A culpa é da bebida

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- Vem Marília. Você já bebeu demais. - Minha mãe mais um vez insistiu pra que eu parasse e entrasse em casa. Mas eu não queria. Queria ficar ali, literalmente afogando minhas mágoas.

- Não tô afim mãe. Me deixa aqui com minha solidão. Aliás com meu copo de cerveja.

- Tudo bem então. Vou respeitar seu tempo. Qualquer coisa é só me chamar.

Minha mãe saiu e me deixou lá com meus pensamentos. Eu já estava me sentindo um pouco tonta mas preferia ficar ali e tentar não pensar mais em uma certa pessoa, ou até mesmo beber pra esquecer dele só por um tempo. Sim. Eu estou me referindo ao motivo da minha bebedeira. Das minhas lágrimas, dos meu desabafos em uma certa Conta privada de rede social. Ele que vem me destruindo por dentro e não tá nem aí pra isso. Ele que se declarou pra mim na frente de todo mundo e na primeira oportunidade me deixou de lado pra ficar com um protótipo de cantorazinha de bar. Aff

[...]

- Meu Deus. O que aconteceu? - Eu tinha acabado de abrir os olhos e sentia uma dor de cabeça horrível. Estava na minha cama. Nem lembro como fui parar aqui.

Levantei e pra tomar um banho e ouvi meu celular tocar. Nem olhei quem era e atendi

- Marília! - Meu coração quase saiu pela boca quando reconheci aquela voz. - Tá tudo bem? - E o orgulho tomou conta nesse momento.

- Claro. Porque não estaria?

- Bom. Você me ligou ontem e falou um monte de coisa. Eu não consegui entender direito. E depois você desligou. Tentei ligar de volta mas você não me atendeu. Aliás, atendeu só agora né. - Silêncio total.

Puta que pariu. O que foi que eu fiz? Coloquei a mão na cabeça que latejava mais ainda depois de ouvir isso.

- Você ainda tá aí? Ei! - Ele dizia ao telefone. Eu queria sumir naquele momento. Não, eu queria morrer. Que porra que eu fui ligar pro Henrique? E que porra que eu falei?

- Oi. Tô sim. Desculpa. Cara. Eu não sei o que aconteceu ontem. De verdade. Eu tava muito bêbada. Devo ter ligado enganado sei lá. Mas não liga pro que eu falei não. Devia ser besteira. - Ri de nervoso

- Bom. Não parecia besteira pra mim. Você falou muita coisa sobre a gente e isso me deixou pensativo sabe... - Pronto. Agora eu tô muito ferrada

- Henrique. Esquece isso. Eu tava bêbada. Nem lembro o que falei e...

- Você disse que ainda me ama. Que não entende porque eu não fiquei com você. Que eu só te uso. Falou que eu gosto de te manipular. Que eu brinco com seus sentimentos. E perguntou o que eu tava fazendo com a Ada já que eu não a amo. Era besteira isso? Então fala na minha cara. Olhando nos meus olhos. - E lá estava ele parado na porta do meu quarto me encarando. Quando foi que ele chegou aqui? E eu fiquei feito uma idiota segurando o celular perto do ouvido e o encarando e volta.

- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei depois que consegui respirar

- Você me pediu pra vir aqui. Disse que queria falar umas coisas na minha cara. Então eu vim. - Ele disse e por fim cruzou os braços

- Eu? Eu mandei você vir. Aqui? Meu Deus do céu. O que é que tinha na minha bebida ontem? - Levantei da cama as pressas e nem me dei conta que estava apenas de lingerie.

Henrique entrou no meu quarto e fechou a porta. E eu não sabia onde enfiar o rosto. Por ele estar me vendo assim e pelo que eu falei pra ele no celular. Agora eu com certeza queria sumir dali. Imediatamente corri pro banheiro mas acabei escorregando e quase caí no chão. Ele logo me alcançou e me ajudou a levantar. Não disse uma palavra. Me levou pro banheiro e ligou o chuveiro me colocando embaixo do mesmo. Eu não consegui siquer levantar a cabeça para encará-lo. Ele me virou de costas e começou a abrir meu sutiã.

- O que você tá fazendo? - O questionei segurando o sutiã ainda nos seios.

- Te ajudando a tomar um banho. Você precisa disso. E não adianta me mandar sair que eu não vou. Vai que você escorregue e bata com a cabeça. Vou ficar aqui.

Era só o que me faltava. Depois de tudo que aconteceu ele vir aqui cuidar de mim. Sim. Ele me deu banho e me viu da forma como vim ao mundo. E eu não me importei. Henrique já havia me visto tantas outras vezes. Mas agora era diferente. Ele só saiu do banheiro quando pedi pra escovar os dentes. Demorei o máximo que pude ali, pensando no tamanho da besteira que eu havia feito e em como ia consertar isso. Sai do banheiro e Henrique estava deitado na cama totalmente a vontade. Eu pensei em procurar alguma roupa prq vestir mas desisti na mesma hora em que ele se levantou e foi andando em minha direção. Meu coração acelerado e minha respiração ficando pesada

- A gente precisa conversar Marília. Mas agora eu não consigo. Tô com tanta vontade de te beijar, te fazer amor com você que não consigo nem raciocinar direito. Essa é a melhor prova que eu te dou do meu amor.

Então ele me beijou desesperado. E eu nem consegui pensar em nada. Me deixei levar como sempre fazia quando se tratava do Henrique. Ele foi abrindo meu roupão devagar e depositando beijos em cada parte exposta do meu corpo. Depois foi guiando até a cama. Me acariciou lentamente enquanto ia tirando suas roupas. E me tomou de uma forma que nunca havia feito antes. Fizemos amor, como se fosse a primeira vez. E era sempre assim. Mas a todo momento ele dizia que me amava. A cada estocada um beijo, e um breve susurro de eu te amo.

Me entreguei totalmente aquele momento nosso lhe dando o máximo do meu prazer. Mostrando que só ele sabia me proporcionar isso. E era verdade. Ninguém me satisfazia como Henrique. Fizemos amor lento e aproveitamos cada momento ali, com nossos corpos fundidos como um só. Era tão mágico. Um só coração, uma só alma, um Só ser. Assim éramos nós e pelo que eu via assim seria sempre. Eu sabia que ele me amava. Ele nunca negou isso. Mas a forma como me demonstrava, quando estávamos só nós dois era única. Tão dele. Tão nossa. Éramos assim e isso não ia mudar. Eu tinha certeza cada vez que fazíamos amor. Cada vez que ele me tocava, que me beijava, que eu sentia o máximo prazer. E quando finalmente terminamos ele disse ainda ofegante me olhando nos olhos.

- Quer namorar comigo? Eu quero que seja oficial dessa vez. Nada de se esconder. Eu quero que todo mundo saiba que você sempre foi o meu amor verdadeiro. Que a gente se ama de uma forma que nunca ninguém viu. Que o nosso sentimento é o mais profundo que alguém pode ter. É só me dizer sim e será minha namorada, futura esposa e mãe dos meus filhos. Porque é isso que eu imagino da gente. Sempre juntos. E aí. Aceita?

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