhia guardando o celular no bolso. A porta foi aberta revelando Dominique com o cabelo preso, os olhos castanhos claros um avental no corpo cheio de tinta com um semblante neutro.

Katherine levantou as Gerberas brancas mostrando-as para a artista que deu um leve sorriso.

Não conseguira resistir.

-- Dessa vez, mesmo sendo romantizado demais, eu lhe devo um pedido de desculpas, certo? -- Dominique sorriu ainda mais com sinceridade da mulher e assentiu com com cabeça positivamente. -- Brancas por um gesto de paz.

-- Obrigada Kat, são lindas! -- Dominique agradeceu pegando as flores. -- Entra. -- Ofereceu vendo a arquiteta entrar.

Sentiu o cheiro de biscoito constatando que além de pintar tela, a mulher preparava cookie de chocolate. Dominique adentrou na cozinha retirando a forma com os biscoitos, fez dois chocolates quentes enquanto perguntava sobre Clarice, prometeu visita-la na parte da manhã, pois teve uma semana puxada na galeria.

Katherine a questionou sobre sua nova exposição, e a mulher respondeu com satisfação que seria sobre o feminismo, mas estaria pronta somente no mês que vem, pois receberia a presença de uma amigo Francês qual a ajudaria com as novas pinturas.

Comeram, e mantiveram silêncio por alguns minutos. Estavam sentadas lado a lado e Katherine não conseguia parar de olhar a mulher, Dominique começava a ficar sem graça, mas mesmo assim sorria.

-- Acho que te devo um pedido de desculpas também. -- Dominique praticamente sussurrou terminando seu copo de leite. -- Eu fui rude.

-- Tudo bem. Eu te entendo. -- Katherine respondeu limpando suas mãos no papel toalha.

-- Você não está em uma situação simples, e eu deveria lhe apoiar não apontar o que não acho correto e...

-- Dom, sinceramente, você está completamente certa, e com certeza você tem toda liberdade de apontar o que acha correto. -- Ela debruçou sua mão no braço da mulher e deu um sorriso singelo. -- Obrigada por tudo que fez por minha mãe, sempre serei grata.

Dominique assentiu ainda sorridente, estava com o coração aliviado por receber aquelas palavras, admirada por ver o quão tranquila e compreensiva Katherine estava sobre o quadro de sua mãe. Deu um leve suspiro e por um segundo pegou Katherine olhando seu lábios, a mulher sequer desviou quando notou ter sido pega. A única coisa que fizera era intercalar dos olhos de Dominique te seus lábios mais uma vez, e seguidas vezes, assim fez até receber a mão de Dominique em seu maxilar, qual sentiu ser aproximado até seu rosto.

Sentiu o ar quente da respiração da artista se misturar com o seu, os olhos estavam perto, os lábios se encontrando docemente até o beijo acontecer. Colocou sua mão sobre a cintura da mulher mais nova enquanto as línguas entrelaçavam em um beijo quente e ansioso. Dominique a puxava para perto de si pressionava a mão direita na nuca de Katherine, enquanto a esquerda estava apoiada sobre sua perna.

Respiravam ofegante quando soltaram-se do beijo envolvente qual mantiveram por minutos. Olharam-se mais uma vez, tentando gravar aquele momento como único.

Nunca estivera tão presa em alguém como estava na artista. Em seus olhos, cada traço do seu rosto, sua voz, seus gestos e agora seus lábios. Tão macios e quentes.

Estava perdidamente apaixonada, e não conseguira negar.

-- As Gerberas são um pedido de entrada. -- Katherine sussurrou próxima ao rosto da mulher, que sorriu abertamente ao ouvir a arquiteta. -- Eu te quero.

Dominique não soube definir a confusão de sentimentos que lhe dominava, mas sabia que paixão era insignificante demais para aquele momento.

Quando Te ConheciOnde histórias criam vida. Descubra agora