10| E U J U R O

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Durante o resto da noite fiquei pensando em como falaria com Callum, eu sabia que no momento que eu tocasse no nome do seu pai ele iria surta e tamaparia as orelhas.

Oh céus.

Faltava alguns minutos para o fim do meu esoediente quando Callum entrou pela porta, sua presença era forte, realmente chamava atenção.   Callum estava vestido com suas típicas calças jeans velhas e blusas soltas sem estampa,seus cabelos ainda estavam molhados e bem penteados.

Seus olhos se encontraram aos meus imediatamente e ele caminhou até a mim calmo.

— Chegou na hora. — Lhe dou um selinho e ele sorri.

— Tô doido pra chegar em casa e dormir o máximo que eu puder, amanhã pegarei um plantão de 48:00 horas. — O cansaço era eminente na voz dele e eu acariciei seu rosto rígido.

— Vou trocar de roupa e podemos ir. — Digo e vou até o banheiro.



Não demorei muito para trocar de roupa, aquela noite estava fria então eu vesti uma calça moletom preta e uma blusa vermelha que era da minha mãe.

Quando voltei para o bar Callum estava cumprimentando uns caras que estavam chegando.

Assim que me aproximei Callum sorri e me chama.

— Abbie, esses são Martin, Breno, Gustavo e Jorge. Eles trabalham comigo. — Callum coloca sua mão esquerda nas minhas costas. — Pessoal, essa é Abbie, a minha namorada.

Gostava quando Callum me apresentava para os outros como sua "namorada"

— Olá, é um prazer. — Sorrio e cumprimento os quatro.

O Scott fala muito de você. — O moreno sorri, acho que seu nome era Jorge já que Callum apontou pra ele quando nos apresentava.

— Espero que fale coisa boas. — Meu tom é brincalhão e o loiro sorri.

— Só coisas boas.

*****

Quando entramos no apartamento de Callum ele joga as chaves do carro no balcão e se joga no sofá.

Devia ser por volta das uma da manhã,nós dois estávamos cansados mas eu tinha que conversar com ele.  Ele iria pegar um plantão amanhã e eu não conseguiria conversar com ele.

Tiro meus sapatos e me senti na poltrona que fica ao lado do sofá, Callum está de barriga pra cima com os olhos fechados e o braço em cima da testa.

— Essa blusa era da minha mãe... — Minha voz sai suave e Callum me olha emediantamente e eu continuo: — Lembro dela usando essa blusa quando ia me buscar no colégio,ela segurava na minha mão e me levava pra comer cupcakes.

Callum parece surpreso e senta no sofá rapidamente e diz:

— Você nunca fala dela. — Seu tom é calmo e suave, ele parece preocupado com o que vai falar.

— Nunca gosto de tocar nesse assunto, é bem doloroso pra mim..... — Faço uma pausa e respiro fundo. — Hoje a tarde eu entrei no quarto dela, aquele que fica no final do corredor e que nunca abrimos.  As coisas dela continuam no lugar desde de sua morte. — Minha garganta dá um nó.

— Eu entendo querida. — Ele se aproxima e fica se acaixa na minha frente segurando minhas pernas.

— Minha mãe era doce e gentil, ela sempre me falava: "Seja sempre corajosa e resolva as coisas pequena Abbie". Callum, meu pai foi embora muito cedo, ele foi horrível ao nos deixar, mas se eu tivesse a oportunidade de conversar com ele, de resolver as coisas eu não hesitaria. — Callum se levanta e se afasta.

— Eu sei onde você quer chegar... — A voz de Callum é amarga e eu engulo seco.

— A Agatha veio falar comigo hoje.... E ela está certa, você tem que se entender com o seu pai. — Digo e ele se vira, seus olhos estão escuros e seus ombros tensos.

— Meu Deus Abbie, quantas vezes vou ter que repetir isso? Odeio esse assunto. A Agatha não devia ter ido atrás de você.

— Callum, por favor.... Me escuta, depois você pode me exculachar, quebrar as coisas e sair. — Minha voz sai alta e firme, Callum parece pensar e se senta no sofá.

Respiro aliviada.

— Eu sei tudo o que seu pai fez, eu sei o quanto isso é difícil pra você eu te dou toda a razão de não querer ver ele.... Mas vocês dois erraram Callum, as pessoas cometem erros e ele é seu pai, ele tem que ter feito algo bom pra você... — Começo a falar. — Vocês tem que conversar, pelo menos ter uma trégua, eu sei que ele quer se acertar com você. — Callum abre a boca mas desiste de falar. — Se você não fizer isso por você ou por ele, faça pela Agatha, ela é sua irmã e a vocês são a única família que ela tem.

— O que você quer que eu faça Abbie? Quer que eu esqueça o passado e banque uma de bom filho? — Callum se levanta.

— Um jantar. — Digo e Callum coloca as mãos na cabeça. — apenas um jantar, para vocês conversarem, vai fazer bem pra Agatha e eu vou com você, se você sentir o mínimo de desconforto que for nós vamos embora e eu juro, juro nunca mais em toda minha vida perguntar algo do seu passado. — Callum parecia pensar na minha proposta, eu sabia que ele se importava com a irmã.

— Jura nunca mais tocar no meu passado? — A voz dele é firme.

— Eu juro.

— Eu vou em um jantar, não vou passar mais de uma hora e só estou fazendo isso por causa da minha irmã.  Depois desse jantar nunca mais quero olhar pra cara daquele imbecil. — Callum diz e entra no quarto.

Respiro fundo e sorrio fraco, estava surpresa por ele ter aceitado ao invés de surtar, sabia que ele não queria de forma alguma esse jantar mas era sua única opção.


Agatha iria ficar animada com a notícia.



Callum era imprevisível.

Crazy about Callum Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora